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quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Propaganda de Guerra Nazista 6

Mein Kampf

ADOLF HITLER



6



A PROPAGANDA DA GUERRA
tradução - KLAN NS



Observador cuidadoso dos acontecimentos políticos, sempre me interessou vivamente a maneira por que se fazia a propaganda da guerra. Eu via nessa propaganda um instrumento manejado, com grande habilidade, justamente pelas organizações sociais comunistas. Compreendi, desde logo, que a aplicação adequada de uma propaganda é uma verdadeira arte, quase que inteiramente desconhecida dos partidos burgueses. Somente o movimento cristão social, sobretudo na época de Lueger, aplicou este instrumento com grande eficiência e a isso se devem muitos dos seus triunfos.
A que formidáveis resultados uma propaganda adequada pode conduzir, a guerra já nos tinha mostrado. Infelizmente tudo tinha de ser aprendido com o inimigo, pois a actividade, do nosso lado, nesse sentido, foi mais do que modesta. Justamente o insucesso total do plano de esclarecimento do povo alemão, foi para mim um motivo para me ocupar mais particularmente da questão da propaganda.

Não nos faltava oportunidade para pensar sobre essa questão. Infelizmente as lições práticas eram fornecidas pelo inimigo e custaram-nos caro. O adversário aproveitou, com inaudita habilidade e cálculo verdadeiramente genial, aquilo de que nos tínhamos descuidado. Aprendi imenso nessa propaganda de guerra feita pelo inimigo. Aqueles que da mesma se deviam ter servido, como lição eficiente, deixaram-na passar despercebida; julgavam-se espertos demais para aprender com os outros. Por outro lado, não havia vontade honesta para tal.

Haveria entre nós uma propaganda?

Infelizmente, só posso responder pela negativa. Tudo o que, na realidade, foi tentado nesse sentido era tão inadequado e errado, desde o princípio, que em nada adiantava. Às vezes era até prejudicial. Examinando atentamente o resultado da propaganda de guerra alemã, chegava-se à conclusão de que ela era insuficiente na forma e psicologicamente errada, na essência.

Começava-se por não se saber claramente se a propaganda era um meio ou um fim.

Ela é um meio e, como tal, deve ser julgada do ponto de vista da sua finalidade. A forma a tomar deve consentir no meio mais prático de chegar ao fim a que se colima. É também claro que a importância do objectivo que se tem em vista pode apresentar-se sob vários aspectos, tendo-se em vista o interesse social e que, portanto, a propaganda pode variar no seu valor intrínseco. A finalidade pela qual se lutava durante a guerra era a mais elevada e formidável que se pode imaginar. Tratava-se da liberdade e independência do nosso povo, da garantia da vida, do futuro e, numa palavra, da honra da nação. Estávamos em face de uma questão que, não obstante opiniões divergentes de muitos, ainda existem ou melhor deve existir, pois os povos sem honra costumam perder a liberdade e a independência, mais tarde ou mais cedo. Isso, por sua vez, corresponde a uma justiça mais elevada, pois gerações de vagabundos sem honra não merecem a liberdade. Aquele, porém, que quiser ser um escravo covarde não deve ter o sentimento de honra, pois, pelo contrário, esta cairia muito rapidamente no desprezo geral.

O povo alemão lutava pela sua existência e o objectivo da propaganda de guerra devia ser o de apoiar a sua luta. Levá-la à vitória, eis o seu objectivo.

Quando, porém, os povos lutam neste planeta pela sua existência quando se trata de uma questão de ser ou não ser, caem por terra todas as considerações de humanidade ou de estética, pois todas essas idéias não estão no ambiente, mas originam-se na fantasia dos homens e a ela estão presas. Com a sua partida deste mundo desaparecem também essas idéias, pois a natureza não as conhece. Mesmo entre os homens, elas só são próprias a alguns povos ou melhor a certas raças, na medida que elas provêm do sentimento desses mesmos povos ou raças. O sentimento humanitário e estático desapareceria, até mesmo de um mundo habitado, uma vez que este perdesse as raças criadoras e portadoras dessa idéia.

Todas essas idéias têm uma significação secundário na luta de um povo pela sua existência, chegam mesmo a desaparecer, uma vez que possam contrariar o seu instinto de conservação.

Quanto à questão do sentimento de humanidade já Moltke afirmava que ele residia no processo sumário da guerra e que, portanto, a maneira mais incisiva de combate, é a que conduz a esse fim.

Àqueles que procuram argumentar nesses assuntos com palavras, tais como estética, etc., pode-se responder da seguinte maneira: As questões vitais da importância da luta pela vida de um povo anulam todas as considerações de ordem estética. A maior fealdade na vida humana é e será sempre o jugo da escravidão. Será possível que esses decadentes considerem "estética" a sorte actual do povo alemão? É verdade que, com os judeus, que são os inventores modernos dessa cultura perfumada, não se deve discutir sobre esses assuntos. Toda a sua existência é um protesto vivo contra a estética da imagem do Criador.

Se, na luta, esses pontos de humanidade e beleza são excluídos, eles também não poderão servir de orientação para a propaganda.

A propaganda durante a guerra era um meio para um determinado fim e esse fim era a luta pela existência do povo alemão. Portanto, a propaganda só poderia ser encarada sob o ponto de vista de princípios conducentes àquele objectivo.

As armas mais terríveis seriam humanas, desde que conduzissem à vitória mais rapidamente. Belos seriam somente os métodos que ajudassem a assegurar a dignidade à Nação: a dignidade da liberdade. Essa era a única atitude possível na questão da propaganda da guerra, numa luta de vida e de morte.

Fossem estes pontos conhecidos daqueles que os deviam conhecer, nunca se teriam verificado vacilações quanto à forma e aplicação dessa arma verdadeiramente terrível na mão de um conhecedor.

A segunda questão de importância decisiva era a seguinte: a quem se deve dirigir a propaganda, aos intelectuais ou à massa menos culta? A propaganda sempre terá que se dirigir à massa!

Para os intelectuais, ou para aqueles que, hoje, infelizmente assim se consideram, não se deve tratar de propaganda e sim de instrução científica. A propaganda porém, por si mesma, é tão pouco ciência quanto um cartaz é arte, considerado pelo seu lado de apresentação. A arte de um cartaz consiste na capacidade do seu autor de, por meio das formas e das cores, chamar a atenção da massa. O cartaz de uma exposição de arte só tem em vista chamar a atenção sobre a arte da exposição; quanto mais ele consegue esse “desideratum” tanto maior é a arte do dito cartaz. Além disso, o cartaz deve transmitir à massa uma idéia da importância da exposição, nunca, porém, deverá ser um sucedâneo da arte que se procura oferecer. Assim, quem desejar ocupar-se da arte por si mesma, terá que estudar mais do que o próprio cartaz , e não lhe bastará, por exemplo, um simples passeio pela exposição. Dele se espera que se aprofunde nas várias obras, observando-as com todo cuidado, acabando por fazer delas um juízo justo.

Semelhantes são as condições do que hoje designamos pela palavra propaganda.

O fim da propaganda não é a educação científica de cada um, mas sim chamar a atenção da massa sobre determinados factos, necessidades, etc., cuja importância só assim cai no círculo visual da massa.

A arte está exclusivamente em fazer isso de uma maneira tão perfeita que provoque a convicção da realidade de um facto, da necessidade de um processo e da justiça de algo necessário, etc. Como ela não é não pode ser uma necessidade em si, como a sua finalidade, assim como no caso do cartaz, é a de despertar a atenção da massa e não ensinar aos cultos ou àqueles que procuram cultivar o seu espírito, a sua acção deve ser cada vez mais dirigida para o sentimento e só muito condicionalmente para a chamada razão.

Toda a propaganda deve ser popular e estabelecer o seu nível espiritual de acordo com a capacidade de compreensão do mais ignorante dentre aqueles a quem ela pretende dirigir-se. Assim, a sua elevação espiritual deverá ser mantida tanto mais baixa quanto maior for a massa humana que ela deverá abranger. Tratando-se, como no caso da propaganda da manutenção de uma guerra, de atrair ao seu círculo de actividade um povo inteiro, deve-se proceder com o máximo cuidado, a fim de evitar concepções intelectuais demasiadamente elevadas.

Quanto mais modesto for o seu lastro científico e quanto mais ela levar em consideração o sentimento da massa, tanto maior será o sucesso. Este, porém, é a melhor prova da justiça ou erro de uma propaganda, e não a satisfação às exigências de alguns sábios ou jovens estetas. A arte da propaganda reside justamente na compreensão da mentalidade e dos sentimentos da grande massa. Ela encontra, por forma psicologicamente certa, o caminho para a atenção e para o coração do povo. Que os nossos sábios não compreendam isso, a causa está na sua preguiça mental ou no seu orgulho. Compreendendo-se, a necessidade da conquista da grande massa, pela propaganda, segue-se daí a seguinte doutrina: É errado querer dar à propaganda a variedade, por exemplo, do ensino científico.

A capacidade de compreensão do povo é muito limitada, mas, em compensação, a capacidade de esquecer é grande. Assim sendo, a propaganda deve-se restringir a poucos pontos. E esses deverão ser valorizados como estribilhos, até que o último indivíduo consiga saber exatamente o que representa esse estribilho. Sacrificando esse princípio em favor da variedade, provoca-se uma actividade dispersiva, pois a multidão não consegue nem digerir nem guardar o assunto tratado. O resultado é uma diminuição da eficiência e consequentemente o esquecimento por parte das massas.

Quanto mais importante for o objectivo a conseguir-se, tanto mais certa, psicologicamente, deve ser a táctica a empregar.

Por exemplo, foi um erro fundamental querer tornar o inimigo ridículo, como o fizeram os jornais humorísticos austríacos e alemães.

Este sistema é profundamente errado, pois o soldado, quando caía na realidade, fazia do inimigo uma idéia totalmente diferente, o que, como era de esperar, acarretou graves consequências. Sob a impressão imediata da resistência do inimigo, o soldado alemão sentia-se ludibriado por aqueles que o tinham orientado até então e, em vez de um aumento da sua combatividade ou mesmo resistência, dava-se o oposto. O homem desanimava.

Em contrapartida, a propaganda de guerra dos americanos e ingleses era psicologicamente acertada. Apresentando ao povo os alemães como bárbaros e Hunos, ela preparava o espírito dos seus soldados para os horrores da guerra, ajudando assim a preservá-los de decepções. A mais terrível arma que fosse empregada contra ele, parecer-lhe-ia mais uma confiança no que lhe tinham dito e aumentaria a crença na veracidade nas afirmações do seu governo como também, por outro lado, servia para crescer o ódio contra o inimigo infame. O cruel efeito da arma do adversário que ele começava a conhecer parecia-lhe aos poucos uma prova da brutalidade do inimigo "bárbaro" de que ele já tinha ouvido falar, sem que, por um segundo tivesse sido levado a pensar que as suas próprias armas fossem, muito provavelmente, de acção mais terrível.

Assim é que, sobretudo o soldado inglês nunca se sentiu mal informado pelos seus, o que infelizmente se dava com o soldado alemão. Este chegava a rejeitar as notícias oficiais como falsas, como verdadeiro embuste.

Tudo isso era a consequência de se entregar esse serviço de propaganda ao primeiro asno que se encontrava, em vez de compreender que para este serviço é necessário um profundo conhecedor da alma humana.

A propaganda de guerra alemã serviu de exemplo inexcedível em feitos negativos, em virtude da falta absoluta de raciocínio psicologicamente certo.

Muito se poderia ter aprendido do inimigo, sobretudo aquele que, de olhos abertos e com o sentido alerta, observasse a onda da propaganda inimiga durante os quatro anos e meio de guerra.

O que menos se compreendia era a primeira condição de toda a actividade propagandista, a saber: a atitude fundamentalmente subjectiva e unilateral que a mesma deve assumir em relação ao objectivo visado. Neste terreno cometeram erros tão grandes, logo no começo da guerra, que se tinha o direito de se duvidar se tanta asneira podia ser atribuída só à pura ignorância.

Que se diria, por exemplo, de um cartaz anunciando um novo sabão e que, no entanto, aponta como "bons" outros sabões? A única coisa a fazer diante disso seria levantar os ombros e passar.

O mesmo se dá em relação à propaganda política.

Foi um erro fundamental, nas discussões sobre a culpabilidade da guerra, admitir que a Alemanha não podia sozinha ser responsabilizada pelo desencadeamento dessa catástrofe. Deveria ter-se incessantemente atribuído a culpa ao adversário, mesmo que esse facto não tivesse correspondido exactamente à marcha dos acontecimentos, como na realidade era o caso.

Qual, porém, foi a consequência dessa indecisão?

A grande massa de um povo não se compõe de diplomatas ou só de professores, oficiais de Direito, mesmo de pessoas capazes de ajudar com acerto, e sim de criaturas propensas à dúvida e às incertezas. Quando se verifica, numa propaganda em causa própria, o menor indício de reconhecer um direito à parte oposta, cria-se imediatamente a dúvida quanto ao direito próprio. A massa não está em condições de distinguir onde acaba a injustiça estranha e onde começa a sua justiça própria. Ela, num caso como esse, torna-se indecisa e desconfiada, sobretudo quando o adversário não comete a mesma tolice, mas, ao contrário, lança toda e qualquer culpa sobre o inimigo. Nada mais natural, pois que, finalmente, o povo acabe acreditando mais na propaganda inimiga do que na própria, dada a uniformidade e coerência desta. Esse efeito é, então, inevitável quando se trata de um povo como o alemão que já por si sofre de tão grande mania de objectivismo, e está sempre preocupado em evitar injustiças ao inimigo, mesmo ante o perigo do seu próprio aniquilamento.

A massa não chega a compreender que não é assim que se imaginam essas coisas nos postos de comando.

O povo, na sua grande maioria, é de índole feminina tão acentuada, que se deixa guiar, no seu modo de pensar e agir, menos pela reflexão que pelo sentimento.

Esses sentimentos, porém, não são complicados mas simples e consistentes. Neles não há grandes diferenciações. São positivos ou negativos: amor ou ódio, justiça ou injustiça, verdade ou mentira. Nunca, porém, o meio termo.

Tudo isso foi compreendido, sobretudo pela propaganda inglesa e por ela aproveitado, de uma maneira verdadeiramente genial. Lá não havia indecisões que pudessem provocar dúvidas.

A prova do conhecimento que tinham os ingleses do primitivismo do sentimento da grande massa foi a divulgação das crueldades do nosso exército, campanha que se adaptava a esse estado de espírito do povo.

Essa táctica serviu para assegurar, de maneira absoluta, a resistência na frente, mesmo na ocasião das maiores derrotas. Além disso, persistiu-se na afirmação de que o inimigo alemão era o único culpado pelo rompimento das hostilidades. Foi essa mentira repetida e repisada constantemente, propositadamente, com o objectivo de influir na grande massa do povo, sempre propensa a extremos. O “desideratum” foi atingido. Todos acreditaram nesse embuste.

O quanto foi eficiente essa maneira de fazer propaganda ficou patenteado claramente no facto de ter ela conseguido, após quatro anos, não só assegurar a resistência ao inimigo como começar a influir nocivamente no modo de ver do nosso próprio povo.

Não é de espantar que à nossa propaganda estivesse reservado um tal insucesso. Ela trazia a semente da ineficácia na sua própria dubiedade. Além disso, era pouco provável, a julgar pelo seu conteúdo, que ela fosse capaz de causar o efeito necessário no seio da multidão anónima.

Só mesmo os nossos "estadistas" fracos de espírito poderiam imaginar que, com esse pacifismo anedótico e a cheirar a flor de laranja, se conseguisse despertar o entusiasmo de alguém a ponto de arrastá-lo ao sacrifício até da vida. Foi pois inútil essa miserável táctica e até mesmo perniciosa. Qualquer que seja o talento que se revele na direção de uma propaganda não se conseguirá sucesso, se não se levar em consideração sempre e intensamente um postulado fundamental. Ela tem de se contentar com pouco, porém, esse pouco terá de ser repetido constantemente. A persistência nesse caso, é como em muitos outros deste mundo, a primeira e mais importante condição para o êxito.

Em assuntos de propaganda, justamente. é que não se pode ser guiado por estetas nem por "blasés". Os primeiros dão, pela forma e pela expressão um tal cunho à propaganda que, dentro em pouco, ela só tem poder de atracção nos círculos literários; os segundos devem ser cuidadosamente evitados, pois a sua falta de sensibilidade faz com que procurem constantemente novos atractivos. Essas criaturas fartam-se de tudo com facilidade; o que eles desejam é variedade e são incapazes de uma compreensão das necessidades dos seus concidadãos ainda não contaminados pelo seu pessimismo.

Eles são sempre os primeiros críticos da propaganda, ou melhor, do seu conteúdo, o qual lhes parece demasiadamente arcaico, demasiado falado, etc. Só querem novidades, só procuram variedades e tornam-se dessa maneira inimigos mortais de uma conquista eficiente das massas sob o ponto de vista político. Logo que uma propaganda, na sua organização e no seu conteúdo, começa a dirigir-se pelas necessidades deles, perde toda a unidade e dispersa-se inteiramente.

A propaganda, entretanto, não foi criada para fornecer a esses senhores “blasés” uma distração interessante, mas sim para convencer a massa. Esta, porém, necessita - sendo como é de difícil compreensão - de um determinado período de tempo, antes mesmo de estar disposta a tomar conhecimento de um facto e, somente depois de repetidos milhares de vezes os mais simples conceitos, é que a sua memória entrará em funcionamento.

Qualquer digressão que se faça não deve nunca mudar o sentido do fim visado pela propaganda, que deve acabar sempre afirmando a mesma coisa. O estribilho pode assim ser iluminado por vários lados, porém o fim de todos os raciocínios deve sempre visar o mesmo estribilho. Só assim a propaganda poderá agir de uma maneira uniforme e decisiva.

Só a linha mestra, que nunca deve ser abandonada, é capaz de, guardando a acentuação uniforme e coerente, fazer amadurecer o sucesso final. Só então poder-se-á, com espanto, constatar que formidáveis e quase incompreensíveis resultados tal persistência é capaz de produzir.

Todo o anúncio, seja ele feito no terreno dos negócios ou da política, tem o seu sucesso assegurado na constância e continuidade da sua aplicação.

Também aqui foi modelar o exemplo da propaganda de guerra inimiga, restrita a poucos pontos de vista, exclusivamente destinada à massa e levada avante com tenacidade incansável.

Durante toda a guerra empregaram-se os princípios fundamentais reconhecidos certos, assim como as formas de execução, sem que se tivesse nunca tentado a menor modificação. No princípio essa tática parecia louca no atrevimento de suas afirmações. Tornou-se mais tarde desagradável, e finalmente acreditada. Quatro e mio anos após, estalou na Alemanha uma revolução cujo "leit-motiv" provinha da propaganda de guerra inimiga.

Na Inglaterra, entretanto, compreendeu-se mais uma coisa, a saber: Essa arma espiritual só tem o seu sucesso garantido na aplicação às massas e esse sucesso cobre regiamente todas as despesas...

Lá, a propaganda valia como arma de primeira ordem, enquanto que entre nós era considerada o último ganha-pão dos políticos desocupados, e fornecia pequenas ocupações para heróis modestos.

O seu sucesso era, pois, de modo geral, igual a zero.

Civilizacao Maia e seu destino

mundo MAIA

A civilização dos Maias se desenvolveram lentamente ao longo do primeiro milênio a.C., e alcançou seu auge no século III d.C. Sua cultura era baseada em um governo dinástico de cidades estados, com escritura fonética e um completo calendário com várias formas distintas de contar o tempo.



Península Yucatán

Até o ano de 900 d.C.; a cidade maia mais importante estava em Chichén Itzá, ao norte de Yucatán, porém essa, como outras cidades anteriores, se deterioraram gradualmente. Quando os espanhóis chegaram, os maias de Yucatán e as terras altas da Guatemala haviam passado de ser um Grande Império unido a uma coleção de povos menores.



vista Chichén Itzá



GENERALIDADES SOBRE O PANTEÃO

Os maias acreditavam que a terra era plana com quatro cantos, correspondendo aos quatro pontos cardeais e cada uma dessas direções tinha uma cor: leste - vermelho; norte-branco; oeste-negro; sul-amarelo. Para o centro, foi eleita a cor verde. Para sustentar o céu, segundo a mitologia maia, em cada canto havia um jaguar, de cor diferente para cada ângulo. Na selva onde se desenvolveu a cultura maia, o jaguar era um animal importante e se chamava "bacabs".



Dividindo o universo em treze níveis, os maias acreditavam que em cada um desses níveis havia um Deus, todos sendo então, divindades celestes. Havia ainda, sete divindades terrestres e nove para o mundo subterrâneo.

Entre as divindades celestes, o Sol (Kinich Ahau, Deus Solar) e a Lua (Ixchel, Deusa Lunar) detinham um lugar preponderante; todo o ciclo de lendas se relacionava com eles.



As artes da música, da cerâmica e da caça se colocavam sob a proteção do Sol, enquanto a gravidez, o parto, as colheitas e a tecelagem eram da alçada da Lua.

Kinich Ahaua, "Rosto do Sol", amante ou marido de Ixchel, se associava e às vezes até se confundia com Itzamna, o Céu propriamente dito, o que "fulgura", pois talvez não passasse da manifestação diurna de Itzamna, por oposição a sua imagem noturna; a julgar pela freqüência de suas representações, esse último foi uma divindade preeminente e benigna.

Itzamna aparece muitas vezes como monstro bicéfalo, espécie de estranho crocodilo ou lagarto, com uma testa em cada ponta, simbolizando a abóbada celeste.

Ele era também representado sob os traços de um velho de faces encovadas, barbudo, com uma espécie de dente de tubarão, único, apontando de seu maxilar superior. Às vezes, ainda, de sua cabeça singular brotava a goela de um dragão celeste.

Itzamna, como a maioria dos Deuses maias, se "desquadruplicava" em quatro personalidades, uma para cada pólo, com uma cor própria para cada atributo. Na iconografia maia, esses monstros voltam com regularidade constante. Podemos identificá-los com os Chacs, Deuses da Chuva e da vegetação, conhecidos pelo seu nariz em forma de tromba, o olho em tau e os dois caninos pontiagudos. A tromba talvez foi inspirada na do tapir ou do tamanduá, pois não existia elefantes na América daqueles tempos. Quem sabe se esses Chacs não seriam uma manifestação diferente dos Itzamnas, ou ainda uma manifestação regional, localizada no extremo norte do Yucatán, ou ainda uma expressão mais popular dos Itzamnas estimados pela classe culta. Nos códices, nós podemos reconhecê-los pelos traços nitidamente ofídicos, e é verdade que a serpente lhe sé muitas vezes associada, e os vemos fazer chover emborcando e entornando cabaças cheias de água sobre o solo.

Esses "aquários" brandem às vezes machados de pedra que simbolizam o raio e os relâmpagos. Os Chacs são, assim, os Deuses da Chuva, do vento, dos raios, do relâmpago e, por conseguinte, da vegetação, da fertilidade e da agricultura. Esses Chacs, igualmente, se apresentam como a quádrupla manifestação de um Deus, no início único.

Outros Deuses celestes são:

GUCOMATZ: Deus da tempestade que ensinou os homens a produzir o fogo. Era considerado também do Deus do Furacão. É bom lembrar que os maias viveram em um território de passagem de ciclones no período de março a setembro.

HURAKÁN: Outro Deus das Tempestades.

XIB CHAC: Deus da Chuva, um ser benévolo, representado com muitas cores. Os sacerdotes, em suas cerimônias religiosas, eram ajudados por quatro homens anciões, que eram chamados de Chacs, em honra ao nome do Deus.

YUM CHAC: Deus da Chuva.

XAMAN EK: Deus da Estrela Polar, tinha um rosto simiesco e achatado, mosqueado de negro. Ele era o padroeiro protetor dos mercadores que lhe faziam regularmente oferendas e fumigações do copal nos pequenos oratórios semeados em sua intenção à beira das estradas.



CARACTERÍSTICAS

Os maias atuais apesar da mestiçagens, nos permitem esboçar um retrato físico aproximado do Maia da época clássica: apresenta estatura baixa, crânio largo e curto, nunca usa barba ou bigode; as orelhas e o nariz, por vezes são furados para receber jóias; o corpo é moreno acobreado, ou totalmente tatuado; cabelos compridos lisos e negros, às vezes em trança.

Trajando seu "serape" (poncho) e uma tanga mais ou menos longa, sandálias de couro de cervo nos pés, seguras por cordões de fibra de agave, ei-lo diante de sua cabana, pacífico e reservado, generoso e hospitaleiro, sonhador e indolente.



Homem de profunda religiosidade, o Maia sempre foi muito social e prestativo, soube canalizar de forma mais natural seu tempo de folga, para participar da obra coletiva que era a edificação das pirâmides e dos templos. Foi deste modo, que seus instintos foram canalizados para uma energia mais produtiva,pois a luta cotidiana contra o sufocamento vegetal e as grandiosas realizações arquitetônicas ocupavam a totalidade do seu tempo e de suas forças.

No momento da conquista espanhola e no decurso das décadas seguintes, os Maias, como os outros índios do México, foram dizimados de maneira catastrófica por meio de massacres, epidemias e abusos inerentes aos trabalhos forçados. Também, como a maioria dos outros índios, a Civilização Maia atual encontra-se cristianizada, contudo, seu universo religioso conservou numerosas sobrevivências do antigo panteão e dos velhos ritos, pode-se falar mesmo de um verdadeiro sincretismo.

Analises sobre Hitler

Lenny Flank, © 1999
Tradução: Gilson C. Santos

Uma acusação comum feita pelos criacionistas é que a teoria evolutiva é "má" e é fonte de racismo em geral, e ditadores assassinos em particular. A afirmação mais freqüentemente ouvida é de que Hitler e seu genocídio racista foi o produto da "filosofia evolutiva". Henry Morris, por exemplo, declara categoricamente, "Entretanto pode-se reagir moralmente contra Hitler, que certamente um evolucionista consistente." (Morris, "Evolution and Modern racism", ICR Impact, Outubro 1973) Morris acrescenta: "As filosofias de Karl Marx e Friedrich Nietzsche -- os precursores de Stalin e Hitler -- têm sido particularmente maléficas em seu efeito: ambos eram evolucionistas dedicados." (Morris, Troubled Waters of Evolution, 1974 p. 33)

Até que ponto essas acusações criacionistas são reais? Não muito. Aparentemente os criacionistas não estão cientes do fato de que a Rússia Stalinista rejeitava a evolução Darwiniana por ser "burguesa" e no lugar adotou a "biologia proletária" não darwiniana de Lysenko e Michurin (um desastre do qual a genética e ciências biológicas russas ainda não se recuperaram completamente). Como para Hitler, mesmo uma leitura rápida de seu livro Mein Kampf revela que a verdadeira fonte da inspiração e exortações de Hitler vieram de uma fonte que os criacionistas, compreensivamente, não gostariam de falar a respeito.

O objetivo de Hitler era a "purificação" da "raça ariana" através da eliminação dos "sub-humanos", que incluíam os judeus, ciganos, asiáticos, negros e todos os que não fossem um branco ariano. Apesar das alegações criacionistas que isso foi baseado na teoria evolucionista de Darwin, os próprios escritos de Hitler mostram uma história bastante diferente. A ICR alega que "Hitler usou a palavra alemã para evolução (Entwicklung) repetidas vezes em seu livro." (ICR Impact, "The Ascent of Racism", Paul Humber Fev 1987) Como muitas das alegações do ICR, isso simplesmente não é verdade -- uma rápida procura de várias traduções on-line para o inglês do Mein Kampf mostra somente UM uso da palavra "evolução [evolution]", num contexto que não se refere a evolução biológica, mas ao desenvolvimento de idéias políticas na Alemanha: "Esta evolução ainda não tomou a forma de uma intenção e movimento conscientes para restaurar o poder político e independência de nossa nação."

Caso o ICR tivesse feito uma leitura ainda que ligeira do Mein Kampf, teriam visto um fonte bastante diferente para a inspiração racista de Hitler daquela que querem nos fazer acreditar. Brancos Arianos, escreveu Hitler, são criações especiais de Deus, a "imagem maior do Senhor", colocados aqui especificamente para governar sobre as raças "sub-humanas": "A cultura e a civilização humana deste continente estão ligados inseparavelmente com a presença dos arianos. Se acabarem ou declinarem, o manto negro de uma era sem cultura cairá novamente sobre o globo. A ruína da existência da cultura humana pela destruição de seu portador parece aos olhos de uma filosofia popular o crime mais execrável. Qualquer um que ouse tocar na imagem maior do Senhor comete um sacrilégio contra o benevolente Criador deste milagre e contribui para a expulsão do paraíso." (todas as citações de Hitler, Mein Kampf, versão on-line) Ações que beneficiam os "sub-humanos" às custas da raça dominante ariana, Hitler declarou, são uma ofensa contra Deus: "É um pecado contra a vontade do Criador Eterno se Seus mais bem dotados por centenas e centenas de milhares são permitidos a degenerar na presença do lamaçal proletário, enquanto hotentotes e bantos Zulus são treinados para profissões intelectuais."

Ao invés de basear seu racismo em alguma teoria evolucionista, Hitler o baseou exatamente em sua visão dos brancos arianos como o povo favorecido de Deus. De fato, Hitler declara solenemente que seu programa de remover judeus e outros "sub-humanos" da Terra é uma tarefa divina imposta a ele pelo Senhor Todo Poderoso: "Pelo que devemos lutar é salva-guardar a existência e reprodução de nossa raça e nosso povo, o sustento de nossas crianças e a pureza de nosso sangue, a liberdade e independência da pátria, de modo que nosso povo possa amadurecer para o cumprimento da missão designada pelo Criador do universo."

Hitler concluiu: "Daqui hoje acredito estar agindo de acordo com a vontade do Criador Todo Poderoso: ao defender-me contra os judeus, estou lutando pela obra do Senhor," acrescentando "Comparado com o slogan absurdo sobre salvaguardar a lei e ordem, assim deixando uma base pacífica para embustes mútuos, a tarefa de preservar e avançar a humanidade maior, dada a esta terra pela benevolência do Todo Poderoso, parece uma missão verdadeiramente grande." Para Hitler, remover os sub-humanos da Terra não era uma questão de biologia ou evolução -- era um mandado divino do próprio Deus, a "obra do Senhor", uma "missão verdadeiramente grande".

Mesmo ao discutir pureza racial e "mistura racial", Hitler não escolheu as palavras da biologia evolutiva ou da eugênia, mas ao invés salientou sua missão divinamente sagrada: "Experiência história oferece provas incontáveis disso. Mostra com clareza terrificante que em cada mistura do sangue ariano com o de pessoas menores o resultado foi o fim das pessoas cultas. A América do Norte, cuja população consiste em sua maior parte de elementos germânicos que se misturaram mas em pequena proporção com pessoas menores de cor, mostra uma humanidade e cultura diferentes da América do Sul e Central, onde os imigrantes predominantemente latinos freqüentemente se misturaram com os aborígines em grande escala. Por este exemplo, podemos clara e distintamente reconhecer o efeito da mistura racial. O habitante germânico do continente americano, que permaneça racialmente puro e não misturado, nasceu para ser o senhor do continente, ele permanecerá o senhor desde que não caia vítima da violação do sangue. Portanto em resumo o resultado de todo o cruzamento racial é sempre o seguinte: Realizar tal desenvolvimento é, então, nada mais do que pecar contra a vontade do Criador Eterno."

O objetivo do "governo popular", então, Hitler declara é "finalmente colocar um final ao constante e continuo pecado original do envenenamento racial, e dar ao Criador Todo Poderoso seres tais quais Ele mesmo criou."

"Os homens que pensam no povo, em particular," Hitler conclui, "têm o dever sagrado, cada em sua própria denominação, de fazer pessoas pararem de apenas falar superficialmente da vontade de Deus, e realmente cumprir a vontade de Deus, e não deixar que a palavra de Deus seja profanada. Pela vontade de Deus deu-se aos homens sua forma, sua essência e suas habilidades. Qualquer um que destrói Sua obra está declarando guerra contra a criação do Senhor, a vontade divina."

Em Mein Kampf, Hitler faz um apelo emocional a Deus para ajudar a ele e ao seu Nazismo em sua tarefa divina: "Então, desde os livros de histórias infantis até o último jornal no país, e cada teatro e cinema, cada pilar onde cartazes são fixados e cada espaço livre nos tapumes devem ser utilizados no serviço desta grande missão, até a covarde súplica, "Senhor, nos liberte," que nossas associações patrióticas mandam aos Céus será transformada em uma oração ardente: 'Deus Todo Poderoso, abençoe nossas forças quando a hora chegar.' " Mais tarde, quando as tropas nazistas invadiram a Europa, cada uma delas usavam fivelas dos cintos militares com a inscrição "Deus está conosco".



Texto publicado em 11/09/04

Biografia d Adolf Hitler

Hitler e o ideal nazista: a mobilização de uma nação em torno de um governo totalitário.

Nascido em 1889, na cidade austríaca de Braunau, Alta Áustria, Adolf Hitler era filho de Alois Hitler, funcionário aduaneiro. Sua mãe, Klara Hitler era prima de seu pai e foi até a casa de Alois para cuidar da sua mulher que já se apresentava adoentada e prestes a morrer. Depois de enviuvar-se, Louis decidiu casar-se com Klara. Para isso, teve que pedir permissão à Igreja Católica, que só liberou o casamento depois da gravidez de Klara.

Do matrimônio de Louis e Klara nasceram dois filhos: Adolf e Paula. Durante os primeiros anos de sua juventude, Adolf era conhecido como um rapaz inteligente e mal-humorado. Na adolescência, foi duas vezes reprovado no exame de admissão da Escola de Linz. Nesse mesmo período começou a formular suas primeiras idéias de caráter anti-semita, sendo fortemente influenciado pelo professor chamado Leopold Poetsch.

A relação de Hitler com seus pais era bastante ambígua. À mãe dedicava extremo carinho e dedicação. Com o pai tinha uma relação conflituosa, marcada principalmente pela oposição que Louis fazia ao interesse de Adolf pelas artes e a arquitetura. Frustrado com o seu insucesso na seqüência de seus estudos, Hitler mudou-se para Viena, aos 21 anos, vivendo de pequenos expedientes. Vivendo em condições precárias, mudou-se para Munique quando tinha 25 anos de idade.

Com a explosão da Primeira Guerra Mundial, decidiu se alistar voluntariamente no Exército Alemão, incorporando o 16º Regimento de Infantaria Bávaro. Lutando bravamente nos campos de batalha, conquistou condecorações por bravura durante sua atuação militar e recomendações de um superior de origem judaica. Depois de se recuperar de uma cegueira temporária, voltou para Munique trabalhando no departamento de imprensa e propaganda do Quarto Comando das Forças Armadas.


Em 1919, depois de presenciar a derrota militar alemã, filiou-se a um pequeno grupo político chamado Partido Trabalhista Alemão. Em meio às mazelas que o povo alemão enfrentava, esse partido discutia soluções extremas mediante os problemas da Alemanha. Entre outros pontos, pregavam a extinção dos tratados da Primeira Guerra, a exclusão sócio-econômica da população judaica, melhorias no campo econômico e a igualdade de direitos políticos.

Utilizando seus grandes dotes oratórios, Hitler começou a angariar a adesão de novos partidários e propôs a mudança do partido para o nome de Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães. A renovação do nome acompanhou a criação de uma nova simbologia ao partido (uma bandeira vermelha com uma cruz gamada) e a incorporação de milícias comprometidas a defender o ideal do partido. As chamadas Seções de Assalto (SA) eram incumbidas de perturbar as reuniões de grupos marxistas, estrangeiros e comunistas.

Dois anos depois de integrar o partido, Hitler tornara-se chefe supremo do Partido Nazista (contração do termo alemão “Nationalsozialist”). Agrupado a um pequeno grupo de partidários, Hitler esboçou um golpe político que foi contido pelas autoridades alemãs. No ano de 1923, foi condenado a cinco anos de prisão, dos quais só cumpriu apenas oito meses. Nesse meio tempo, escreveu as primeiras linhas de sua obra (um misto de autobiografia e manifesto político) chamada “Mein Kampf” (Minha Luta).

Liberto, resolveu remodelar as diretrizes de seu partido incorporando diretrizes do fascismo, noções de disciplina rígida e a formação de grupos paramilitares. Adotando uma teoria de cunho racista, Hitler dizia que o povo alemão era descendente da raça ariana, destinada a empreender a construção de uma nação forte e próspera. Para isso deveriam vetar a diversidade étnica em seu território, que perderia suas forças produtivas para raças descomprometidas com os arianos.

No campo político, o partido de Hitler era contrário à definição de um regime político pluripartidário. A diferença ideológica dos partidos somente serviu para a desunião de uma nação que deveria estar engajada em ideais maiores. Dessa forma, as liberdades democráticas eram vetadas em favor de um único partido liderado por uma única autoridade (no caso, Hitler), que estaria comprometido com a constituição de uma nação soberana. Entre outras coisas, Hitler defendia a construção de um “espaço vital” necessário para a nação ariana cumprir seu destino.

O ideário nazista, prometendo prosperidade e o fim da miséria do povo alemão, alcançou grande popularidade com a crise de 1929. Os nazistas organizavam grandes manifestações públicas onde o ataque aos judeus, marxista, comunistas e democratas eram sistematicamente criticados. Prometendo trabalho e o fim das imposições do Tratado de Versalhes, os nazistas pareciam prometer ao povo alemão tudo que ele mais precisava. Em pouco tempo, grupos empresariais financiaram o Partido Nazista.

No início da década de 1930, o partido tinha alcançado uma vitória expressiva que se manifestou na presença predominante de deputados nazistas, ocupando as cadeiras do Poder Legislativo alemão. No ano de 1932, Hitler perdeu as eleições presidenciais para o marechal Hindenburg. No ano seguinte, não suportando as pressões da crise econômica alemã, o presidente convocou Hilter para ocupar a cadeira de chanceler. Em pouco tempo, Hitler conseguiu empreender sucessivos golpes políticos que lhe deram o controle absoluto da Alemanha.

Depois de aniquilar dissidentes no interior do partido, na chamada Noite dos Longos Punhais, Hitler começou a colocar em prática o conjunto de medidas defendidas por ele e o partido nazista. Organizando várias intervenções na economia, com os chamados Planos Quadrienais, Hitler conseguiu ampliar as frentes de trabalho e reaquecer a indústria alemã. A rápida ascensão econômica veio seguida pela ampliação das matérias primas e dos mercados consumidores. Foi nesse momento que a teoria do Espaço Vital fora colocada em prática.

Hitler, tornando-se um grande líder carismático e ardoroso estrategista, impôs à Europa as necessidades do Estado nazista. Depois de exigir o domínio da região dos Sudetos e assinar acordos de não-agressão com os russos, o governo nazista tinha condições plenas de por em prática seu grande projeto expansionista. Com o início da Segunda Guerra, Hitler obteve grandes vitórias que pareciam lhe garantir o controle de um amplo território, suas profecias pareciam se cumprir.

Somente após a invasão à Rússia e a entrada dos EUA no conflito, a dominação das forças nazistas pôde ser revertida. A vitória dos Aliados entre 1943 e 1944 colocou Hitler em uma situação extremamente penosa. Resistindo à derrota, Hitler resolveu se refugiar em seu bunker, em Berlim. Himmler, um dos generais da alta cúpula nazista, tentou assinar um termo de rendição sem o consentimento de Adolf Hitler. O acordo foi rejeitado pelos Aliados, que continuaram a atacar as tropas alemãs.

Indignado, Hilter resolveu substituir Himmler pelo comandante Hermann Gering, que logo pediu para assumir o governo alemão. Irritado com seus comandados, em um último ato, Hilter nomeou Karl Doenitz como presidente da Alemanha e Joseph Goebbeles, chanceler. Em 30 de abril de 1945, sem oferecer nenhum tipo de resistência militar, Goebbeles, Hitler e sua esposa, Eva Braun, suicidaram-se.

Veja mais:
Alianças Segunda Guerra Mundial
Suástica
Holocausto

Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola

Idade Contemporânea - História Geral - Brasil Escola

Biografia d Adolf Hitler



Hitler e o ideal nazista: a mobilização de uma nação em torno de um governo totalitário.

Nascido em 1889, na cidade austríaca de Braunau, Alta Áustria, Adolf Hitler era filho de Alois Hitler, funcionário aduaneiro. Sua mãe, Klara Hitler era prima de seu pai e foi até a casa de Alois para cuidar da sua mulher que já se apresentava adoentada e prestes a morrer. Depois de enviuvar-se, Louis decidiu casar-se com Klara. Para isso, teve que pedir permissão à Igreja Católica, que só liberou o casamento depois da gravidez de Klara.

Do matrimônio de Louis e Klara nasceram dois filhos: Adolf e Paula. Durante os primeiros anos de sua juventude, Adolf era conhecido como um rapaz inteligente e mal-humorado. Na adolescência, foi duas vezes reprovado no exame de admissão da Escola de Linz. Nesse mesmo período começou a formular suas primeiras idéias de caráter anti-semita, sendo fortemente influenciado pelo professor chamado Leopold Poetsch.

A relação de Hitler com seus pais era bastante ambígua. À mãe dedicava extremo carinho e dedicação. Com o pai tinha uma relação conflituosa, marcada principalmente pela oposição que Louis fazia ao interesse de Adolf pelas artes e a arquitetura. Frustrado com o seu insucesso na seqüência de seus estudos, Hitler mudou-se para Viena, aos 21 anos, vivendo de pequenos expedientes. Vivendo em condições precárias, mudou-se para Munique quando tinha 25 anos de idade.

Com a explosão da Primeira Guerra Mundial, decidiu se alistar voluntariamente no Exército Alemão, incorporando o 16º Regimento de Infantaria Bávaro. Lutando bravamente nos campos de batalha, conquistou condecorações por bravura durante sua atuação militar e recomendações de um superior de origem judaica. Depois de se recuperar de uma cegueira temporária, voltou para Munique trabalhando no departamento de imprensa e propaganda do Quarto Comando das Forças Armadas.


Em 1919, depois de presenciar a derrota militar alemã, filiou-se a um pequeno grupo político chamado Partido Trabalhista Alemão. Em meio às mazelas que o povo alemão enfrentava, esse partido discutia soluções extremas mediante os problemas da Alemanha. Entre outros pontos, pregavam a extinção dos tratados da Primeira Guerra, a exclusão sócio-econômica da população judaica, melhorias no campo econômico e a igualdade de direitos políticos.

Utilizando seus grandes dotes oratórios, Hitler começou a angariar a adesão de novos partidários e propôs a mudança do partido para o nome de Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães. A renovação do nome acompanhou a criação de uma nova simbologia ao partido (uma bandeira vermelha com uma cruz gamada) e a incorporação de milícias comprometidas a defender o ideal do partido. As chamadas Seções de Assalto (SA) eram incumbidas de perturbar as reuniões de grupos marxistas, estrangeiros e comunistas.

Dois anos depois de integrar o partido, Hitler tornara-se chefe supremo do Partido Nazista (contração do termo alemão “Nationalsozialist”). Agrupado a um pequeno grupo de partidários, Hitler esboçou um golpe político que foi contido pelas autoridades alemãs. No ano de 1923, foi condenado a cinco anos de prisão, dos quais só cumpriu apenas oito meses. Nesse meio tempo, escreveu as primeiras linhas de sua obra (um misto de autobiografia e manifesto político) chamada “Mein Kampf” (Minha Luta).

Liberto, resolveu remodelar as diretrizes de seu partido incorporando diretrizes do fascismo, noções de disciplina rígida e a formação de grupos paramilitares. Adotando uma teoria de cunho racista, Hitler dizia que o povo alemão era descendente da raça ariana, destinada a empreender a construção de uma nação forte e próspera. Para isso deveriam vetar a diversidade étnica em seu território, que perderia suas forças produtivas para raças descomprometidas com os arianos.

No campo político, o partido de Hitler era contrário à definição de um regime político pluripartidário. A diferença ideológica dos partidos somente serviu para a desunião de uma nação que deveria estar engajada em ideais maiores. Dessa forma, as liberdades democráticas eram vetadas em favor de um único partido liderado por uma única autoridade (no caso, Hitler), que estaria comprometido com a constituição de uma nação soberana. Entre outras coisas, Hitler defendia a construção de um “espaço vital” necessário para a nação ariana cumprir seu destino.

O ideário nazista, prometendo prosperidade e o fim da miséria do povo alemão, alcançou grande popularidade com a crise de 1929. Os nazistas organizavam grandes manifestações públicas onde o ataque aos judeus, marxista, comunistas e democratas eram sistematicamente criticados. Prometendo trabalho e o fim das imposições do Tratado de Versalhes, os nazistas pareciam prometer ao povo alemão tudo que ele mais precisava. Em pouco tempo, grupos empresariais financiaram o Partido Nazista.

No início da década de 1930, o partido tinha alcançado uma vitória expressiva que se manifestou na presença predominante de deputados nazistas, ocupando as cadeiras do Poder Legislativo alemão. No ano de 1932, Hitler perdeu as eleições presidenciais para o marechal Hindenburg. No ano seguinte, não suportando as pressões da crise econômica alemã, o presidente convocou Hilter para ocupar a cadeira de chanceler. Em pouco tempo, Hitler conseguiu empreender sucessivos golpes políticos que lhe deram o controle absoluto da Alemanha.

Depois de aniquilar dissidentes no interior do partido, na chamada Noite dos Longos Punhais, Hitler começou a colocar em prática o conjunto de medidas defendidas por ele e o partido nazista. Organizando várias intervenções na economia, com os chamados Planos Quadrienais, Hitler conseguiu ampliar as frentes de trabalho e reaquecer a indústria alemã. A rápida ascensão econômica veio seguida pela ampliação das matérias primas e dos mercados consumidores. Foi nesse momento que a teoria do Espaço Vital fora colocada em prática.

Hitler, tornando-se um grande líder carismático e ardoroso estrategista, impôs à Europa as necessidades do Estado nazista. Depois de exigir o domínio da região dos Sudetos e assinar acordos de não-agressão com os russos, o governo nazista tinha condições plenas de por em prática seu grande projeto expansionista. Com o início da Segunda Guerra, Hitler obteve grandes vitórias que pareciam lhe garantir o controle de um amplo território, suas profecias pareciam se cumprir.

Somente após a invasão à Rússia e a entrada dos EUA no conflito, a dominação das forças nazistas pôde ser revertida. A vitória dos Aliados entre 1943 e 1944 colocou Hitler em uma situação extremamente penosa. Resistindo à derrota, Hitler resolveu se refugiar em seu bunker, em Berlim. Himmler, um dos generais da alta cúpula nazista, tentou assinar um termo de rendição sem o consentimento de Adolf Hitler. O acordo foi rejeitado pelos Aliados, que continuaram a atacar as tropas alemãs.

Indignado, Hilter resolveu substituir Himmler pelo comandante Hermann Gering, que logo pediu para assumir o governo alemão. Irritado com seus comandados, em um último ato, Hilter nomeou Karl Doenitz como presidente da Alemanha e Joseph Goebbeles, chanceler. Em 30 de abril de 1945, sem oferecer nenhum tipo de resistência militar, Goebbeles, Hitler e sua esposa, Eva Braun, suicidaram-se.

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Holocausto

Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola

Idade Contemporânea - História Geral - Brasil Escola

Mein Kampf capitulo 4 (3)

Para a Alemanha foi uma felicidade que a guerra de 1914, embora indiretamente, irrompesse por intermédio da Áustria, obrigando os Habsburgos a nela tomarem parte. Tivesse acontecido o contrário e a Alemanha teria ficado sozinha. Nunca o Estado dos Habsburgos teria podido ou mesmo teria querido tomar parte em uma guerra que se originasse de parte da Alemanha. Aquilo que, em relação à Itália, tanto se condenou, ter-se-ia dado mais cedo na Áustria: ela teria ficado "neutra" para assim ao menos salvar o Estado contra uma revolução. O eslavismo austríaco, no ano de 1914, teria preferido destruir a monarquia a consentir no auxilio à Alemanha.
Poucas pessoas naquela ocasião podiam compreender como eram grandes os perigos e dificuldades oriundas das alianças com a monarquia do Danúbio. Em primeiro lugar, a Áustria possuía inimigos demais, que cogitavam de herdar de um Estado carcomido. Não era possível que, no correr do tempo, não surgisse um certo ódio contra a Alemanha, na qual se enxergava a causa do impedimento à queda da monarquia, por todos esperada e desejada. Chegou-se à convicção de que, no final de contas, só se poderia alcançar Viena via Berlim.
A ligação com a Áustria privava a Alemanha das melhores e mais promissoras alianças. Em lugar dessas alianças, surgiu uma situação tensa com a Rússia' e mesmo com a Itália. Em Roma o sentimento geral era tão simpático à Alemanha como antipático à Áustria.
Como os alemães se tinham lançado na política do comércio e da indústria, não havia mais o menor motivo para uma luta contra a Rússia. Somente os inimigos de ambas as nações é que poderiam ter nisso um vivo interesses. De fato, eram em primeira linha judeus e marxistas que, por todos os meios, incitavam a guerra entre os dois Estados.
Essa aliança, em terceiro lugar, tinha em si um grande perigo, pois que com facilidade uma das potências inimigas do império de Bismarck em qualquer tempo poderia mobilizar vários Estados contra a Alemanha, uma vez que estavam em condições de, à custa do aliado austríaco, acenar com as perspectivas de grandes vantagens.
Todo o oriente da Europa poderia levantar-se contra a monarquia do Danúbio, sobretudo a Rússia e a Itália. Nunca se teria realizado a coligação mundial, que se vinha desenvolvendo desde a ação inicial do rei Eduardo, se a Áustria, como aliada da Alemanha, não tivesse oferecido vantagens tão apetecidas pelos inimigos. Só assim foi possível reunir, numa única frente de ataques, países de desejos e objetivos tão heterogêneos. Cada um deles poderia esperar, numa ação conjunta contra a Alemanha, conseguir enriquecer-se. Esse perigo aumentou extraordinariamente pelo fato de parecer que a essa aliança infeliz também estava filiada a Turquia como sócio comanditário.
O mundo financeiro internacional judaico necessitava, porém, desse chamariz, a fim de poder realizar o plano, há muito desejado, da destruição da Alemanha que ainda não se tinha submetido ao controle financeiro e econômico geral, à margem do Estado. Só assim se podia forjar uma coalizão tornada forte e corajosa pelo simples número dos exércitos de milhões em marcha, pronta, finalmente, a avançar contra o lendário Siegfried.
A aliança com a monarquia dos Habsburgos que, já nos tempos em que eu estava na Áustria, tanto me irritava, começou a tornar-se a causa de longas provações intimas que, no correr do tempo, ainda mais reforçavam a minha primeira opinião.
No meio modesto, que eu então freqüentava, nenhum esforço fiz para esconder a minha convicção de que aquele infeliz tratado com um Estado condenado à destruição teria de levar a Alemanha a um colapso catastrófico, a não ser que ela conseguisse desvencilhar-se do mesmo, ainda em tempo. Nunca vacilei, por um momento; mantive-me, nessa convicção, firme como uma rocha, até que, por fim, a torrente da guerra mundial tornou impossível uma reflexão razoável, e o ímpeto do entusiasmo tudo levou de vencida e o dever de todos passou a ser a consideração das realidades, Mesmo quando me achava na frente de batalha, sempre que o problema era discutido, eu exprimia a minha opinião de que quanto mais depressa fosse rompida a aliança tanto melhor para a nação alemã e que sacrificar a monarquia dos Habsburgos não seria sacrifício para a Alemanha, se com isso ela pudesse reduzir o número de seus inimigos, desde que os milhões de capacetes de aço não se tinham reunido para manter uma decrépita dinastia, mas para salvar a nação alemã.
Antes da guerra, parecia, às vezes, que num campo ao menos havia uma leve dúvida quanto à correção da política de aliança que vinha sendo seguida. De tempos a tempos, os círculos conservadores na Alemanha começavam a fazer advertências contra a excessiva confiança nessa política, mas, como tudo mais que era razoável, fazer essas advertências era como falar no deserto. Havia a convicção geral de que a Alemanha estava a caminho de conquistar o mundo, que o êxito seria ilimitado e que nada teria de ser sacrificado.
Mais uma vez, ao "não profissional" nada era permitido fazer senão olhar silenciosamente, enquanto os "profissionais" marchavam diretamente para a destruição, arrastando consigo .a nação inocente, como o caçador de ratos de Hamein.
A causa mais profunda do fato de ter sido possível apresentar a um povo inteiro, como processo político prático, a insensatez de uma "conquista econômica", tendo como objetivo a conservação da paz universal, residia numa enfermidade de todos os nossos pensamentos políticos.
A vitoriosa marcha da técnica e da indústria alemãs, os crescentes triunfos do comércio alemão, fizeram que se esquecesse de que tudo isso só era possível dada a suposição da existência de um Estado forte. Muitos, ao contrário, chegavam até a proclamar a sua convicção de que o Estado devia a sua vida a esses progressos, desde que o Estado, primeiro que tudo e mais que tudo, é uma instituição econômica e deveria ser dirigido de acordo com as regras da economia, devendo, por isso, a sua existência ao comércio - condição que era considerada ser a mais sã e mais natural de todas. Entretanto, o Estado nada tem a ver com qualquer definida concepção ou desenvolvimento econômico.
O Estado não é uma assembléia de negociantes que durante uma geração se reuna dentro de limites definidos para executar projetos econômicos, mas a organização da comunidade, homogênea por natureza e sentimento, unida para a promoção e conservação da sua raça e para a realização do destino que lhe traçou a Providência. Esse e nenhum outro é o objeto e a significação de um Estado. A economia é tão somente um dos muitos meios necessários à realização desse objetivo. Nunca, porém, é o objetivo de um Estado, a não ser que este, desde o princípio, repouse em uma base falsa, por antinatural. Só assim é que se explica que o Estado, como tal, não necessite ter, como condição, uma limitação territorial. Isso só será necessário entre povos sue, por si mesmos, querem assegurar a alimentação de seus irmãos em raça e que, portanto, estão prontos a lutar com o seu próprio trabalho, em prol de sua existência. Os povos que, como zangões, conseguem infiltrar-se no resto da humanidade, a fim de, sob todos os pretextos, fazer com que os outros trabalhem para si, podem, mesmo sem possuírem um "habitat" determinado e limitado, formar um Estado. Isso se dá em primeira linha num povo sob cujo parasitismo, sobretudo hoje, toda a humanidade sofre: o povo judeu.
O Estado judaico nunca teve fronteiras, nunca teve limites no espaço, mas era unido pela raça. Por isso, aquele povo sempre foi um Estado dentro do Estado. Foi um dos mais hábeis ardis já inventados o de encobrir-se aquele Estado sob a capa de religião, obtendo-se assim a tolerância que o ariano sempre estendeu a todos os credos. A religião mosaica nada mais é que uma doutrina para a conservação da raça judaica. Por isso ela abraça quase todos os ramos do conhecimento sociológico, político e econômico que lhe possam dizer respeito.
O instinto de conservação da espécie é sempre a causa da formação das sociedades humanas. Por isso, o Estado é um organismo racial e não uma organização econômica, diferença essa que, sobretudo hoje em dia, passa despercebida aos chamados "estadistas". Daí pensarem estes poder construir o Estado pela economia quando, na realidade, aquele nada mais é que o resultado da atuação daquelas virtudes que residem no instinto de conservação da raça e da espécie. Estas são, porém, sempre virtudes heróicas e nunca egoísmo mercantil, pois que a conservação da existência de uma espécie pressupõe o sacrifício voluntário de cada um. Nisso é que está justamente o sentido da palavra do poeta: "e se não arriscardes a vida, nunca vencereis na vida", isto é, a capacidade de sacrifício de cada um é indispensável para assegurar a conservação da espécie. A condição mais essencial, porém, para a formação e conservação de um Estado é a existência de um sentimento de solidariedade, baseado na identidade de raça, bem como a boa vontade de por ele sacrificar-se. Isso, em povos senhores de seu próprio solo, conduz à formação de virtudes heróicas, em povos parasitas conduz à hipocrisia mentirosa e à crueldade dissimulada, qualidades essas que devem ser pressupostas pela maneira diferente como vivem em relação ao Estado. A formação de um Estado só será possível pela aplicação dessas virtudes, pelo menos originariamente, sendo que na luta pela conservação serão submetidos ao jugo e assim mais cedo ou mais tarde sucumbirão os povos que apresentarem menos virtudes heróicas ou que não estejam na altura da astúcia do parasita inimigo. Mas, também nesse caso, isso deve ser atribuído não tanto à falta de inteligência como à falta de decisão e de coragem, que procura esconder-se sob o manto de sentimento de humanidade.
O fato de a força interna de um Estado só em casos raros coincidir com o chamado progresso econômico mostra claramente como está pouco ligado às virtudes que servem para a formação e conservação do Estado essa prosperidade que, em infinitos exemplos, parece até indicar a próxima decadência do Estado. Se, porém, a formação da comunidade humana tivesse de ser atribuída em primeira linha a forças econômicas, então o mais elevado desenvolvimento econômico significaria a mais formidável força do Estado e não inversamente.
A crença na força da economia para formar e conservar um Estado, torna-se incompreensível, sobretudo quando se trata de um país que, em tudo e por tudo, mostra clara e incisivamente o contrário.- Justamente a Rússia demonstra, de maneira evidentíssima, que não são as condições materiais, mas as virtudes ideais, que tornam possível a formação de um Estado. Somente sob a sua guarda é que a economia consegue florescer, até que, com a decadência das puras forças geradoras do Estado, a economia também decai, processo esse que exatamente agora podemos observar com desesperada tristeza. Os interesses materiais dos homens sempre conseguem prosperar melhor enquanto permanecem à sombra de virtudes heróicas.
Sempre que aumentava o poder político da Alemanha o progresso material se fazia sentir, os negócios começavam a melhorar; ao passo que quando os negócios monopolizavam a vida de nosso povo e enfraqueciam as virtudes de nosso espírito, o Estado desfalecia, arrastando, na sua ruína, os próprios negócios.
E se perguntarmos a nós mesmos quais são as forças que fazem e conservam os Estados, vemos que elas aparecem sob uma única denominação: habilidade e abnegação para o sacrifício individual, por amor da comunidade. Que essas virtudes não têm relação com a economia torna-se óbvio pela compreensão de que o homem nunca se sacrifica por negócios, isto é, os homens não morrem por negócios, mas por ideais. Nada mostrou melhor a superioridade psicológica dos ingleses, na dedicação por um ideal nacional, do que as razões que eles apresentaram para combater. Enquanto nós lutávamos pelo pão quotidiano, a Inglaterra lutava pela "liberdade", não pela própria mas pela das pequenas nações. Na Alemanha todos zombavam ou se irritavam com essa impudência, o que prova quanto se tornara insensata e estúpida a ciência oficial na Alemanha de antes da guerra. Não tínhamos a menor noção da natureza das forças que podem levar os homens à morte por sua livre e espontânea vontade.
Enquanto o povo alemão continuava a pensar, em 1914, que lutava por ideais, ele manteve-se firme; mas logo que se tornou evidente que lutava apenas pelo pão quotidiano, preferiu renunciar ao brinquedo.
Os nosso inteligentes "estadistas", entretanto, ficaram atônitos com essa mudança de sentimento. eles nunca compreenderam que o homem, desde o momento que luta por um interesse econômico, evita o mais que pode a morte, pois que esta o faria perder o gozo do prêmio de sua luta. A preocupação pela salvação de seu filho faz que a mais fraca das mães se torne heroína e somente a luta pela conservação da espécie e da lareira e também do Estado fez, em todos os tempos, com que os homens se jogassem de encontro às lanças dos inimigos.
Pode-se considerar a seguinte frase como uma sentença eternamente verdadeira:
Jamais um Estado foi fundado pela economia pacífica e sim, sempre, pelo instinto de conservação da espécie, esteja este situado no campo da virtude heróica ou da astúcia. O primeiro produz os Estados arianos, de trabalho e cultura, o segundo, colônias judaicas parasitárias. Desde que um povo ou um Estado procura dominar esses instintos, estão atraindo para si a escravidão, a opressão.
A crença de antes da guerra de que era possível ter o mundo aberto para a nação alemã ou de fato conquistá-lo pelo método pacífico de uma política de comércio e colonização, era um sinal evidente de que haviam desaparecido as genuínas virtudes que fazem e conservam os Estados. bem como a intuição, a força de vontade e a determinação que fazem as grandes coisas. Como era de esperar, o resultado imediato disso foi a grande guerra, com todas as suas conseqüências
Para aquele que não examinasse a questão, essa atitude de quase toda a nação alemã era um enigma indecifrável, pois a Alemanha era justamente um exemplo maravilhoso de um império que surgiu de uma política de força. A Prússia - célula mater do Reich - proveio de grandes heroísmos e não de operações financeiras ou negócios comerciais. E o próprio Reich era o mais maravilhoso prêmio da direção da política de força e da coragem indômita dos seus soldados. Como poderia, justamente o povo alemão, chegar a tal amortecimento de seus instintos políticos? Não se tratava, é preciso que se note, de um fenômeno isolado e sim de sintomas de decadência geral que, em proporções verdadeiramente assustadoras, ora flamejavam como fogos-fátuos no seio do povo ora corroíam a nação como tumores malignos. Parecia que uma torrente de veneno constante era impelida por uma força misteriosa até os últimos vasos sangüíneos desse corpo de heróis, com o fim de aniquilar o seu bom senso, o simples instinto de conservação.
Examinando todas essas questões, condicionadas ao meu ponto de vista em relação à política de alianças da Alemanha e à política econômica do Reich, nos anos de 1912 e 1914, restou, como solução do enigma aquela força que já anteriormente eu conhecera em Viena sob prisma inteiramente diverso: a doutrina marxista, sua concepção do mundo e a influência de sua capacidade de organização.
Pela segunda vez na minha vida analisei profundamente essa doutrina de destruição - desta vez porém não mais guiado pelas impressões e efeitos do meu ambiente diário, e sim dirigido pela observação dos acontecimentos gerais da vida política. Aprofundei-me novamente na literatura teórica desse novo mundo, procurei compreender os seus efeitos possíveis, comparei estes com os fenômenos reais e com os acontecimentos no que diz respeito à sua atuação na vida política, cultural e econômica.
Comecei a considerar, pela primeira vez, que tentativa deveria ser feita para dominar aquela pestilência mundial.
Estudei os móveis, as lutas e os sucessos da legislação especial de Bismarck. Gradualmente o meu estudo me forneceu princípios graníticos para as minhas próprias convicções - tanto que desde então nunca pensei em mudar minhas opiniões pessoais sobre o caso. Fiz também um profundo estudo das ligações do marxismo com o judaísmo.
Se, outrora, em Viena, a Alemanha me tinha dado a impressão de um colosso inabalável, começaram agora entretanto a surgir em mim considerações apreensivas. No meu íntimo eu estava descontente com a política externa da Alemanha, o que revelava ao pequeno circulo que meus conhecidos, bem como com a maneira extremamente leviana, como me parecia, de tratar-se o problema mais importante que havia na Alemanha daquela época - o marxismo. Realmente, eu não podia compreender como se vacilava cegamente ante um perigo cujos efeitos - tendo-se em vista a intenção do marxismo tinham de ser um dia terríveis. Já naquela época eu chamava a atenção, no meio em que vivia, para a frase tranqüilizadora de todos os poltrões de então: "A nós nada nos pode acontecer". Esse pestilento modo de pensar já outrora destruíra um império gigantesco. Por acaso só a Alemanha não estaria sujeita às mesmas leis de tidas as outras comunidades humanas?
Nos anos de 1913 e 1914 manifestei a opinião, em vários círculos, que, em parte, hoje estão filiados ao movimento nacional-socialista, de que o problema futuro da nação alemã devia ser o aniquilamento do marxismo.
Na funesta política de alianças da Alemanha eu via apenas o fruto da ação destruidora dessa doutrina. O pior era que esse veneno destruía quase insensivelmente os fundamentos de uma sadia concepção do Estada e da economia, sem que os por ele atingidos se apercebessem de que a sua maneira de agir, as manifestações da sua vontade já eram uma conseqüência destruidora do marxismo.
A decadência do povo alemão tinha começado há muito tempo, sem que os indivíduos, como acontece freqüentemente, pudessem claramente ver os responsáveis pela mesma. Muitas vezes se tentou procurar um remédio para essa enfermidade, mas confundiam-se os sintomas com a causa. Como ninguém conhecia ou queria conhecer a verdadeira causa do mal-estar da nação, a luta contra o marxismo não passou de um charlatanismo sem eficiência.

Mein Kampf 4 (2)

As raças culturalmente melhores, mas menos inexoráveis, teriam de limitar a sua multiplicação, por força da limitação do solo, ao passo que os povos culturalmente mais baixos, naturalmente mais brutais, ainda estariam, em conseqüência da maior superfície disponível, em condições de se reproduzirem ilimitadamente, por outras palavras, dia viria em que o mundo passaria a ser dominado por uma humanidade culturalmente inferior, porém mais enérgica.
Assim, para um futuro não muito remoto, só há duas possibilidades: ou o mundo será governado nos moldes de nossas modernas democracias e então o fiel da balança decidirá a favor das raças numericamente mais fortes, ou o mundo será - governado segundo as leis da ordem natural e vencerão então os povos de vontade brutal e, por conseqüência, não a nação que se limita a si mesma.
O que ninguém poderá duvidar é que o mundo será exposto às mais graves lutas pela existência da humanidade. No fim, vence sempre o instinto da conservação. Sob a pressão deste, desaparece o que chamamos espírito de humanidade como expressão de uma mistura de tolice, covardia e pretensa sabedoria, tal qual a nave ao sol de março. A humanidade tornou-se grande na luta eterna, na paz eterna ela perecerá.
Para nós, alemães, porém, a senha da colonização interna já é funesta, pois, entre nós, ela imediatamente reforça a opinião de termos achado um meio que, de acordo com o espírito pacifista, permite podermos numa vida de torpor, "ganhar" a existência. Essa doutrina, tomada a sério entre nós, significa o fim de todo o esforço no sentido de conservarmos no mundo o lugar que nos compete. Desde que o alemão médio se tenha convencido de poder garantir-se por esse meio a vida e o futuro, qualquer tentativa de uma interpretação ativa e, portanto, frutuosa, das necessidades vitais da Alemanha estaria perdida. Toda política externa verdadeiramente útil poderia ser considerada impossível com uma tal opinião da nação, e, com isso, o futuro do povo alemão estaria prejudicado.
Tendo-se em vista essas conseqüências, deve-se concordar que não é por acaso que, em primeira linha, são sempre os judeus que procuram e sabem inocular, no espírito do povo, tão perigosas idéias, aliás mortalmente perigosas. Eles conhecem muito bem as pessoas com que têm de tratar para não saberem que essas são vitimas agradecidas de qualquer charlatão que lhes diga haver sido descoberto o meio de enganar a natureza, de modo a tornar supérflua a dura e inexorável luta pela existência, para, em seu lugar, ora com trabalho ou mesmo sem nada fazer, conforme calha a cada um, assenhorear-se do planeta.
Não é nunca demasiado insistir em que toda colonização alemã interna tem de servir, em primeiro plano, para evitar males sociais, sobretudo para livrar a terra da especulação geral. Entretanto nunca poderá ser suficiente para assegurar o futuro da noção sem a conquista de novos territórios.
Se agirmos de outra maneira, não só chegaremos a esgotar as nossas terras como também as nossas forças.
Finalmente, há a constatar ainda o seguinte:
A limitação, implícita, na colonização interna, a uma determinada pequena superfície de solo, bem como o efeito final que se lhe segue da restrição da reprodução, conduz o povo a uma situação político-militar extraordinariamente desfavorável.
A garantia da segurança externa de um povo depende da extensão de seu "habitat". Quanto maior for o espaço de que um povo disponha, tanto maior é sua proteção natural; pois sempre foram conseguidas vitórias militares mais rápidas e, por isso mesmo, mais fáceis e especialmente mais eficientes e mais completas contra povos apertados em pequenas superfícies de terra do que contra Estados de vasta extensão territorial. Na grandeza do território há, pois, sempre, uma certa proteção contra ataques repentinos, visto como o êxito só será conseguido após longas e severas lutas e, por isso, o risco de um ataque temerário parecerá demasiado grande, a não ser que existam motivos excepcionais. Na vastidão territorial, em si mesma, já existe uma base para a fácil conservação da liberdade e da independência de um povo, enquanto que, ao contrário, a pequenez territorial como que desafia a conquista.
De fato, as duas primeiras possibilidades para se conseguir um equilíbrio entre a população crescente e o solo invariável em grandeza, foram rejeitadas pelos chamados círculos nacionais do Reich. Os motivos que determinaram essa atitude eram, entretanto, outros que os indicados acima. Relativamente à limitação dos nascimentos, a atitude era de recusa, em primeiro lugar por um certo sentimento moral. A colonização interna era repelida com desapontamento, pois que se farejava, nela, um ataque contra a grande propriedade rural e o começo de uma luta geral contra a propriedade particular. Pela forma por que sobretudo essa última terapêutica era recomendada podia-se imediatamente ver a condenação dessa hipótese.
De um modo geral, a defesa em face da grande massa não era muito hábil e de modo algum atingia o âmago do problema.
Em face disso, só restavam dois caminhos- para assegurar um trabalho são à população crescente.
3° Podiam-se adquirir novos territórios, a fim de, anualmente, derivar os milhões excedentes, conservando dessa maneira a nação em condições de poder alimentar-se a si mesma, ou se passaria a:
4° Produzir, por meio da indústria e do comércio, para o consumo estrangeiro, a fim de, por esse modo, garantir a vida do povo.
Portanto, política rural, colonial ou comercial.
Ambos os caminhos foram, sob vários pontos de vista, considerados, examinados, recomendados e combatidos.
O primeiro ponto de vista sem dúvida teria sido o mais são dos dois. A aquisição do novo território para nele acomodar o excesso da população encerra vantagens infinitamente maiores, especialmente se se toma em consideração o futuro e não o presente.
Só as vantagens da conservação de uma classe de camponeses, como fundamento de toda a nação, são enormes. Muitos dos nossos males atuais não são mais que a conseqüência do desequilíbrio entre o povo dos campos e o das cidades. Uma base firme constituída de pequenos e médios camponeses foi, em todos os tempos, a melhor defesa contra as enfermidades sociais do gênero das que nos afligem hoje em dia. Essa é também a única saída que permite a um povo encontrar o pão de cada dia nos limites da sua vida econômica. A indústria e o comércio recuam de sua posição de dirigentes e se colocam no quadro geral de uma economia nacional de consumo e compensação. Ambos não são mais a base de alimentação do povo e sim um auxílio para a mesma. Dispondo eles de uma compensação entre a produção e o consumo, tornam toda a alimentação do povo mais ou menos independente do exterior. Ajudam, portanto, a assegurar a liberdade do Estado e a independência da nação, sobretudo nos dias graves.
Entretanto, uma tal política rural não poderá ser realizada, por exemplo, no Camerun e sim quase que exclusivamente na Europa. Calma e modestamente, temos de colocar-nos no ponto de vista de que certamente não deve ter sido a intenção do céu dar a um povo cinqüenta vezes mais terra do que a outro. Nesse caso, os limites políticos não devem afastar-se dos limites do direito eterno. Se é verdade que o mundo tem espaço para todos viverem, então que se nos dê também o solo necessário à nossa vida.
Isso naturalmente não será feito de boa vontade. O direito da própria conservação fará então sentir os seus efeitos; e o que é negado por meios suasórios tem de ser tomado à força.
Tivessem os nossos antepassados feito depender as suas decisões de tolices pacifistas, como se faz atualmente, e não possuiríamos mais que um terço do nosso atual território. Não é a isso que devemos as duas Marcas orientais do Reich e, com elas, a força interior da grandeza do domínio territorial de nosso Estado, o que nos tem permitido existir até hoje.
Há outra razão para que essa solução seja considerada correta:
Muitos Estados europeus de hoje são semelhantes a pirâmides que se sustêm sobre o seu vértice. As suas possessões na Europa são ridículas comparativamente com a sua pesada carga de colônias, comércio estrangeiro, etc. Poder-se-ia dizer: ponto na Europa e base em todo o mundo. Inversa é a situação dos Estados Unidos, cuja base está sobre o seu próprio continente e cujo ápice é o seu ponto de contato com o resto do globo. Daí a grande força interna daquele Estado e a fraqueza da maioria das potências colonizadoras européias.
Mesmo a Inglaterra não é prova em contrário, pois sempre nos inclinamos a esquecer a verdadeira natureza do mundo anglo-saxão em relação ao Império britânico. Pelo fato de possuir a mesma língua e a mesma cultura que os Estados Unidos, a Inglaterra não pode ser comparada com nenhum outro Estado da Europa.
Por isso, a única esperança de realizar a Alemanha uma política territorial sadia está na aquisição de novas terras na própria Europa. As colônias são inúteis para esse fim, por parecerem impróprias para o estabelecimento de europeus em grande número. Entretanto, no século dezenove, já não era mais possível adquirir, por métodos pacíficos, tais territórios para efeitos de colonização. Uma política de colonização dessa espécie só poderia ser realizada por meio de uma luta áspera, que seria mais razoável se aplicada na obtenção de território no continente, próximo da pátria, de preferência a quaisquer regiões fora da Europa.
Uma tal decisão exige, porém, a solidariedade de toda a nação. Não é possível abordar, com meias medidas ou com hesitações, uma tarefa cuja execução só é viável pelo emprego de toda a energia nacional. A direção política do Reich teria de dedicar-se exclusivamente a esse fim; nenhum passo deveria ser dado por outras considerações que não fosse o reconhecimento dessa tarefa e das condições pare o seu êxito. Deveria ficar bem claro que esse objetivo só poderia ser atingido em luta, tendo-se tranqüilamente em mira o movimento das armas.
Todas as alianças deveriam ser examinadas exclusivamente sob esse ponto de vista e apreciadas quanto à sua utilidade nesse objetivo. Houvesse o desejo de adquirir territórios ria Europa e isso teria de dar-se de um modo geral à custa da Rússia. O novo Reich teria de novamente pôr-se em marcha na estrada dos guerreiros de outrora, a fim de, com a espada alemã, dar ao arado alemão a gleba e à nação o pão de cada dia.
Para uma tal política só havia um possível aliado na Europa: Inglaterra.
A Grã-Bretanha era a única potência que poderia proteger a nossa retaguarda, suposto que déssemos início a uma nova expansão germânica. Teríamos tanto direito de fazê-lo quanto tiveram os nossos antepassados. Nenhum dos nossos pacifistas se nega a comer o pão do Oriente, embora o primeiro arado outrora tivesse sido a espada.
Nenhum sacrifício deveria ser considerado demasiado grande nesse trabalho de conquistar as simpatias da Inglaterra. Dever-se-ia renunciar às colônias e ao poderio naval, e evitar a concorrência à indústria britânica.
Somente uma atitude absolutamente clara poderia conduzir a um tal objetivo: renúncia a uma marinha de guerra alemã, concentração de todas as forças do Estado no exército. Ê verdade que o resultado seria uma limitação temporária, entretanto abrir-se-iam os horizontes para um grande futuro.
Houve uma época em que a Inglaterra nos daria atenção nesse sentido, porque ela compreendia muito bem que, devido a sua crescente população, a Alemanha teria de procurar qualquer saída e de achá-la na Europa, com o auxílio inglês, ou, sem esse auxílio, em qualquer outra parte do mundo.
A tentativa para se obter uma aproximação com a Alemanha, feita no dobrar do século, foi devida em tudo e por tudo a esse sentimento. Mas aos alemães não agradava "tirar as castanhas do fogo" para a Inglaterra, - como se fosse possível uma aliança sobre outra base que não a da reciprocidade. Baseado nesse princípio, o negócio poderia muito bem ter sido feito com a Inglaterra. A diplomacia britânica era bastante hábil para saber que nada era lícito esperar sem reciprocidade.
Imaginemos que a Alemanha, com uma hábil política exterior, tivesse representado o papel que o Japão representou em 1904, e, dificilmente, poderemos prever as conseqüências que isso teria tido para o país.
Jamais teria havido a "Guerra Mundial".
No ano de 1904, o sangue teria sido dez vezes menos que o que se derramou em 1914-18.
Mas que posição ocuparia a Alemanha, hoje em dia, no mundo!
Sobretudo a aliança com a Áustria foi uma idiotice.
Essa múmia de Estado uniu-se à Alemanha não para lutar com ela na guerra mas para conservar uma eterna paz, a qual então poderia ser utilizada, de uma maneira inteligente, para a destruição lenta porém segura do germanismo na Monarquia. Essa aliança era absolutamente inviável, pois que não se poderia esperar por muito tempo uma defesa ofensiva dos interesses nacionais alemães em um Estado que não possuía nem a força nem a decisão para limitar o processo de desgermanização nas suas fronteiras imediatas. Se a Alemanha não possuía consciência nacional bastante e também a impavidez para arrancar ao impossível Estado dos Habsburgos o mandato sobre o destino de dez milhões de irmãos de raça, não se poderia, então, na verdade, esperar que jamais ela recorres. se a planos de tão larga visão e tão audaciosos. A atitude do velho Reich em relação ao problema austríaco foi a pedra-de-toque de sua atitude na luta decisiva de toda a nação.
Ninguém observava como, ano a ano, o germanismo era cada vez mais oprimido e que o valor da aliança, de parte da Áustria, era determinado exclusivamente pela conservação dos elementos alemães. Mas absolutamente não se seguiu esse caminho.
Nada temiam tanto como a luta e, finalmente, na hora mais desfavorável, foram constrangidos a ela.
Queriam fugir ao destino e foram surpreendidos por ele. Sonhavam com a conservação da paz do mundo e caíram na guerra mundial.
E esse foi o mais importante motivo porque não se deu o devido valor a essa terceira saída para a garantia do futuro alemão. Sabia-se que a conquista do novo solo só podia ser alcançada a leste. A luta necessária foi prevista, mas o que se queria a todo preço era a paz. A senha da política externa há muito que não era mais a conservação da nação alemã a todo transe, mas a conservação da paz universal, por to. dos os meios. Ainda voltarei a falar mais detalhadamente sobre esse ponto.
Assim, restava ainda a quarta possibilidade: indústria e comércio universais, poder naval e colônias.
Um tal desenvolvimento era na verdade mais fácil e mais rapidamente acessível. O povoamento do solo é um processo mais lento e que dura, às vezes, séculos. É, porém, justamente nisso que se deve procurar a sua força intrínseca. Não se trata de um flamejar repentino, mas de um crescimento lento, mas fundamental e constante, em contraposição a um desenvolvimento industrial que pode ser improvisado no correr de poucos anos, assemelhando-se, porém, mais a uma bolha de sabão que a força solida, É verdade que mais rapidamente se constrói uma esquadra do que, em luta tenaz, se erige uma estância e coloniza-se a mesma com lavradores; entretanto aquela também mais facilmente se aniquila do que esta última. Contudo, se a Alemanha, não obstante, trilhava esse caminho, ao menos deveria reconhecer-se claramente que esse programa um dia acabaria em luta, só crianças imaginariam que se pode conseguir o desejado alimento, pela boa conduta e pela declaração de sentimentos de paz, na "concorrência pacífica dos povos", como tanto e tão suntuosamente se tagarelava sobre esse assunto, como se tudo se pudesse obter sem lançar mão das armas.
Não. Se continuássemos a trilhar esse caminho, a Inglaterra um dia se tornaria nossa inimiga. Nada mais insensato do que o desapontamento que experimentamos, pelo fato de a Inglaterra tomar um dia a liberdade de enfrentar a nossa tendência pacifista com a crueldade do egoísta violento. Só a nossa reconhecida ingenuidade se poderia surpreender com esse desfecho.
Nunca deveríamos ter agido assim!
Se uma política de aquisição territorial na Europa só poderia ser feita em aliança com a Inglaterra contra a Rússia, uma política de colônias e de comércio mundial, por outro lado, só seria concebível em uma aliança com a Rússia contra a Inglaterra. Nesse caso, dever-se-ia chegar inexoravelmente às últimas conseqüências, pondo se a Áustria à margem.
Considerada sob todos os pontos de vista, essa aliança com a Áustria era, já no dobrar do século, uma verdadeira loucura.
Entretanto, não se pensava numa aliança com a Rússia contra a Inglaterra, nem tão pouco com a Inglaterra contra a Rússia, pois, em ambos os casos, o resultado teria sido a guerra e, para evitá-la, é que se decidiu adotar a política comercial e industrial. A conquista "econômica pacifica" era uma receita que de uma vez por todas estava destinada a dar um golpe decisivo na política de violência de até então. Talvez não houvesse completa confiança nessa política, sobretudo tendo-se em vista que, de tempos a tempos, surgiam, vindas do lado da Inglaterra, ameaças inteiramente incompreensíveis. Finalmente capacitaram-se os alemães da necessidade de construir-se uma frota, não com o propósito de atacar e destruir, mas para defender a paz mundial e para a "conquista pacífica do mundo". Por isso tiveram de mantê-la em escala modesta, não somente quanto ao número mas também quanto à tonelagem de cada navio e ao respectivo armamento, de modo a tornar evidente que o seu fim último era pacífico.
Conversar em "conquista pacífica do mundo" foi a maior loucura que já se tomou como princípio dirigente de uma política nacional, especialmente porque não se recuava em citar a Inglaterra para provar que era possível pô-la em prática. O mal feito pelos nossos professores com o seu ensinamento de história e com suas teorias dificilmente pode ser remediado e apenas prova, de modo evidente, quantas pessoas "ensinam" história sem compreendê-la, sem percebê-la. Exatamente na Inglaterra ter-se-ia de reconhecer uma evidente refutação à teoria. De lato, nenhuma outra nação se preparou melhor para a conquista econômica, mesmo com a espada ou mais tarde a sustentou mais inexoravelmente que a inglesa. Não é a característica dos estadistas ingleses tirarem lucro econômico da força política e imediatamente transformarem o lucro econômico em força política? Assim foi um erro completo imaginar que a Inglaterra seria demasiado covarde para derramar o seu sangue em defesa de sua política econômica. O fato de não possuírem os ingleses um exército nacional não era prova em contrário; porque não é a forma das forças militares que importa, mas antes a vontade e a determinação de força existente. A Inglaterra sempre possuiu os armamentos de que necessitava. Sempre lutou com as armas precisas para garantir o êxito da sua política. Lutou com mercenários enquanto os mercenários bastavam aos seus planos, mas lançou mão do melhor sangue de toda a nação quando tal sacrifício foi necessário para assegurar a vitória. Sempre teve a determinação de lutar e sempre foi tenaz e inexorável na sua maneira de conduzir a guerra.
Na Alemanha, entretanto, com o correr do tempo se estimulava, por meio das escolas, da imprensa e dos jornais humorísticos, a que se tivesse da vida inglesa e mais ainda do Império uma idéia própria a conduzir a inoportuna decepção; porque tudo gradualmente se contaminou com essa tolice e o resultado foi a opinião falsa sobre os ingleses, que se traduziu em amarga desforra por parte deles, Essa idéia correu tão largamente que toda a gente estava convencida de que o inglês, tal qual o imaginavam, era um homem de negócios, ao mesmo tempo ladino e incrivelmente covarde. Jamais ocorreu aos nossos dignos mestres da ciência professoral que um Império vasto como o Império britânico não poderia ser fundado e conservado unido apenas com astúcia e métodos escusos. Os primeiros que advertiram sobre esse assunto não foram ouvidos ou tiveram de ficar em silêncio. Recordo-me perfeitamente do espanto de meus camaradas quando nos enfrentamos com os "Tommies" em Flandres. Depois dos primeiros dias de luta, alvoreceu no cérebro de cada um a noção de que aqueles escoceses não correspondiam exatamente à gente que os escritores de jornais humorísticos e as notícias da imprensa entendiam descrever-nos.
Comecei então a refletir sobre a propaganda e sobre as suas formas mais úteis.
Esse falseamento certamente tinha suas vantagens para aqueles que o propagavam. Estavam aptos a demonstrar, com exemplos, por mais incorretos que estes fossem, se era correta a idéia de uma conquista econômica do mundo. O que o inglês conseguiu nós poderíamos também conseguir, havendo para nós a vantagem especial de nossa maior probidade, a ausência daquela perfídia especificamente inglesa. Era de esperar ainda com isso ganharmos mais facilmente a simpatia de todas as pequenas nações e a confiança das grandes.
Não compreendíamos que a nossa probidade causasse aos outros um íntimo horror, desde que acreditávamos seriamente em tudo isso, enquanto o resto do mundo via nessa conduta a expressão de uma falsidade astuta, até que, com o maior espanto, a revolução proporcionou uma visão mais profunda da ilimitada tolice de nosso modo de pensar.
Pela tolice dessa "conquista econômica pacífica" do mundo se depreende imediatamente a tolice da tríplice aliança. Com que Estado se podia, pois, fazer aliança? Conjuntamente com a Áustria, não era possível pensar em conquistas guerreiras, mesmo na Europa. Justamente nisso é que estava, desde o primeiro momento, a fraqueza intrínseca da aliança. Um Bismarck podia tomar a liberdade de um tal expediente, mas não nenhum dos seus ignorantes sucessores, muito menos numa época em que não existiam mais as mesmas condições da aliança promovida por Bismarck. Bismarck acreditava ainda que a Áustria fosse um Estado alemão. Com a introdução do sufrágio universal, tinha esse país, entretanto, paulatinamente, adotado um sistema de governo parlamentar e antigermânico.
A aliança com a Áustria, sob o ponto de vista racial e político, foi simplesmente nociva. Tolerava-se o desenvolvimento de uma nova potência eslava na fronteira do Reich, potência essa que mais cedo ou mais tarde teria de tomar atitudes em relação à Alemanha muito diferentes da Rússia, por exemplo. Com isso a aliança de ano para ano tinha de tornar-se cada vez mais fraca, à proporção que os únicos portadores desse pensamento na monarquia perdiam influência e eram desalojados das posições dominantes.
Já pelo dobrar do século, a aliança com a Áustria tinha entrado na mesma fase que a aliança da Áustria com a Itália.
Só havia duas possibilidades: ou prevalecia a aliança com a monarquia dos Habsburgos ou se protestava contra o combate ao germanismo na Áustria. Entretanto, quando se inicia tal movimento, o resultado final, geralmente, é a luta aberta, declarada.
O valor da tríplice aliança era, psicologicamente, de somenos importância, uma vez que a força de uma aliança declina quando se limita a manter uma situação existente. Por outro lado, uma aliança será tanto mais forte quanto mais as potências contratantes estejam convencidas de que, com a mesma, podem obter uma vantagem tangível, definida.
Isso era compreendido em vários meios, mas infelizmente não o era pelos chamados "profissionais". Ludendorff, então coronel no grande estado-maior, apontava essa fraqueza um memorando escrito em 1912. Naturalmente os "estadistas" se' recusaram a dar qualquer importância ao assunto, pois a razão, que está ao alcance de qualquer mortal, escapa aos "diplomatas".

Mein Kampf capitulo 4

CAPÍTULO IV - MUNIQUE

Na primavera de 1912 fui definitivamente para Munique.
Aquela cidade parecia-me tão familiar como se eu tivesse morado há longo tempo dentro de seus muros. Isso provinha do fato de que os meus estudos a cada passo se reportavam a essa metrópole da arte alemã. Quem não conhece Munique não viu a Alemanha, quem não viu Munique não conhece a arte alemã.
Entretanto, esse período anterior à guerra foi o mais feliz e tranqüilo de minha vida. Se bem que os meus salários fossem ainda muito reduzidos, eu não vivia para poder pintar, mas pintava para dessa maneira, assegurar a minha vida ou, melhor, para assim poder continuar os meus estudos. Eu estava convencido de que um dia ainda conseguiria o meu objetivo. E só isso já me fazia suportar com indiferença todos os pequenos aborrecimentos da vida quotidiana. Acrescente-se mais o grande amor que eu tinha por aquela cidade, quase que desde a primeira hora da minha permanência ali. Uma cidade alemã! Que diferença de Viena! Sentia-me mal em pensar naquela babel de raças. Além disso, o dialeto muito mais chegado a mim, me fazia lembrar a minha juventude, sobretudo no trato com a Baixa Baviera. Havia milhares de coisas que já eram ou com o tempo se me tornaram caras. O que, porém, mais me atraía era a admirável aliança da força e da arte no ambiente geral, essa linha única de monumentos que vai do Hofbräuhaus ao Odeon, da Ocktoberfest à Pinacoteca. Sinto-me hoje pertencer mais àquela cidade do que a qualquer outro lugar do mundo e isso devido ao fato de estar a mesma inseparavelmente ligada à minha própria vida, à minha evolução. O fato de, já naquela ocasião, eu gozar uma verdadeira tranqüilidade, era de atribuir-se ao encanto que a admirável residência de Witteisbach exerce sobre todos os homens que possuam qualidades intelectuais aliadas a sentimentos artísticos.
O que, afora os trabalhos de minha profissão, mais me atraía, era o estudo dos acontecimentos políticos do dia, sobretudo os da política externa. Eu cheguei a estes através dos rodeios da política alemã de aliança, a qual, desde os meus tempos da Áustria, considerava absolutamente falsa. Apenas não compreendera, em Viena, em toda a sua extensão, como o Reich a si mesmo se enganava, com a prática daquela política. Já naquela época estava eu inclinado a admitir - ou procurava convencer-me a mim mesmo, exclusivamente como desculpa - que possivelmente em Berlim já se sabia quão fraco e pouco merecedor de confiança seria na realidade o aliado austríaco, o que, entretanto, por motivos mais ou menos secretos, se mantinha sob reserva, a fim de apoiar uma política de aliança que o próprio Bismarck havia inaugurado e cujo abandono brusco não era aconselhável, para não assustar o estrangeiro ou inquietar o povo, no interior.
Entretanto, as minhas relações, sobretudo entre o povo, fizeram que muito depressa verificasse, horrorizado, que essa minha convicção era falsa. Com grande surpresa minha, tive de constatar, em toda parte, que, mesmo nos círculos bem informados, não se tinha a mais pálida idéia do caráter da monarquia dos Habsburgos. Justamente entre o povo dominava a persuasão de que o aliado devia ser considerado uma potência de verdade que, na hora do perigo, agiria como um só homem. No seio da massa, considerava-se sempre a Monarquia como um Estado "alemão" e pensava-se também poder contar com ela. Pensava-se que a força nesse caso também podia ser computada por milhares, como por exemplo na própria Alemanha, e esquecia-se, inteiramente:
1.°) que, há muito tempo. a Áustria deixara de ser um Estado de caráter alemão;
2.°) que as condições internas daquele país cada vez mais tendiam para a desagregação.
Naquele tempo se conhecia melhor aquela estrutura de Estado do que a chamada "diplomacia" oficial, a qual, como quase sempre, cambaleava cegamente para a fatalidade. A disposição de ânimo do povo nada mais era que o resultado daquilo que de cima se despejava na opinião pública. Os de cima, porém, mantinham pelo aliado um culto como pelo bezerro de ouro. Esperava-se poder substituir por habilidade aquilo que faltava em sinceridade. Tomavam-se sempre as palavras como valores reais.
Em Viena eu me encolerizava ao constatar a diferença que, de tempos a tempos, aparecia entre os discursos dos estadistas oficiais e o modo de expressar-se da imprensa local. Entretanto, Viena era, ao menos aparentemente, uma cidade alemã. Como eram diferentes as coisas, quando se saia de Viena, ou melhor da Áustria alemã, e se caía nas províncias eslavas do Reich! Bastava que se manuseassem os jornais de Praga para saber-se de que maneira era ali julgada a sublime fantasmagoria da Tríplice Aliança. Ali só havia cruel ironia e sarcasmo para essa obra-prima dos "estadistas". Em plena paz, enquanto os dois imperadores trocavam entre si o beijo da amizade, ninguém ocultava que essa aliança desapareceria no dia em que se tentasse, do mundo de fantasias, - espécie de ideal dos Nibelungen - transportá-la para a realidade prática.
Quanta excitação houve quando, alguns anos depois, chegada a hora da prova da Tríplice Aliança, a Itália abandonou-a, deixando os seus dois companheiros, para, enfim, transformar-se em inimiga! A não ser para aqueles que estivessem atacados de cegueira diplomática, era simplesmente incompreensível que, mesmo por um minuto, se pudesse acreditar no milagre de vir a Itália a combater ao lado da Áustria. Entretanto, as coisas na Áustria não se passavam de modo diferente.
Na Áustria, só os Habsburgos e os alemães eram adeptos da idéia de aliança. Os Habsburgos por cálculo e necessidade; os alemães por credulidade e estupidez política. Por credulidade, porque eles pensavam, por meio da Tríplice Aliança, prestar um grande serviço à Alemanha, fortalecê-la e protegê-la; por estupidez política, porém, porque o que eles imaginavam não correspondia à realidade, pois que estavam apenas concorrendo para acorrentar o Império à carcassa de um Estado morto, que teria de arrastá-los ao abismo, sobretudo porque aquela aliança contribuía para, cada vez mais, desgermanizar a própria Áustria. Porque, desde que os Habsburgos acreditavam que uma aliança com o Império poderia garanti-los contra qualquer interferência de parte deste - e infelizmente nisso tinham razão - eles ficavam capacitados a continuarem na sua política de livrar-se, gradualmente, da influência germânica no interior, com mais facilidade e menos risco. Eles tinham que temer qualquer protesto de parte do governo alemão, que era conhecido pela "objetividade" de seu ponto de vista e, além disso, tratando com os austríacos alemães, podiam sempre fazer calar qualquer voz impertinente que se levantasse contra qualquer feio exemplo de favoritismo para com os eslavos, com uma simples referência à Tríplice Aliança.
Que poderia fazer o alemão na Áustria, se o próprio alemão do Império exprimia reconhecimento e confiança no governo dos Habsburgos?
Deveria oferecer resistência para depois ser estigmatizado por toda a opinião pública alemã como traidor da própria nacionalidade? Ele, que há dezenas de anos vinha fazendo os maiores sacrifícios pela sua nacionalidade!
Que valor, porém, possuía essa aliança, caso tivesse sido destruído o germanismo da monarquia dos Habsburgos. Não era, para a Alemanha, o valor da Tríplice Aliança, dependente da manutenção da hegemonia alemã na Áustria? Ou acreditava-se, por acaso, que mesmo com a eslavização do Império dos Habsburgos, se pudesse manter a aliança?
A atitude da diplomacia alemã oficial, bem como também de toda a opinião pública com relação ao problema interno das nacionalidades na Áustria, não era simplesmente uma tolice mas uma verdadeira loucura! Contava-se com uma aliança, fazia-se o futuro e a segurança de um povo de setenta milhões de habitantes dependerem dela - e ficava-se observando, impassível, como, de ano para ano, a única base para essa aliança era sistematicamente, infalivelmente destruída pelo aliado! Chegaria o dia em que restaria apenas um "tratado" com a diplomacia vienense, mas o auxílio do aliado do Império faltaria no momento oportuno.
Na Itália isso se verificara desde o princípio.
Se se tivesse feito um estudo mais inteligente da história da Alemanha e da psicologia da raça, ninguém poderia ter acreditado, por um instante, que o Quirinal de Roma e o Hofburg de Viena viessem um dia a lutar, lado a lado, em uma frente única de batalha. A Itália se transformaria num vulcão antes que qualquer governo ousasse enviar um só italiano a combate. O Estado dos Habsburgos era fanaticamente odiado. Os italianos só poderiam marchar como inimigos! Mais de uma vez vi flamejar em Viena o apaixonado desdém e insondável ódio que mantinham os italianos contra o Estado austríaco. Os erros e crimes da Casa de Habsburgo, no decurso dos séculos, contra a liberdade e a independência da Itália, eram demasiado grandes para jamais serem esquecidos, mesmo na hipótese de haver qualquer desejo nesse sentido. Não havia tal desejo nem entre o povo nem de parte do governo italiano. Para a Itália, por isso, só havia dois modos possíveis de tratar com a Áustria - a aliança ou a guerra.
Tendo escolhido o primeiro, podiam eles preparar-se calmamente para o segundo.
A política alemã de aliança era ao mesmo tempo inexpressiva e arriscada, especialmente desde que as relações da Áustria para com a Rússia tendiam crescentemente para uma solução pela guerra.
Foi esse um caso clássico, em que se pôde constatar a falta de grandiosas e acertadas linhas de conduta.
Por que, pois, foi concluída uma aliança? Simplesmente para garantir o futuro do Reich, quando ele estava em posição de manter-se sobre os próprios pés. O futuro do Reich estava na política de habilitar, por todos os meios, a nação alemã a continuar existindo.
Por conseqüência, o problema deveria ter sido posto assim: que forma deverá assumir a vida da nação alemã em um futuro tangível? E como se poderá garantir a essa evolução os necessários fundamentos e a necessária segurança, no quadro do concerto das potências européias?
Considerando claramente as condições para a atividade da política externa, tinha-se de fatalmente chegar à seguinte convicção:
A Alemanha tem um acréscimo de população de, aproximadamente, 900 mil almas por ano. A dificuldade de alimentação desse exército de novos cidadãos tem de aumentar de ano para ano e acabar finalmente numa catástrofe, caso se não encontrem meios de, em tempo, dominar o perigo da miséria e da fome.
Havia quatro caminhos para evitar esse tremendo desenlace.
1° Podia-se, a exemplo da França, limitar artificialmente o acréscimo de nascimentos e, com isso, impedir uma superpopulação.
A própria natureza costuma agir no sentido de limitar o aumento de população de determinadas terras ou raças, em épocas de grandes necessidades ou más condições climáticas, bem como de pobreza do solo; e isso com um método tão sábio quão inexorável. Ela não impede a capacidade de procriação em si e sim, porém, a conservação dos rebentos, fazendo com que eles fiquem expostos a tão duras provações que o menos resistente é forçado a voltar ao seio do eterno desconhecido, o que ela deixa sobreviver às intempéries está milhares de vezes experimentado e capaz de continuar a produzir, de maneira que a seleção possa recomeçar. Agindo desse modo brutal contra o indivíduo e chamando-o de novo momentaneamente a si, desde que ele não seja capaz de resistir à tempestade da vida, a natureza mantém a raça, a própria espécie, vigorosa e a torna capaz das maiores realizações.
A diminuição do número, por esse processo, redunda em um reforço da capacidade do indivíduo e, por conseguinte, em última análise, em um revigoramento da espécie.
As coisas se passam de outra maneira quando é o homem que toma a iniciativa de provocar a limitação de seu número. Ai é preciso considerar não só o fator natural como o humano. O homem sabe mais que essa cruel rainha de toda a sabedoria - a natureza. Ele não limita a conservação do indivíduo, mas a própria reprodução. Isso lhe parece, a ele que sempre tem em vista a si mesmo e nunca à raça, mais humano e mais justificado que o inverso. Infelizmente, porém, as conseqüências são também inversas.
Enquanto a natureza, liberando a geração, submete, entretanto, a conservação da espécie a uma prova das mais severas, escolhendo dentro de um grande número de indivíduos os que julga melhores e só a estes conserva para a perpetuação da espécie, o homem limita a procriação e se esforça, aferradamente, para que cada ser, uma vez nascido, se conserve a todo preço. Essa correção da vontade divina lhe parece ser tão sábia quanto humana e ele alegra-se de, mais uma vez, ter sobrepujado a natureza e até de ter provado a insuficiência da mesma. E o filho de Adão não quer ver nem ouvir falar que, na realidade, o número é limitado, mas à custa do apoucamento do indivíduo.
Sendo limitada a procriação e diminuído o número dos nascimentos, sobrevem, em lugar da natural luta pela vida, que só deixa viverem os mais fortes e mais sãos, a natural mania de conservar e "salvar" a todos, mesmo os mais fracos, a todo preço. Assim se deixa a semente para uma descendência que será tanto mais lamentável quanto mais prolongado for esse escárnio contra a natureza e suas determinações.
O resultado final é que um tal povo um dia perderá o direito à existência neste mundo, pois o homem pode, durante um certo tempo, desafiar as leis eternas da conservação, mas a vingança virá mais cedo ou mais tarde. Uma geração mais forte expulsará os fracos, pois a ânsia pela vida, em sua última forma, sempre romperá todas as correntes ridículas do chamado espírito de humanidade individualista, para, em seu lugar, deixar aparecer uma humanidade natural, que destrói a debilidade para dar lugar à força.
Aquele, pois, que quiser assegurar a existência ao povo alemão limitando a sua multiplicação, rouba lhe com isso o futuro.
2° Outro caminho seria aquele que hoje em dia freqüentemente ouvimos aconselhado e louvado: a chamada colonização interna. Essa é uma proposta que muitos fazem, na melhor das intenções, que é, porém, mal compreendida pela maioria e que pode trazer, por isso, os maiores prejuízos imagináveis. Sem dúvida, a capacidade produtiva de um terreno pode ser elevada até determinado limite. Mas só até esse limite determinado e não infinitamente mais. Durante um certo lapso, poder-se-á, portanto, compensar, sem perigo de fome, a multiplicação do povo alemão por meio do aumento do rendimento de nosso solo. Entretanto, a isso se opõe o fato de crescerem as necessidades da vida mais do que o número da população. As necessidades humanas com relação ao alimento e ao vestuário crescem de ano para ano e, por exemplo, já hoje em dia, não estão em proporção com as necessidades de nossos antepassados de cem anos atrás. É, pois, errôneo pensar que cada elevação da produção provoque a condição necessária a uma multiplicação da população. Isso se dá até um certo ponto, pois que ao menos uma parte do aumento da produção do solo é consumida na satisfação das necessidades superiores da humanidade. Entretanto, com a máxima parcimônia de um lado e a máxima diligencia por outro lado, chegará um dia em que um limite será atingido pelo próprio solo. Mesmo com toda a diligência, não será possível aproveitá-lo mais e surgirá, embora protelada por algum tempo, uma nova calamidade. A fome aparecerá de tempos em tempos, quando houver má colheita. Com o aumento da população, isso se dará cada vez mais, de sorte que isso só não aparecerá quando raros anos de riqueza encherem os armazéns de víveres. Entretanto, finalmente, aproximar-se-á a época em que não se poderá mais atender à miséria e a fome, então, tornar-se-á a companheira de um tal povo. A natureza terá de prestar auxílio de novo e proceder à seleção entre os escolhidos, destinados a viver; ou então é o próprio homem que a si mesmo se auxilia, lançando mão do impedimento artificial de sua reprodução com todas as graves conseqüências para a raça e para a espécie. Poder-se-á ainda objetar que esse futuro está destinado a toda a humanidade, de uma maneira ou de outra, e que, portanto, nenhum povo conseguirá naturalmente escapar a essa fatalidade.
À primeira vista, sem mais considerações, isso está certo. Há, também, a considerar o seguinte: numa determinada época, toda a humanidade será certamente forçada a interromper o aumento do gênero humano ou a deixar a natureza decidir, por si própria. Essa situação atingirá a todos os povos, mas atualmente só serão atingidas por essa miséria as raças que não possuem energia suficiente para assegurarem para si o solo necessário. Ninguém contesta que, hoje em dia, ainda há neste mundo solo em extensão formidável e que só espera quem o queira cultivar. Da mesma forma também é certo que esse solo não foi reservado pela natureza para uma determinada nação ou raça, como superfície de reserva para o futuro. Trata-se, sim, de terra e solo destinados ao povo que possua a energia de o conquistar e a diligência de o cultivar.
A natureza não conhece limites políticos. Preliminarmente, ela coloca os seres neste globo terrestre e fica apreciando o jogo livre das forças. O mais forte em coragem e em diligência recebe o prêmio da existência, sempre atribuído ao mais resistente.
Quando um povo se limita à colonização interna, enquanto outras raças se agarram a cada vez maiores extensões territoriais, será forçado a restringir as suas necessidades, em uma época em que os outros povos ainda se acham em constante multiplicação. Esse caso dá-se tanto mais cedo quanto menor for o espaço à disposição de um povo. Como, porém, em geral, infelizmente, as melhores nações, ou mais corretamente falando, as únicas raças verdadeiramente culturais, portadoras de todo o progresso humano, muitas vezes se resolvem na sua cegueira pacifista a desistir de nova aquisição de solo, contentando-se com a colonização "interna", nações inferiores sabem assegurar-se enormes territórios. Tudo isso conduz a um resultado final: