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quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Origem do Cavalo Ibérico

08-01-2010

Lúcia Vinheiras Alves


© TV Ciência
Cavalo Ibérico tem origem em cavalos selvagens que viveram na Península Ibérica há 6200 anos. Análises genéticas indicam que processo de domesticação de cavalos é mais antigo do que se pensava.

Até agora acreditava-se que a primeira domesticação de cavalos teria ocorrido há 4200 anos a partir de cavalos selvagens das estepes entre a Ucrânia moderna e o Cazaquistão. Mas cientistas propuseram-se a descobrir como é que a partir destas evidências começaram a surgir cavalos domesticados noutras regiões do mundo.

Neste sentido, uma equipa de cientistas de Espanha, Dinamarca e Suécia colocaram duas hipóteses: Será que os cavalos domésticos se espalharam a partir desta área para o resto da Eurásia ou a domesticação dos cavalos foi um processo multi-regional que ocorreu várias vezes em diferentes locais?

Para encontrarem respostas sobre o surgimento de cavalos domésticos na Península Ibérica, os cientistas basearam-se em análises de estudos publicados anteriormente e, principalmente, em análises ao DNA mitocondrial de amostras de cavalos ibéricos de diferentes épocas da história, nomeadamente, do Neolítico Ibérico Inicial, da Idade do Bronze e da Idade Média.

Com base nestas análises, os cientistas comparam os resultados das mesmas com mais de mil sequências de ADN de cavalos modernos de diferentes raças ibéricas e não ibéricas.

«Análises anteriores ao DNA mitocondrial dos cavalos modernos apontavam para o haplogrupo D1 como o grupo mais provável envolvido numa ocorrência de domesticação independente, talvez na Ibéria ou no Norte de África», explica Anders Götherström, um dos investigadores principais do projecto, do Departamento de Biologia Evolucionária da Uppsala University, na Suécia.

Mas os resultados, publicados no jornal científico Molecular Ecology, revelam que o processo de domesticação terá ocorrido há mais tempo do que se pensava, há 6200 anos, no Neolítico Ibérico Inicial. Uma indicação que surge graças às análises realizadas ao cavalo Lusitano de grupo C.

«O Lusitano C é um pequeno grupo constituído apenas por cavalos modernos de origem Ibérica. Descobrimos que as linhagens maternas deste grupo já estavam presentes nos cavalos ibéricos selvagens do Neolítico Inicial, mantendo-se ao longo da Idade do Bronze e até aos nossos dias», explica Juan Luis Arsuaga, investigador do Centro Mixto da Universidad Complutense de Madrid/Instituto de Salud Carlos III (UCM-ISCIII), em Madrid.

O especialista espanhol adianta que «estes resultados sugerem a possibilidade de um episódio de domesticação completamente independente ou a utilização das linhagens maternas ibéricas num processo de reabastecimento a partir de selvagens».

Por outro lado, os cientistas descobriram em relação ao grupo D1, o grupo mais provável de tere sido domesticado na Península Ibérica, que «não encontrámos sequências do Neolítico ou da Idade do Bronze associadas com o haplogrupo ibérico mais importante, o grupo D1. Isto significa que o grupo D1 pode ser um grupo estrangeiro, que entrou na Ibéria durante alturas históricas», afirma Jaime Lira, investigador do Centro Mixto da UCM-ISCIII, de Madrid.