Blog que começou com denuncia sobre o calendário MAYA, que seguiu em frente com particularidades ATUAIS de nossos DRAMAS do cotidiano e sobre o PORTAL DO QUADRADO que hoje tratamos da 4D para 5D...Ficando a critério de cada QUAL o que significa na realidade esses símbolos (ARCHÉS) que com o tempo são acrescentados ou diminuídos conforme a vontade de QUEM MANDA ou de quem é MANDADO......
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sábado, 30 de junho de 2018
sexta-feira, 29 de junho de 2018
Constelação Familiar
Entenda o conceito de família na visão sistêmica
A família recebe influências externas e por isso pode ser
compreendida como um sistema. Segundo, Ludwig Von Bertalanffy, precursor da Teoria Geral dos Sistemas, os
“sistemas” são complexos de subsistemas colocados em interação, ou seja, um
conjunto de elementos que tem relações entre si e com o meio, em busca de um
resultado final.
Para este pesquisador, não basta investigar os constituintes
e os processos de forma isolada, pois a análise das partes e dos processos,
separados uns dos outros, não propicia uma explicação completa do fenômeno da
vida. Portanto, entender a família como um sistema permite a compreensão de que
mudanças no meio irão causar modificações na própria família, em sua dinâmica e
na subjetividade de seus membros.
https://fortissima.com.br/2013/11/02/entenda-conceito-familia-visao-sistemica-14749219/
quinta-feira, 28 de junho de 2018
Moralidade Laica......
MORALIDADE DE LAICA
Por: Dra. Celia Moreno - Psicóloga e professora de Ciência Política
Twitter: @CeliaPma, Facebook: Atea Consciousness.
As crenças inculcadas por séculos, apoiadas pelos paradigmas judaico-cristãos, fazem com que muitas pessoas acreditem no mito de que "existe apenas uma base para a moralidade: a moralidade cristã". Imagine o que acontece então com aqueles que praticam outras religiões, eles não têm uma base moral? Ou os hindus que são politeístas. Aumentar isso é obviamente absurdo.
Especialmente quando alguns crentes religiosos ousam dizer que a moralidade deve ser baseada na crença em um deus ou na bíblia, o que para a evidência é totalmente ilógico e falso:
1. Deus criou o homem é totalmente antropomórfico, por isso é egoísta, egocêntrico e autocrático, se você não acredita no que condena: João 3:18, Marcos 16:16
2. Este deus também é caprichoso e aleatório, pois salva alguma pessoa de alguma doença enquanto condena milhares de crianças à fome ou sendo estuprada por padres.
3. Você não pode usar a Bíblia como base moral porque neste há passagens que incitam crime: o abate, o abuso de crianças e animais: 1 Samuel 15: 2, Joshua 6: 21-27, a violação: Genesis 19: 6, para a escravidão: Levítico 25: 44-46, etc.
4. A bíblia também contém argumentos contraditórios, por exemplo: veja 2 Samuel 24: 1 vs 1 de Crônicas 21: 1 é o diabo ou é Deus quem lhe dá as instruções ?! Êxodo 20:13 vs Levítico 20: 9, o mandamento está estabelecido não matar, ou Deus te manda matar? !!, etc.
5. A Bíblia é muito aleatória e subjetiva, porque é um compêndio de livros com visões diferentes, é baseada no pensamento mágico, na revelação de um ser imaginário.
6. A Igreja transmite os ensinamentos da Bíblia ea crença em uma divindade, tem escondido durante séculos crimes hediondos: homicídio (ver Papa Sérgio II), corrupção (ver o escândalo do Banco Ambrosiano) e pederastias (veja queixas relatos recentes de abuso sexual infantil).
Agora, qual é a base da moralidade secular (não religiosa)? Bem, podemos dizer que tem bases diferentes:
• Base de dados biológica: descobertas biológicas, especialmente em comportamento animal, dizem-nos que os primatas pode seguir regras sociais, ter empatia, demonstrar solidariedade, e se preocupam com o bem-estar do grupo, tudo isso por causa da necessidade para sua própria sobrevivência e a de sua espécie, como mostram os experimentos feitos pelo Dr. Frans De Waal e pelo Dr. Marc Hauser.
• base sociológica e psicossocial: us apontando para uma vida que se desenvolve na sociedade e pode construir civilizações, temos de viver pacificamente e harmoniosamente a se desenvolver como um grupo humano.
• Base de Psychological: As células espelhos nos tornar mais compreensivo, são a base de um comportamento com base na reciprocidade, solidariedade e compaixão que é a base para a máxima: "Não faça aos outros o que você não quer fazer com você ", e" tratar os outros como você deseja ser tratado "(isso, evidentemente, em pessoas mentalmente saudáveis).
• Base de dados de sociocultural: a riqueza cultural e o acúmulo de experiência e conhecimento, através da história, como o acordo sobre a aceitação de uma lista básica dos direitos humanos, depois de aprender deixada pela Segunda Guerra Mundial.
Redes 03: Há uma moral inata
https://www.youtube.com/watch?v=-Aks0rU5u_w
La Moral Laica
Por: Dra. Celia Moreno - Psicóloga y Profesora en Ciencias Políticas
Twitter: @CeliaPma, Facebook: Consciencia Atea.
Las creencias inculcadas por siglos, sustentada por los paradigmas judeo-cristianos, hacen que muchas personas se hayan creído el mito de que “existe una sola base para la moral: la moral cristiana”. Imagínense que pasa entonces con los que practican otras religiones, ¿no tienen base moral? O los Hindús que son politeístas. Plantear esto es evidentemente absurdo.
Sobre todo cuando algunos creyentes religiosos se atreven a decir que la moral debe ser basada en la creencia en un dios o en la biblia, lo que a la evidencia es totalmente ilógico y falso:
1. El dios creado por el hombre es totalmente antropomórfico, por lo que es egotista, egocéntrico y autocrático, si no crees en él te condena: Juan 3:18, Marcos 16:16
2. Este dios también es caprichoso y aleatorio, ya que salva a alguna persona de alguna enfermedad mientras condena a miles de niños a la hambruna o a ser violados por sacerdotes.
3. No se puede utilizar la biblia como base moral porque en esta existen pasajes que incitan al crimen: a la masacre, abuso infantil y animal: 1 Samuel 15:2, Josué 6:21-27, a la violación: Génesis 19:6, a la esclavitud: Levítico 25:44-46, etc.
4. La biblia también contiene argumentos contradictorios, por ejemplo: ver 2 Samuel 24:1 vs 1 de Crónicas 21:1 es el diablo o es dios quién le da las instrucciones?! Éxodo 20:13 vs Levítico 20:9, se establece el mandamiento no matarás, o dios te manda a matar?!!, etc.
5. La biblia es muy aleatoria y subjetiva, porque es un compendio de libros con visiones diferentes, se basa en el pensamiento mágico, en la revelación de un ser imaginario.
6. La Iglesia que transmite las enseñanzas de la biblia y las creencias en una deidad, ha encubierto por siglos crímenes atroces: asesinatos (ver el Papa Sergio II), corrupción (ver el escándalo del Banco Ambrosiano), y pederastias (ver las denuncias recientes de abusos sexuales infantiles).
Ahora cuál es la base de la moral laica (no religiosa). Pues podemos decir que esta tiene diversas bases:
• Base biológica: los descubrimientos biológicos, sobre todo en el comportamiento animal, nos señalan que los primates pueden seguir normas sociales, tiene empatía, demuestran solidaridad, y se preocupan por el bienestar del grupo, todo esto debido a la necesidad de su propia sobrevivencia y la de su especie, según lo demuestran las experimentaciones llevadas acabo por el Dr. Frans De Waal y el Dr. Marc Hauser.
• Base sociológica y psicosocial: que nos señala que para que se de una vida prospera en sociedad y se puedan construir civilizaciones, es necesario vivir de manera pacífica y armoniosa para poder desarrollarnos como grupo humano.
• Base psicológica: Las células espejos nos hacen ser más empáticos, están a la base de una conducta basada en la reciprocidad, la solidaridad y la compasión que es la base para la máxima: “no le hagas a otros, lo que no quieres que te hagan a ti”, y “trata a los demás como deseas ser tratado” (esto evidentemente en personas sanas mentalmente).
• Base socio-cultural: el acerbo cultural o la acumulación de experiencias y saberes, a través de la Historia, por ejemplo el acuerdo en la aceptación de una lista básica de derechos humanos, después del aprendizaje dejado por la segunda guerra mundial.
Redes 03: Existe una moral innata
https://www.youtube.com/watch?v=-Aks0rU5u_w
segunda-feira, 25 de junho de 2018
Após Assembleia Geral, educadores entregam pauta de reivindicações e arrancam do governo compromisso de abrir a mesa de negociação
Após Assembleia Geral, educadores entregam pauta de reivindicações e arrancam do governo compromisso de abrir a mesa de negociação: Na primeira Assembleia Geral deste ano, realizada nesta sexta-feira (22), centenas de educadores e educadoras aprovaram a pauta de reivindicações da categoria
domingo, 24 de junho de 2018
sexta-feira, 22 de junho de 2018
Entre o Público e a PRIVADA......
Entre
a Privada e o PÚBLICO
Quando
a coisa se torna qualquer outra COISA
Do
que a coisa.....
Quando
se perde esse VALOR, a coisa se torna
Um
conceito não entendido, porque cada um define seus
Próprios
TERMOS.....
Deixamos
de viver um conceito em que as palavras tem
Um
sentido preciso.
Com
isso conceitos de liberdade, educação e político,
Tornam-se
opiniões PRÓPRIAS.
Nesse
processo em que todas as coisas podem tornar-se qualquer
outra
coisa, ideias antes bem definidas – como “público” e “privado” – perdem
seu
sentido original e dissolvem-se, transformando-se em instâncias que
praticamente
não se diferenciam. Imersa no debate sobre o desaparecimento
da
esfera pública e da esfera privada.
“todas
as
atividades
humanas são condicionadas pelo fato de que os homens vivem
juntos;
mas a ação é a única que não pode sequer ser imaginada fora da
sociedade
dos homens”.
A ação que diz respeito à atividade
que
se exerce entre os homens, sem a mediação das coisas ou da matéria,
“corresponde
à condição humana da pluralidade, ao fato de que homens, e
não
o Homem, vivem na Terra e habitam o mundo”.
Tendo
como suposto que só a ação é exclusiva do homem, uma
vez
que depende da presença de outros homens.
Conceito
de Aristóteles nos fala de: zoon politikon, como animal social.
A
perda da ideia de animal político e a aceitação da noção de animal
social
revelam o esquecimento da concepção original grega de política.
O
conceito de homem como animal político está relacionado à vida em
comum
e, portanto, à ação.
A
capacidade de organização
política
– que se opõe à mera associação natural entre humanos – teve sua
expressão
máxima na constituição da cidade-estado, em que cada cidadão,
além
de sua vida privada, pertencia à vida política em que fazia uso da ação
e
do discurso:
Quando,
por exemplo, lemos em Aristóteles que a philia, a amizade entre
os
cidadãos, é um dos requisitos fundamentais para o bem-estar da Cidade,
tendemos
a achar que ele se referia apenas à ausência de facções e guerra
civil.
Mas, para os gregos, a essência da amizade consistia no discurso. Sustentavam
que
apenas o intercâmbio constante de conversas unia os cidadãos
numa
polis. No discurso, tornavam-se manifestas a importância política da
amizade
e a qualidade humana própria a ela.
O
discurso referia-se ao mundo comum, em contraste com a conversa
íntima
em que os indivíduos falavam sobre si mesmos. Todo o pensamento
político
grego se baseava na divisão decisiva entre as esferas pública e
privada,
isso é, entre a esfera da polis e a esfera da família, entre as atividades
relativas
ao mundo comum e aquelas restritas à manutenção da vida.
“historicamente,
é muito provável que o surgimento da
cidade-estado
e da esfera pública tenha ocorrido às custas da esfera privada
da
família e do lar”. Na esfera familiar, os homens viviam juntos por causa de
suas
necessidades; na esfera da polis, ao contrário, estava a liberdade: “se havia
uma
relação entre essas duas esferas era que a vitória sobre as necessidades
da
vida em família constituía a condição natural para a liberdade na polis”
Como
a liberdade situa-se na esfera política, caracterizava-se a
polis
por somente conhecer “iguais”, enquanto na família encontrava-se a
desigualdade.
Assim,
dentro da esfera da família, a liberdade não existia, pois o chefe da
família,
seu dominante, só era considerado livre na medida em que tinha
a
faculdade de deixar o lar e ingressar na esfera política, onde todos eram
iguais.
É verdade que esta igualdade na esfera política muito pouco tem em
comum
com o nosso conceito de igualdade; significava viver entre pares e
lidar
somente com eles, e pressupunha a existência de desiguais; e estes,
de
fato, eram sempre a maioria da população na cidade-estado.
A
vitória sobre as necessidades da vida em família é que
permitiu
o aparecimento da polis, pois a política não visa à manutenção da
vida.
Dessa forma, “no que tange aos membros da polis, a vida no lar existe em
função
da boa vida na polis”
A
excelência em si – areté
para
os gregos – era reservada à esfera pública, pois (não apenas a presença
de
outros) o partilhar da vida comum é necessário para atingi-la.
O
termo “público” remete a dois fenômenos. Em primeiro
lugar,
significa que tudo o que vem a público pode ser visto e ouvido por todos
e
tem a maior divulgação possível. Nesse sentido, quando um pensamento ou
um
sentimento é divulgado, o privado torna-se de acesso público. Contudo,
esse
fenômeno é garantido pela condição de que os outros têm de partilhar
a
realidade do mundo e de nós mesmos:
Toda
vez que falamos de coisas que só podem ser experimentadas na privatividade
ou
na intimidade, trazemo-las para uma esfera na qual assumirão
uma
espécie de realidade que, a despeito de sua intensidade, elas jamais
poderiam
ter tido antes. A presença de outros que veem o que vemos e
ouvem
o que ouvimos garante-nos a realidade do mundo e de nós mesmos.
Tudo
o que é considerado irrelevante para a esfera pública torna-se assunto
privado,
como no caso da dor física e do amor.
Uma
vez que a nossa percepção da realidade depende totalmente da
aparência,
e portanto da existência de uma esfera pública na qual as coisas
possam
emergir da treva da existência resguardada, até mesmo a meia-luz
que
ilumina a nossa vida privada e íntima deriva, em última análise, da luz
muito
mais intensa da esfera pública.
Em
segundo lugar, o termo “público” significa o próprio mundo,
posto
que é comum a todos e, ao mesmo tempo, é diferente do lugar que
cada
indivíduo ocupa dentro dele. O mundo refere-se ao produto das mãos
humanas,
sendo, ao mesmo tempo, aquilo que separa e estabelece relação
entre
os homens: “A esfera pública, enquanto mundo comum, reúne-nos
na
companhia uns dos outros e, contudo, evita que colidamos uns com os
outros”.
A
esfera pública é reservada à individualidade, pois é o lugar em que
os
homens podem mostrar quem realmente são. Assim, em benefício dessa
possibilidade,
“e por amor a um corpo político que a propiciava a todos, cada
um
deles estava mais ou menos disposto a compartilhar do ônus da jurisdição,
da
defesa e da administração dos negócios públicos”.
“
A dissolução desse espaço público significa a perda de um “mundo comum”
que
articula os homens numa trama visível feita por fatos e eventos tangíveis
no
seu acontecimento e que se materializa na comunicação intersubjetiva,
através
da qual as opiniões se formam e os julgamentos se constituem. Nesse
caso,
a dissolução do espaço público significa mais do que a perda de um espaço
comum
entre os homens. Pois essa perda significa também a dissolução
do
“senso comum”, comprometendo esta capacidade de discernimento que
a
compreensão e o julgamento exigem, enquanto “maneira especificamente
humana”
de se fazer a experiência da realidade.
O problema da sociedade de massas é que o mundo
perdeu
a força de manter as pessoas juntas, de relacioná-las umas às outras
e
de separá-las. Na forma cristã de conceber a comunidade, a
a existência de uma esfera pública – e a
subsequente
transformação
do mundo em uma comunidade de coisas que reúne os
homens
e estabelece uma relação entre eles – depende da permanência:
Se
o mundo deve conter um espaço público, não pode ser construído apenas
para
uma geração e planejado somente para os que estão vivos: deve
transcender
a duração da vida de homens mortais.
Sem
essa transcendência para uma potencial imortalidade terrena, nenhuma
política,
no sentido restrito do termo, nenhum mundo comum e nenhuma
esfera
pública são possíveis.
O
mundo comum é aquilo que encontramos ao nascer e aquilo
que
deixamos para trás quando morremos. O público tem o sentido daquilo
que
transcende nossa vida e refere-se tanto ao passado como ao futuro: “É o
caráter
público da esfera pública que é capaz de absorver e dar brilho através
dos
séculos a tudo o que os homens venham a preservar da ruína natural
do
tempo”.
A
dissolução da esfera pública significa a
impossibilidade
de uma tradição ser recriada ou estabelecida. A realidade do
mundo
comum não se garante pela natureza comum de todos os homens
que
o constituem, mas pelo fato de que todos eles estão interessados no
mesmo
objeto, a despeito das diferenças de posição e de perspectivas.
A
“esperar de pessoas que não têm a
menor
noção acerca do que é a res publica, a coisa pública, que se comportem
de
maneira não violenta e discutam racionalmente em questões de interesse
não
é realista nem razoável”. Isso porque, quando o mundo comum é visto
somente
por um aspecto e por uma perspectiva, então ele acaba, pois os
homens
tornam-se privados de ver e ouvir os outros e privados de ser vistos
e
ouvidos por eles.
Esse
processo ocorre nos casos de isolamento
radical,
como nas tiranias, mas também nas condições da sociedade de massas
em
que os indivíduos se comportam como se fossem membros de uma única
família.
Nesses casos, os homens “são todos prisioneiros da subjetividade
de
sua própria existência singular, que continua a ser singular ainda que a
mesma
experiência seja multiplicada inúmeras vezes”.
Quando
os homens são privados do espaço público – “que é constituído
pela
ação conjunta e a seguir se preenche, de acordo consigo mesmo, com
os
acontecimentos e estórias que se desenvolvem em história – recolhem-se
para
sua liberdade de pensamento”.
Acontece,
portanto,
uma
fuga do mundo para o ocultamento da vida pública, para o anonimato.
O
privado solapa o público, de forma que o que antes era visto como
comum
passa a ser entendido como desprovido de interesses para o outro. Por
isso
“não há dúvida de que é possível criar condições sob as quais os homens
são
desumanizados”.
A
sociedade de massas destrói a
esfera
pública, ao mesmo tempo em que destrói a esfera privada, uma vez
que
impede a pluralidade de opiniões no espaço público comum e retira da
casa
e da família a possibilidade de constituição de refúgios diante do mundo.
O
termo “privado”, em sua acepção original, tem o sentido mesmo
de
privação.
Ser
privado da realidade significa ser
destituído
de coisas essenciais à vida, isso é, ser despojado da possibilidade
de
ser visto e ouvido por outros. Ou seja, “privado de uma relação objetiva
com
eles decorrente do fato de ligar-se e separar-se deles mediante um
mundo
comum de coisas, e privado da possibilidade de realizar algo mais
permanente
que a própria vida”. Na ausência de outros, o homem privado
não
se dá a conhecer e, portanto, não existe.
A
privação de relações objetivas com os outros tem levado ao
fenômeno
de massa da solidão:
O
motivo pelo qual esse fenômeno é tão extremo é que a sociedade de
massas
não apenas destrói a esfera pública e a esfera privada: priva ainda
os
homens não só do seu lugar no mundo, mas também do seu lar privado,
no
qual antes eles se sentiam resguardados contra o mundo e onde,
de
qualquer forma, até mesmo os que eram excluídos do mundo podiam
encontrar-lhe
o substituto no calor do lar e na limitada realidade da vida em
família.
Assim
como a esfera pública desaparece na modernidade, a esfera
privada, é também ameaçada. Por essa razão, toda a
discussão
sobre o privado transforma-se em discussão sobre a propriedade
privada.
A propriedade, por sua vez, é relacionada à
pobreza ou à riqueza e
essa
interpretação é equivocada,
uma vez que “a riqueza e a propriedade,
longe
de constituírem a mesma coisa, têm caráter inteiramente diverso”.
Tanto
a propriedade como a riqueza são
historicamente
de maior relevância para a esfera pública, pois essas eram
a
condição de admissão do indivíduo à esfera pública e à plena cidadania.
Nos
tempos antigos, o indivíduo que perdia o seu lugar, a sua
propriedade,
perdia automaticamente a cidadania e a proteção da lei. A
privatividade
possuía um caráter sagrado; o lar era a esfera do nascimento
e
da morte, “que devia ser escondida da esfera pública por abrigar coisas
ocultas
aos olhos humanos e impenetráveis ao conhecimento humano”.
No
interior dessa esfera que
permanece
oculta e sem o significado público, mas a sua aparência externa
é
importante para a cidade, posto vez que impõe os limites entre uma casa
e
outra.
Não
é realmente exato dizer que a propriedade privada, antes da era moderna,
era
vista como condição axiomática para admissão à esfera pública; ela
era
muito mais que isso. A privatividade era como que o outro lado escuro e
oculto
da esfera pública; ser político significava atingir a mais alta possibilidade
da
existência humana; mas não possuir um lugar próprio e privado (como
no
caso do escravo) significava deixar de ser humano.
Como
a vida pública somente era possível após o atendimento
das
necessidades urgentes da própria existência, a posse de propriedades
significava
o domínio das necessidades vitais e, portanto, a liberdade para
transcender
a própria existência e ingressar no mundo comum a todos:
Somente
com o surgimento tangível e concreto desse mundo comum, isto
é,
com a ascendência da cidade-estado, pôde este tipo de propriedade privada
adquirir
sua eminente importância política [...]. Caso o dono de uma
propriedade
preferisse ampliá-la ao invés de utilizá-la para viver uma vida
política,
era como se ele espontaneamente sacrificasse a sua liberdade e
voluntariamente
se tornasse aquilo que o escravo era contra a vontade, ou
seja,
um servo da necessidade.
Tanto
a acumulação individual de riqueza como a socialização do
processo
de acumulação, tendem a desconsiderar
o
sentido primeiro da propriedade. A privatividade como um todo pode
ameaçar
a evolução da produtividade social e, por isso, a posse privada
deve
ser rejeitada em benefício do crescente processo de acumulação de
riqueza
social. Nesse sentido, assim como a esfera pública é destituída de
sentido
nessa sociedade, a esfera privada é igualmente levada a ter novos
contornos:
“O fato histórico decisivo é que a privatividade moderna, em sua
função
mais relevante – proteger aquilo que é íntimo –, foi descoberta não
como
o oposto da esfera política, mas da esfera social”
Assim,
o privado passa a ter laços ainda mais estreitos e mais autênticos com
o
social, e não com o público.
A
distinção entre uma esfera de vida privada e uma esfera de vida
Pública.
Corresponde
à existência das esferas da família e da política como entidades
diferentes
e separadas, pelo menos desde o surgimento da antiga cidade estado;
mas
a ascendência da esfera social, que não era nem privada nem
pública
no sentido restrito do termo, é um fenômeno relativamente novo,
cuja
origem coincidiu com o surgimento da era moderna e que encontrou
sua
forma política no estado nacional.
A
ascensão do social coincidiu historicamente com a transformação
da
preocupação individual com a propriedade privada em preocupação
pública.
A promoção da sociedade acontece ao mesmo tempo em que ocorre
o
declínio da família, que de certa forma é absorvida por grupos sociais
correspondentes.
O surgimento da sociedade de massas indica
que
os vários grupos sociais foram absorvidos por uma sociedade única,
tal
como as unidades familiares haviam antes sido absorvidas por grupos
sociais;
com o surgimento da sociedade de massas a esfera do social atingiu
finalmente,
após séculos de desenvolvimento, o ponto em que abrange e
controla,
igualmente e com igual força, todos os membros de determinada
comunidade.
A
vitória da igualdade no mundo moderno, é o reconhecimento político e jurídico
do fato de que a sociedade
conquistou
a esfera pública e que “a distinção e a diferença reduziram-se a
questões
privadas do indivíduo”. Quanto maior é a população de qualquer
corpo
político, maior é a probabilidade de que o social (e não o político)
constitua
a esfera pública.
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