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quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Os que estavam Acima e os que estavam ABAIXO da Pirâmide Social no Egito....

Edgar Francelino publicou 7 atualizações.

  • Edgar Francelino compartilhou a foto de Egiptologia Brasil.
    A Casa da Vida. Por toda sua história, 94% da população do Egito faraônico era constituída de camponeses, que viviam suas vidas em agrovilas perturbada praticamente pelos caprichos das intempéries que só seriam mais incertas se não fosse a dádiva das cheias do Nilo; mas também pelos impostos se não fosse recrutamento sazonal pelo Estado através da corvéia real, que provia trabalho e sustento em períodos em que o campo se mostrava virtualmente improdutivo, por causa do período de inundação anual. A vida, que seria simples e restrita como a de qualquer outra população camponesa, ganhava um caráter de abundância quase mágica, provida pelo faraó e pelos deuses em um sistema que ninguém ousava contestar, dados os resultados obtidos na prática. Do outro lado, estava esta faceta divina, representada no faraó, em sua família e nos seus servidores mais imediatos, que incluía os sacerdotes, que movimentavam a legitimação do sistema. Entre esta elite quase sobrenatural e seus súditos humildes encontrava-se todo um exército de funcionários que fazia fazer a palavra do deus-rei por todas as Duas Terras. Esta categoria intermediária, ainda que fizesse parte dos 6% da elite não era exatamente computada à altura desta. Eram a “gente comum”, os rekhyt, navegando por uma ambiguidade social, que os colocava na base dos que estavam acima e no topo dos que estavam abaixo, com possibilidade tanto de subir como de descer no escalão. Só que eles possuíam algo que usualmente assegurava seu status quo: a habilidade nas artes e na escrita. É neste segundo ponto que os tornava imprescindíveis, pois sem esta categoria letrada o Estado faraônico seriam impossível de existir e durar 3 mil anos. Os centros administrativos do Antigo Egito podiam ser os templos (het), no caso de verdadeiros complexos sagrados onde se exercia a administração regional, mas também fortificações militares (niut), e “haréns” (ipet), que centros produtivos laicos. Alguns templos e fortes tinham haréns, como no caso do Grande Templo de Karnak (Ipet-sut), e da fortaleza de Faras na Baixa Núbia. Seja como for, cada um desses lugares tinha seus armazéns onde se guardavam os grãos colhidos como imposto, um mercado, e as residências de escribas e artesãos que compunham o staff local e suas famílias. Os artesãos tinham sua própria guilda, onde seus filhos aprendiam a profissão dentro das oficinas de trabalho, mas para onde os jovens iam aprender a divina arte da escrita era no anexo de cada um deste lugares, que era a Casa da Vida (Per-Ankh), onde escribas vocacionados e remunerados para tanto ensinavam os filhos dos funcionários, os quais, ensinados a partir dos 4 anos, aprendiam não apenas a ler e escrever, mas também técnicas administrativas, guerreiras, medicina, cálculo e conhecimento sagrado, neste caso indo da limpeza ritual à ritualística mais complexa. No ensino da escrita eram usadas as chamadas ostraca (singular ostracon), que eram cacos de cerâmica, onde os meninos treinavam, devendo uma varetada nas mãos por cada erro, até que possam ser autorizados a escrever no caro papiro. E desde o começo já faziam “estágio” na burocracia, no exército e na prática sacerdotal. Terminavam seu ensino formal aos 16 anos, quando eram considerados adultos, podendo ser nomeados para cargos no Governo e no sacerdócio, como escribas, administradores, militares, construtores, e sacerdotes de todo tipo, podendo ser nomeados para estas diferentes funções ao longo da vida, ou por vezes acumulando funções. A aristocracia possuía um correspondente da Casa da Vida que era o Kep, o Internato Real. O Kep era destinado às crianças da família real e pessoas próximas, assim como, a partir do Novo Império, a príncipes estrangeiros que viviam no Egito como “reféns” a para manter seus pais na linha e ensiná-los a amar a cultura e estilo de vida egípcios. No Kep frequentavam tanto meninos como meninas, e era administrado pelos tutores reais. O ensino era mais amplo, incluindo línguas estrangeiras, e o “estágio” era feito no Palácio Real, com os funcionários que, por terem contato direto com o faraó, eram usualmente oriundos da aristocracia também. - Imagem: Jovens escribas da tumba em Saqqara do futuro faraó Horemheb (que também começou sua carreira como escriba, ensinado em uma Casa da Vida de uma cidade provinciana). #EBRC — com Marco Antonio Jeronimo.

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