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terça-feira, 4 de dezembro de 2012

A árvore da Vida?????

O CAMINHO MAIS FÁCIL – HO’OPONOPONO (A CURA HAWAIANA)
INTRODUÇÃO
Uma vez um professor contou-me a historia hawaiana da criação do mundo. Segundo essa
historia quando Deus criou a terra e pôs nela Adão e Eva, disse-lhes que estavam no paraíso,
que não deveriam preocupar-se com nada, que tudo de que necessitassem lhes seria
provido. Também lhes disse que lhes daria um presente, a oportunidade de escolher se
queriam tomar suas próprias decisões, e nesse caso lhes daria o livre arbítrio.
Então Deus criou a árvore das maçãs e disse-lhes: -“Isso se chama pensar. Vocês não
necessitam de pensar. Eu posso prover todas suas necessidades. Não devem preocuparse,
mas podem escolher se ficam comigo ou se tomam seu próprio caminho”. E assim eles
escolheram comer a maçã, ou seja, decidiram pensar por si mesmos e assumir os riscos.
Mas o grande problema não foi comer a maçã, e sim não se fazerem responsáveis e dizer:
“Sinto-o”. Foi aí que Adão teve que ir procurar seu primeiro trabalho. Tal como Adão, estamos
sempre mordendo a maçã, sempre pensando que sabemos mais, que podemos resolver
tudo sozinhos com nosso pensamento e não nos damos conta de que existe um
caminho bem mais fácil.
Comentário:
A questão do pensamento precisa ser bem explicada. O pensamento é o que difere o homem de
outros animais. Deus disse ao casal no paraíso que eles teriam de tudo que necessitassem, e que
para isso não precisariam pensar. O que o criador quis dizer era que eles não precisavam se preocupar,
ficar pensando com angústia de onde viria a próxima refeição ou aonde iriam se abrigar durante
a noite. Disse também a eles que poderiam pensar (assumir a responsabilidade) se quisessem
bastando para isso comer a maçã. Quando Adão e Eva comeram a maçã, decidiram-se pelo
livre arbítrio, ou seja, pensarem por si mesmos. Porém eles não sabiam ainda como fazer e desconheciam
o poder do pensamento, essa que é a força mais poderosa do universo. Sentiram-se inseguros
e preocupados, o que levou Adão a sair à procura do primeiro trabalho. Sua mente racional
passou a funcionar, e ela lhe dizia que ele deveria trabalhar a fim e prover o seu sustento. Ele desconhecia
que bastaria alinhar seus pensamentos ao pensamento de Deus para criar tudo de que
necessitava. Bastaria ter fé, assim como as aves dos céus e os lírios dos campos para que fossem
supridas todas as suas necessidades. Eles não entenderam e julgaram que teriam que conquistar
tudo com suor e esforço. Desde então a humanidade assim age para conseguir seus intentos: trabalho
duro, competitividade, esperteza. Se Adão e Eva não sabiam usar de forma correta o poder
do pensamento, tampouco nós o sabemos atualmente, milênios depois. Estamos em busca do paraíso,
aquele perdido lá atrás com a mordida na maçã. E essa é a nossa angustia, pois quase
sempre procuramos no lugar errado. Por isso que a autora diz que continuamos mordendo a maça,
todos os dias, e acreditando conhecer tudo, nos afastamos de nossa originalidade. Outra coisa que
quero explicar que toda essa história de Adão e Eva é figurativa e simbólica. Sabemos pela teoria
da evolução da espécie que não faz sentido real a historia do primeiro casal, sendo apenas uma
alegoria.
Eckhart Tolle, em seu livro O Poder do Agora diz que o ego se identifica com as posses, o
trabalho, o nível social, o conhecimento, a fama, mas nenhuma delas é você. Você acha
isso aterrador ou é um alívio sabê-lo? Cedo ou tarde você terá que renunciar a todas essas
coisas, e saberá que isso irá ocorrer quando a morte se aproximar. A morte é despir-se de
tudo que você não é. O segredo da vida é morrer antes de morrer e descobrir que a morte
não existe.
O ideal é que você liberte-se de sua mente, daquela voz interna que comenta, especula,
julga, compara, queixa-se, aceita, rechaça e assim por diante. A voz não se refere ao seu
momento presente, ela está revisando um passado recente ou longínquo, ou então imaginando
situações futuras. A vida é uma repetição de lembranças que são como chips, ou
uma gravação que toca em nossas cabeças 24 horas por dia. Essas gravações, essas fitas
nos dirigem e influenciam sem que nos demos conta. Não podemos evitar que essas gravações
existam, mas podemos escolher parar de tocá-las, como se desligássemos o toca
fitas.
Neste livro utilizo certas terminologias e conceitos que desejo esclarecer. Muitos deles se
apóiam no Ho’oponopono, a antiga arte hawaiana. No último capitulo detalho técnicas e
ferramentas específicas desta arte. Ela nos ensina como desligar o toca-fitas, como parar a
gravação em nossa mente, aquelas que não nos servem e que já não funcionam a para
nós. Somente quando cessamos essas gravações é que podemos descobrir quem realmente
somos e todo o poder que possuímos. Ao apagar, limpar e remover antigas lembranças
permitimos que nossos sentimentos sejam transmutados e começamos então a
experimentar nosso verdadeiro ser.
O Ho’oponopono é um processo de perdão, arrependimento e transmutação. Cada vez
que utilizamos qualquer de suas ferramentas, estamos assumindo 100% da responsabilidade
sob nós mesmos e pedindo perdão (a nós mesmos). Aprendemos que tudo o que
acontece em nossas vidas é projeção de nossa programação mental. Podemos escolher
nos posicionar como um observador, observar nossos pensamentos, nossa programação e
então liberá-la para que se vá. Ou então podemos reagir e nos prender a elas. Todos nós
temos um rascunho incorporado e a tecla deletar, mas nos esquecemos como usá-la.
O Ho’oponopono nos ajuda a recordar o poder que temos de escolher entre apagar (soltar)
ou reagir, ser feliz ou sofrer.
É só uma questão de escolha em cada momento de nossas vidas. Quando menciono
“limpar” ou “apagar”, estou me referindo ao uso das técnicas de Ho’oponopono para apagar
as lembranças e pensamentos que criam nossos problemas. Queria também lhes esclarecer
que quando menciono a palavra Deus não o estou fazendo absolutamente em seu
contexto religioso. Para mim, Deus é essa parte que temos dentro de nós mesmos que
sabe tudo, tem todas as respostas. Em realidade não pode ser definido em palavras, pois é
uma experiência. Também notarão que uso a palavra Deus como sinônimo de Amor. Refiro-
me ao Amor Incondicional, aquele que pode curá-lo de tudo. Este é o Amor que tem todas
as respostas. Quando menciono os ensinamentos de Jesus, tampouco o faço em um
contexto religioso. O propósito é recordar ao leitor que sempre tivemos mestres que vieram
nos despertar para a verdade como, por exemplo, Jesus que falava em dar a outra face,
um conceito até hoje difícil de entender. Entretanto quando apagamos em vez de reagir
estamos dando a outra face, a face do amor. O liberar em vez de reter e reagir é dar a outra
face. Este breve resumo de alguns conceitos básicos que utilizo e pretendo transmitir
tem como finalidade esclarecer meus pontos de partida. Minha esperança é que o leitor
encontre neste livro uma fonte de técnicas, ferramentas e sabedoria que lhe
permita sentir, tomar decisões e viver com a liberdade, a paz interior e o amor que é patrimônio
de todos os seres humanos. Muitos de nós vivemos com estas grades. Sentimo-las,
mas não as vemos porque são invisíveis. Estas grades são nossas crenças, nossos julgamentos
e opiniões, e sobre tudo o que nós pensamos de nós mesmos. No momento em
que decidirmos tomar consciência de quem somos realmente, as grades se abrem e nos
damos conta de que somos livres, sempre o fomos sem que soubéssemos. Assim conseguimos
escapar da prisão que nós mesmos criamos. Disseram-nos que somos seres humanos
e nos acreditamos isso. Se pensarmos que somos seres indefesos e sem nenhum
poder, isso é o que vamos manifestar na vida. Somos os reis de nosso próprio império e
podemos construir e manifestar tudo o que nos quisermos em nossas vidas. Não depende
de ninguém mais, somente de nós.
Todos somos filhos de Deus e fomos criados a sua semelhança. Somos criadores. Como
criamos? Com nossos pensamentos. É assim bem simples.
Alguns mestres nos falam da necessidade de “fazer de conta” (ou nos darmos conta), e
nos dizem: “Façamos de conta que somos seres iluminados. Façamos de conta que somos
amados Por Deus. Ou Façamos de conta que somos perfeitos tal como somos. Respiremos
profundamente e aspiremos àquilo que é verdade, somente então tudo fará sentido. É
necessário buscar a verdade. Você deverá construir sua vida fundamentada nesta verdade.
Se aspirarmos àquilo que é verdadeiro, a verdade é automaticamente atraída a nossas
vidas”.
Quem sou? Essa é a única pergunta que devemos nos fazer na vida. Descobrir nossa verdadeira
essência e identidade é a razão de nossa de nossa existência e deveria ser nossa
única preocupação, nossa única meta. É muito importante descobrir quem somos.
esta arte hawaiana muito antiga que agora pratico e ensino, aprendi que nossa mente se
divide em três partes: o Superconsciente, o consciente e o subconsciente. Isto me ajudou a
entender um pouco mais como funcionamos. O superconsciente é nossa parte espiritual. É
aquela parte que, não importa o que esteja passando, é sempre perfeita. É a parte que
sabe sobre tudo, tem bem claro quem é em todo momento.
O consciente é a parte mental, o que nós chamamos o intelecto. É um aspecto muito importante
de nós, porque é a parte que tem a capacidade de escolher, já que dispomos de
livre-arbítrio. Em cada instante de nossa vida estamos escolhendo. O que escolhemos?
Escolhemos se vamos reagir e nos agarrar com o problema ou se preferirmos soltá-lo e
deixar que o resolva aquela parte nossa que sabe o que deve fazer. Também escolhemos
se vamos aceitar que não sabemos nada (e que não precisamos saber) ou se preferimos
pensar que nosso conhecimento é melhor que o de Deus e que podemos resolver tudo
sozinhos e por nossa conta. O consciente é a parte que decide se opta por assumir 100%
da responsabilidade e dizer: “Sinto muito, me perdoe por aquilo que está em mim que criou
isto”, (Ho’oponopono) ou assinalar com o dedo e jogar toda a culpa a outro. O intelecto não
foi criado para saber. Não necessita saber nada. O intelecto é um presente, o presente que
temos de escolher.
O subconsciente é nossa parte emocional. É a criança
Uma vez li o seguinte conto:
Havia uma vez, em algum lugar que poderia ser qualquer lugar, e em um tempo que poderia
ser qualquer tempo, um formoso jardim, com umas macieiras, laranjeiras, pereiras, belas
roseiras, todas elas felizes e satisfeitas. Tudo era alegria no jardim, exceto por uma
árvore profundamente triste. A pobrezinha tinha um problema: Não sabia quem era!
“O que lhe falta é concentração”, dizia-lhe a macieira. “Se realmente tentar, poderá produzir
saborosas maçãs. Veja como é fácil”. “Não escute a macieira”, exigia a roseira. “É mais
simples ter rosas, e vê quão belas são as rosas!”.
E a árvore desesperada, tentava tudo o que lhe sugeriam, e como não conseguia ser como
os outros se sentia cada vez mais frustrada. Um dia chegou ao jardim o mocho, a mais
sábia das aves, e ao ver o desespero da árvore, exclamou: “Não se preocupe. Seu problema
não é tão grave. É o mesmo de muitos seres sobre a terra. Eu te darei a solução:
“Não dedique sua vida a ser o que outros queiram que você seja. Seja você mesma, conheça-
te , ouça sua voz interior”. E dito isto, o mocho desapareceu.
Minha voz interior? Ser eu mesma? Conhecer-me?”. perguntava-se a árvore desesperada,
quando de repente compreendeu. Fechando os ouvidos, abriu o coração, e por fim pôde
escutar sua voz interior lhe dizendo:
--“Você jamais dará maçãs porque não é uma macieira, nem florescerá cada primavera
porque não é uma roseira. É um carvalho, e seu destino é crescer grande e majestosa.
Está aqui para dar proteção às aves, sombra aos viajantes, beleza à paisagem! Tens uma
missão! Cumpre-a!” E a árvore se sentiu forte e segura de si mesma e se dispôs a ser todo
aquilo a que estava destinada. Assim logo ocupou seu espaço e foi admirada e respeitada
por todos. E só então o jardim foi completamente feliz. Eu olho ao redor e me pergunto:
“Quantos serão carvalhos que não se permitem a si mesmos crescer? Quantos são roseiras
que, por medo à provocação, só dão espinhos? Quantas laranjeiras terão que não sabem
florescer?” Na vida todos temos um destino a cumprir, um espaço a preencher. Não
permitamos que nada nem ninguém nos impeça de conhecer e compartilhar a maravilhosa
essência de nosso ser.
O QUE É UM PROBLEMA?
Um problema só é um problema se dissermos que o é.
E o problema não é o problema, mas nossa reação quanto ao problema é que é o problema.
Dr. Ihaleakalá Hew len
Há um ditado Zen que diz: “Não podemos impedir que os pássaros voem sobre nós, mas
podemos impedir que eles façam ninhos em nossas cabeças”.
Não se trata de negar os problemas, mas de não cair na tentação de lhes dar demasiada
atenção e importância. Trata-se de descobrir quem somos, e quando o fazemos, desenvolvemos
e sentimos uma liberdade interna tamanha que estas coisas já não podem nos distrair.
Nosso subconsciente tem armazenado todas as nossas lembranças. Enquanto as lembranças
estão adormecidas, acomodados no banco de nossa memória, não ocasionam
nenhum inconveniente. Pessoas que aparecem de repente à nossa frente, visitas que fazemos
a certos lugares ou certas situações que vivenciamos fazem com que essas lembranças
despertem. Desse modo, as memórias se convertem em pensamentos e se manifestam.
Por isso é muito importante saber que na realidade as pessoas aparecem em nossa
vida para nos dar outra oportunidade. Qual é essa oportunidade? É a de assumirmos a
responsabilidade cem por cento e dizer: “Sinto muito, me perdoe por aquilo que está em
mim que criou isto”. (Ho’oponopono).
Notaram que cada vez que surge um problema, ele é sempre um presente? Se o tema não
estivesse dentro de nós, não seríamos capazes de percebê-lo. Os problemas são simplesmente
uma repetição de nossas lembranças. São como informação que está gravada
em numa fita de áudio. Quando a fita funciona, pensamos que é real. Os problemas se repetem
porque, quando aparecem, reagimos e apegamos a eles. Não deixamos de pensar
no assunto, e assim ficamos agarrados a ele em vez de soltá-lo. Perceberam que só pensamos
com veemência quando aparece um problema? Uma vez que se inicia este ciclo
vicioso, esquecemo-nos que temos o poder de parar a gravação.
Em seu livro O Poder do Agora, Eckhart Tolle diz: “A mente nunca pode encontrar a solução,
nem pode permitir-se deixar que você a encontre, porque ela mesma é parte intrínseca
do ‘problema’. Muitas vezes a gravação está funcionando, mas o volume está muito
baixo, e por esta razão, nem sequer estamos conscientes dela. Entretanto, o subconsciente
sempre está tocando as gravações. Por isso é tão essencial assumir cem por cento da
responsabilidade. Só desse modo entendemos que somos simplesmente nós e nossas
gravações, nossos pensamentos e nossos programas. Tomemos o exemplo de um filme
projetado na parede ou numa tela. Sabemos perfeitamente que, embora vejamos a imagem
projetada na parede ou na tela, a mesma não está lá, mas dentro da máquina de projeção.
O mesmo ocorre com nossos problemas. Quando estes aparecem, é só uma projeção
do que está acontecendo dentro de nós mesmos e não fora. Entretanto, passamos a
vida tentando trocar a tela, mas não é esse o problema. Procuramos a solução no lugar
errado. É muito importante recordar que os problemas, as situações e as pessoas não
existem fora de nós tal como os percebemos, mas sim nossa percepção é simplesmente
um reflexo de nossos pensamentos. Os problemas tampouco são o que pensamos que
são. Nunca sabemos o que é o que está se passando realmente. Os problemas são sempre
“oportunidades”. Devemos nos dar conta que temos um efeito sobre o evento ou o problema,
e que nós o criamos. Esta é na realidade uma boa notícia, pois se nós o criamos,
nós podemos trocá-lo sem depender de nada nem de ninguém.
Há uma história que conta que em uma aldeia havia um ancião muito pobre, mas até os
reis lhe invejavam porque possuía um formoso cavalo branco. Os reis lhe ofereceram
quantidades fabulosas pelo cavalo, mas o homem dizia: -“para mim ele não é um cavalo; é
uma pessoa. E como se pode vender uma pessoa, um amigo?”
Era um homem pobre, mas nunca vendeu seu cavalo. Uma manhã descobriu que o cavalo
já não estava no estábulo. Todo o povo se reuniu dizendo: -“Velho tolo. Sabíamos que algum
dia lhe roubaria o cavalo. Teria sido melhor se o tivesse vendido. Que desgraça!” -
“Não vamos tão longe”, disse o ancião. “Simplesmente digamos que o cavalo não está no
estábulo. Este é o fato. Todo o resto é seu julgamento. Se for uma desgraça ou uma sorte
eu não sei, porque isto é apenas um fragmento. Quem sabe o que vai acontecer amanhã?”
Todos riram dele. Acreditavam que o ancião estava um meio louco. Mas depois de 15 dias,
uma noite o cavalo retornou. Não tinha sido roubado, mas havia escapado. E não foi só
isso, ele retornou e trouxe consigo uma dúzia de cavalos selvagens. De novo o povo se
reuniu dizendo:
- “Tinha razão o velho. Não foi uma desgraça, mas uma verdadeira sorte”.
-“De novo estão indo muito longe”, disse o ancião.
“Digam só que o cavalo voltou. Quem sabe se foi uma sorte ou não? É só um fragmento.
Estão lendo apenas uma palavra de uma oração. Como podem julgar o livro inteiro?”
Ninguém disse mais nada, mas por dentro sabiam que ele estava equivocado. Afinal haviam
chegado doze cavalos formosos.
O velho tinha um filho que começou a treinar aos cavalos. Uma semana mais tarde ele
caiu de um cavalo e quebrou as duas pernas. O povo voltou a se reunir e a julgar
- “De novo o velho tinha razão”, disseram. Era uma desgraça, seu único filho perdeu o jogo
das pernas e, na sua idade ele era seu único sustento. “Agora estava mais pobre que nunca”.
-“Estão obcecados julgando”, disse o ancião. “Não vão tão longe. Só digam que meu
filho quebrou as duas pernas. Ninguém sabe se foi uma desgraça ou uma fortuna. A vida
vem em fragmentos, e nunca nos dá mais que isto”. Aconteceu que, poucas semanas depois
o país entrou em guerra e todos os jovens do povoado foram chamados pelo exército.
Só se salvou o filho do ancião porque estava aleijado. O povo inteiro chorava e se queixava
porque era uma guerra perdida de antemão e sabiam que a maioria dos jovens não voltariam.
-“Tinha razão velho. Era uma sorte. Embora aleijado seu filho ainda estava com ele,
enquanto os nossos se foram e não sabemos se voltam.
-“Seguem julgando”, disse o velho. Ninguém sabe. Só digam que seus filhos foram obrigados
a unir-se ao exército e que meu filho não.”Só Deus sabe se foi uma desgraça ou uma
sorte”.
Assim acontece conosco sempre que formamos uma opinião ou um julgamento: estancamo-
nos; nos escravizamos. Um ensinamento budista diz: “Aquele que está influenciado por
seus gostos e desgostos, com a mente impregnada por idéias pré-concebidas, não pode
entender o significado das circunstâncias e tende a se desesperar-se perante elas. Aquele
que está desapegado, com a mente livre e aberta, entende perfeitamente as circunstâncias
e para ele todas as coisas são novas e significativas”.
Mais adiante diz:
“A felicidade segue à tristeza. A tristeza segue à felicidade, mas quando a gente já não
discrimina entre a felicidade e a tristeza, o bom e o mau, a gente é capaz de libertar-se”.
Nosso mundo é de dualidades. Toda situação passa, a boa e a ruim. Devemos aceitar essa realidade,
não criar vínculos com situações que sabemos ser passageiras, e todas são passageiras.
Não importa quanto tempo dure uma situação qualquer, um dia ela passará. Tampouco devemos
criar expectativas exageradas com relação ao futuro, pois nossa vida é dinâmica e as situações se
modificam sempre. Aceitar com tranqüilidade e equilíbrio o que a vida nos trás, alivia nosso coração.
Tudo que nos vem é exatamente o que precisamos e merecemos naquele momento. Reagir e
revoltar somente piora as coisas. Quantas vezes acontece algo em nossas vidas que a principio
parecia ser uma desgraça e que no futuro se revela uma benção? Ou do contrário, algo que vem
como uma grande conquista e que depois se revela um equívoco? É preciso não julgar, pois o que
vemos são fragmentos, enquanto o Universo (Deus) vê o todo.
Nada é o que realmente parece. O intelecto não pode saber, pois seu conhecimento é limitado.
Entretanto, há uma parte nossa sempre sabe. A diferença entre o conhecimento intelectual
e essa sabedoria inata que temos é similar a que existe entre subir numa cadeira,
olhar ao redor e pensar que estamos vendo tudo e subir ao topo da montanha e ver o panorama
completo. Preferimos falar com nossos psicólogos ou com os vizinhos em vez de
falar com Deus. Temos acesso permanente a todo este saber, a toda esta sabedoria que
está dentro de nós, mas preferimos subir na cadeira e dar opiniões, emitir julgamentos e
expressar nossos pontos de vista porque é o que aprendemos a fazer. Estamos viciados
neste modo ser e agir. Entretanto, sempre podemos escolher o que fazer e como reagir
quando aparece uma situação que consideramos problemática.
A seguinte historia ilustra belamente este conceito:
“Um dia o asno de um camponês caiu ao fundo de um poço. O animal se queixou durante
horas enquanto o camponês tentava encontrar uma forma de tirá-lo. Finalmente, o camponês
decidiu que o animal era velho, que os esforços para salva-lo estavam sendo inúteis, e
decidiu soterrá-lo no poço. Então, o camponês pediu ajuda aos vizinhos, e todos pegaram
pás começaram a atirar terra adentro do poço. No começo quando o asno se deu conta do
que estava acontecendo, gemeu horrivelmente, mas depois de um momento para surpresa
de todos, acalmou-se. Depois de várias pazadas de terra, o camponês finalmente decidiu
olhar dentro do poço, e o que viu o deixou estupefato. Com cada pazada de terra que caía
sobre suas costas, o asno fazia algo assombroso. Sacudia as costas, a terra caía e se
amontoava sob suas patas, e desse modo com cada pazada o asno dava um passo para
cima. À medida que os vizinhos do camponês continuavam jogando terra sobre o animal,
ele mesmo se sacudia e subia mais. Logo o asno chegou à borda do poço e saiu trotando”.
A vida joga todo tipo de terra em de nós. A solução para sair do poço é sacudir a terra e
dar um passo para cima. Cada um de nossos problemas é como um degrau para a liberdade.
Depende só de nós se o usarmos como tal. A FÉ
Nosso verdadeiro poder é a felicidade, e esta nos chega somente quando nos rendemos a
todo o resto. A maior parte de minha vida não acreditei em Deus. Para mim, Deus não
existia. Cresci pensando que era eu mesma que obtinha tudo na vida, que tudo era devido
ao meu trabalho, dedicação e esforço pessoal. Os judeus são muito tradicionalistas, e eu
respeitava as tradições, mas não acreditava em Deus. Quando por fim despertei, descobri
dentro de mim um mundo novo que desconhecia por completo. Pouco tempo depois disse
a meu filho maior: “Jonathan a vida pode ser fácil”. Ele me olhou confuso e me disse: “Isso
não é o que me dizia antes”, ao que eu respondi: “Sei. Mas agora penso diferente”.
Neste momento não tenho nem a menor duvida, mas essa segurança que não se pode
expressar com palavras, encontrei-a em meu coração. Todos podemos encontrá-la porque
a levamos dentro de nós mesmos o tempo todo. Como boa contadora busco resultados,
observo e faço uma recontagem de minha vida desde que comecei a crescer. Nem eu
posso acreditar em tudo que obtive.
Alguns encontram Deus no templo ou na igreja. Outros como eu, não o encontra ali. Um
dia despertamos, começamos a procurar e nos damos conta que nem sequer é necessário
levantar-se da cama para encontrá-lo. Não importa a denominação, não importa como o
chamemos, Ele (Ela) está sempre conosco. Em qualquer lugar que vamos, Ele (Ela) nos
acompanha. Não sabemos, nem temos a menor idéia de como trabalha esse Deus (Amor).
Tampouco conhecemos o que pode fazer. Não podemos nem sequer imaginá-lo. Chamamos
de milagres, que realmente existem e podemos experimentá-los em cada momento da
vida se deixarmos de querer entender tudo com a mente racional, abandonarmos nossos
julgamentos e opiniões e aprendermos a nos deixar levar pela corrente da vida.
É necessário tomar consciência de que nós mesmos somos o maior obstáculo em nossas
vidas! Dizemos que confiamos, mas não o fazemos realmente. Dizemos que entregamos
nossos problemas a Deus (Amor) mas seguimos preocupados com esses problemas.
Quando não deixamos de pensar numa questão qualquer, ficamos angustiados e preocupados
com ela. Assim estamos indicando para Deus que queremos solucionar o problema
sozinhos, que não confiamos nele. Dessa forma não recebemos resposta a nossas preces,
porque temos “expectativas”.
Acreditamos que somos donos da verdade, e quando pedimos algo a Deus o fazemos de
uma maneira quase imperativa. Explicitamos o que desejamos, e como desejamos, dizendo
a cor e a hora que queremos. Entretanto, Deus sabe antes que lhe peçamos. Ele (Ela)
está tão perto que não é precisamos gritar. Basta pensar. Deus tem para nós muito mais
do que imaginamos, e só espera pela nossa permissão para nos entregar.
A fé não admite dúvidas. Se colocarmos um problema nas mãos de Deus (universo) e continuarmos
aflitos e preocupados, é porque nossa fé ainda é fraca. Se pedirmos algo e ficarmos dando a
receita, definindo como e quando queremos, estaremos limitando Deus que já sabe desde sempre
o que é o melhor para nós. No filme “Sete anos no Tibet”, o Dalai Lama diz um ditado de seu país
ao personagem de Brad Pitt: “Se o seu problema tem solução, porque se preocupar? E se não tem,
porque se preocupar?” Esse ditado fala sobre a fé que confia, e a fé que resigna, sentindo que se
assim foi, era porque assim deveria ser. A resignação e a fé abrem as portas para que algo melhor
ocorra no futuro, e sempre ocorre. A revolta e o controle fecham essas mesmas portas.
Se pedirmos coisas específicas, como por exemplo:
“OH, Meu deus, por favor, me mande o dinheiro para poder viajar a Europa”, colocamos
limite à nossa solicitação. Deus nos outorga o que é correto em cada momento. No caso
do exemplo, talvez o correto não seja ir a Europa e sim à América do Sul mas ao estar tão
obstinado em querer ir a Europa, o dinheiro não virá porque o que pedimos não é o correto.
Ao nos fechar deste modo, ficamos sem a possibilidade de receber o que é correto e
perfeito para o momento específico. Às vezes Deus diz não, como o faz um bom pai quando
seu filho não pode medir ou dar-se conta do perigo ou as conseqüências do que pede.
Por essa razão, o segredo está em pedir o que é correto e perfeito, e nós não sabemos o
que é.
Logo é necessário soltar e abandonar as expectativas. No momento adequado nos chegará
o mais apropriado e perfeito. Nunca sabemos de onde vai chegar. Para receber a surpresa,
devemos dar permissão.
Deus (Amor) trabalha em forma misteriosa. Se permitirmos, acreditarmos e confiarmos de
coração, tudo nos chegará sem esforço. Deus é o único que pode abrir as portas certas e
nos aproximar de pessoas que podem nos ajudar ou apoiar em nosso caminho. Ele (Ela)
coloca-nos no lugar correto no momento perfeito só quando deixamos de falar tanto e perguntar
ao vizinho em vez de perguntarmos a Ele (Ela) diretamente. O simples pensar em
Deus nos eleva de nossos problemas. O estar agradecidos pelo que temos também modifica
automaticamente nossa vibração. Sempre há motivo para estar agradecido.
Ter fé é estar aberto às possibilidades. Significa que estamos dispostos a deixar que a vida
nos surpreenda, que nos atrevemos a entrar no desconhecido e a deixar de ter medo ao
que nos parece incerto. Quem tem fé tem o coração sempre aberto. Muitas vezes ficamos
estancados e damos voltas no mesmo lugar por falta de fé e medo do desconhecido. Vale
a pena aprender com a semente, que apesar de não poder imaginar-se como orquídea,
tem a valentia de abrir-se, quebrar-se e entregar-se ao processo para brotar da superfície
da terra e sair à luz. Um coração cheio de dor não pode imaginar o que se sente ao ser
amado ou ao estar em paz. Muitas vezes temos que romper com velhos padrões, velhas
formas de pensar e velhas crenças. Isto implica ter que passar por um túnel escuro e às
vezes ter que sentir dor, mas é a única forma de sair adiante e ver a luz.
Jesus disse que devemos ser como meninos para poder entrar no reino do céu. O reino do
céu está aqui e é agora. Depende de nós experimentá-lo. Só temos que deixar de pensar
constantemente e deixar de acreditar que possuímos a verdade absoluta e que sempre
temos razão. Muitas vezes todos estes pensamentos, informação e educação nos afastam
do que realmente somos. A inocência não é mais que a sabedoria que Deus nos dá de
presente. Claro que é preciso ser valente para tomar este caminho, mas o triunfo está cem
por cento assegurado.
É necessário animar-se a acreditar, provar, confiar e entregar-se. Quando começamos a
confiar e ter fé, algo se transforma em nosso interior e o pensamento se esclarece, e tudo
fica diferente. Tentei explicar com palavras esta transformação, mas não é possível. Não
há palavras para defini-la. Simplesmente sabemos que encontramos a sabedoria do coração.
Agora eu gostaria de falar da fé mais importante: a fé em nós mesmos. Não é preciso
acreditar em nada fora de nós. Não é necessário acreditar em Deus, Jesus, Buda nem
Moisés a menos que isto nos faça sentir bem. O que sim precisamos é acreditar em nós
mesmos e no poder que está em nosso interior. Para acessar esse poder devemos renunciar
a muitas crenças, opiniões e julgamentos sobre nós mesmos. Devemos nos amar nos
aceitar do jeito que somos embora isso não seja algo fácil. Nem sequer sabemos conscientemente
quais são as crenças que nos estão afetando, mas com o processo que ensino
neste livro, não é necessário as conhecer, mas somente dar permissão para que se vão.
Comentário:
O homem é seu próprio salvador. Nem Jesus, nem Buda, nem ninguém pode salvar quem quer que
seja. A verdade salva. A verdade ensinada por Jesus, Buda, Sócrates e tantos outros mostram o
caminho da salvação. Mas é preciso que aceitemos essas verdades e as incorporemos as nossas
vidas. Tudo parte de nós, temos o livre arbítrio, o poder de escolher. Transformação é uma porta
que se abre por dentro.
Quando nos conhecemos e nos amamos incondicionalmente, tornamo-nos invencíveis. E
percebemos claramente quando estamos adquirindo essa condição, não é preciso dizer
nada. Quando adquirimos a autoconfiança, certos tipos de pessoas começam a se afastar
de nós, e outras começam a se aproximar trazendo as oportunidades que desejamos e
precisamos. O segredo está em si aceitar da forma que se é. Deixar de acreditar que não é
tão bom, não é suficientemente inteligente, capaz ou digno, ou que primeiro precisa de um
curso universitário. Se confiamos em nós mesmos, os outros também confiarão.
Precisamos somente mudar nossas crenças interiores. O mais importante é se colocar em
primeiro lugar para deixar de querer ser essa pessoa que os outros querem que seja. É
preciso despertar e entender que o poder está dentro de nós e não na aprovação de outros.
Quando temos fé em nós mesmos, nossos talentos começam a crescer automaticamente
e começamos a nos sentir felizes. A fé tem que a ver com a capacidade de amar e
desfrutar da vida. Nossa vida transcorre em nossa própria mente, e se a guerra está em
nossa cabeça, somente nós mesmos podemos nos devolver a paz. É preciso recordar que
em certo sentido sempre temos razão. Se dissemos que podemos, podemos. Se dizemos
que não podemos, assim é, não podemos. Estamos aqui para viver, desfrutar da vida e ser
felizes. A fé em nós mesmos nos dá a liberdade de ser autênticos, e isto por sua vez ativa
a felicidade que tanto desejamos.
O DINHEIRO
Infelizmente, uma vez que obtemos as coisas materiais nos damos conta que o vazio está
ainda ali, que não tem fundo. Eckhart Tolle em O Poder do Agora Quando me separei de
meu marido depois de vinte anos de matrimônio, saí praticamente sem nada. Nem sequer
levei meus filhos, pois o pai quis ficar com eles. Eu tinha a certeza de que podia seguir
adiante só e senti-me agradecida e contente de ter a oportunidade de recomeçar. Por outro
lado, àquela altura de minha vida tinha aprendido que a felicidade não está no material e
que não precisava ter posses. Ao contrário, sabia que quanto menos tivesse mais livre seria.
Uma amiga sugeriu que fôssemos viver juntas para poder procurar um lugar mais amplo
e lindo. Pareceu-me uma boa idéia, e assim foi que encontramos uma casa muito bela.
Nunca imaginei que preencheríamos os requisitos necessários para alugá-la, mas como
apresentamos a soma dos dois vencimentos, conseguimos a aprovação. Dois dias antes
de assinar o contrato de aluguel, minha amiga me chamou e disse que tinha mudado de
idéia e que iria se viver no Arizona. Imediatamente chamei à agente da imobiliária para lhe
pedir que pusesse o contrato a meu nome, dizendo que eu seria a pessoa responsável.
Ela não teve problema em fazê-lo porque já me conhecia. Pouco tempo depois de assinar
o contrato de um ano e me mudar para a casa, começaram a chegar trabalho de todas as
partes e logo me dava conta que podia pagar o aluguel sem problema e não precisaria
compartilhar minha casa com outra pessoa. Oito meses depois de me mudar, o dono da
casa me chamou e disse que desejava vender a propriedade. Explicou-me que, como sabia
que eu gostava tanto da casa, me daria prioridade, mas que se não estivesse interessada,
em setembro teria que partir. É obvio que eu desejava comprar a propriedade e ficar
ali, mas com que? Não tinha dinheiro para o pagamento inicial, e como sou contadora, sabia
muito bem que não possuía os requisitos necessários para conseguir um empréstimo.
Meu intelecto me dizia que começasse a empacotar, mas algo em meu interior dizia que
essa não era a melhor opção. Nesse momento mentalizei: “Se Deus considerar que este é
o lugar para mim, Ele me conseguirá o empréstimo, porque eu não sei como fazê-lo”. Eu
sabia que tinha que me fazer algo, dar permissão para Deus agir. O melhor era me desapegar,
confiar e entregar o assunto ao universo.
Duas pessoas que me haviam dito que poderiam me ajudar desistiram durante o processo.
O contrato de aluguel venceu e não consegui o empréstimo. Assim tive que chamar o proprietário
para lhe dizer o que estava acontecendo. Decidi que em vez de me preocupar em
convencê-lo, entregar-me-ia à situação com confiança e fé. Assim foi que o chamei, expliquei-
lhe e ele surpreendentemente respondeu: “Bom, Mabel, na verdade sinto que este
não é um bom momento para vender a casa, portanto vou estender o contrato de aluguel.
Redija uma prorrogação, mande-me por fax que assinarei. Tempos depois, antes mesmo
que vencesse o contrato de prorrogação, alguém me chamou sem que ao menos eu o tivesse
procurado, e me ofereceu um empréstimo para que eu comprasse a casa.
Quando deixamos de nos apegar ao resultado e nos preocupar com a situação, abandonamos
a necessidade opinar e emitir julgamentos, tomamos consciência de que não sabemos
nada e nos entregamos e aceitamos o processo natural da vida.
Passamos a experimentar o fluir natural da vida onde tudo acontece e nos chega de forma
mais fácil. Deus nos pôs na terra com tudo o que necessitamos. Se olharmos a nosso redor
notaremos que toda a criação de Deus é infinita e abundante. Só as criações humanas
são escassas e limitadas. Os pássaros voam despreocupadamente sabendo que encontrarão
o que necessitam para comer, bem perto do lugar onde se encontram.
Manifestar aquilo que desejamos requer muita FÉ e uma grande CONFIANÇA. O universo
só precisa que demos esse primeiro passo. Se confiarmos e dermos nossa permissão, tudo
o que precisarmos virá até nós. O importante é saber no coração (e não na cabeça) que
Deus proverá e confiar cem por cento. Quando acreditamos que não estamos recebendo
resposta para nossos pedidos ou não vemos os resultados, não é porque não somos ouvidos.
Muitas vezes pensamos em Deus como se fosse nosso empregado e lhe exigimos o
que queremos, explicitando como o queremos, a forma, a cor e a hora. Não é assim que
funciona o universo. É necessário pedir sem ter expectativas, solicitar aquilo que pensamos
ser correto para nós e desapegarmo-nos. Deus nos dá o que é correto e prefeito em
cada momento. O segredo é confiar e soltar, nos deixar levar pela corrente da vida e estar
abertos para receber do lugar e da pessoa que menos esperamos.
Nunca duvide de que Deus (Amor) proverá nossas necessidades no momento certo, ele
sempre o faz. Nosso grande problema é criar expectativas, querer as coisas rapidamente,
sermos impacientes e inflexíveis. Não nos damos conta de que tudo que precisamos vem
de uma fonte única que sabe perfeitamente o que necessitamos, quando e como.
Pensamos que somos nós que criamos as oportunidades através do trabalho, nossos maridos
ou nossos investimentos, mas esses são somente diferentes caminhos e vias pelos
quais as benesses se manifestam. Quando uma porta se fecha é porque outra se abrirá
automaticamente.
Comentário:
Se pararmos para analisar nosso momento presente, veremos que temos tudo de que necessitamos.
É preciso ter essa consciência de que Deus é nossa fonte infinita e inesgotável de provimento
que nos supre de tudo o que necessitamos. Isso quer dizer que somos prósperos agora, nesse
exato momento e temos tudo o que precisamos para nos manifestar e ser felizes.
Em seu livro “A Verdadeira Magia”, o Dr.Wayne W. Dyer, falando sobre a prosperidade diz: “você
não precisa de mais nada para sentir-se próspero. Abandonar a consciência de carência significa
trocar as imagens interiores que refletem carência em sua vida. Você já tem tudo o que é preciso
para viver uma vida de prosperidade. Não que você vá receber tudo; você já é tudo. A prosperidade
é antes de mais nada um jogo mental.
É um conjunto de crenças internas e invisíveis que trazemos dentro de nós. “Você deve saber que
tem tudo o que precisa agora; nada lhe falta para alcançar a prosperidade.” Portanto, vamos parar
de nos limitar. Se não nos sentimos felizes, prósperos e realizados agora, não sentiremos nunca.
Estar satisfeito e grato a Deus no momento presente é pré requisito para que se tenha algo mais no
futuro. Nosso futuro depende do presente e um coração agradecido é o que há de melhor para
atrair ainda mais benesses.
Isso não quer dizer acomodação. A vida é dinâmica, e estar satisfeito hoje embora seja essencial,
não que dizer que não se queira mais amanhã. Acontece que não conseguiremos mais se nosso
coração não for grato pelo que já possuímos.
O Dr. Dyer continua seu raciocínio: “Nosso diálogo interior deve ser mais ou menos assim:-Eu estou
inteiro, completo, total, plenamente vivo neste momento. É isto! Eu sou tudo, não preciso de
mais nada para sentir-me feliz ou realizado. No entanto sei que serei diferente amanhã. Minha realidade
física está sempre mudando. As moléculas que ontem constituíam meu ser material serão
substituídas por outras moléculas. O corpo físico que tinha há dez anos é, hoje, inteiramente novo
do ponto de vista físico. Vou crescer, serei algo novo e grandioso, porém não mais grandioso do
que sou agora. Assim como o céu será diferente dentro de algumas horas, sua atual perfeição e
inteireza não são deficientes, também sou agora, perfeito e incompleto pelo fato de mudar amanhã.
Crescerei e não sou deficiente.”
Acho essas colocações do Dr. Dyer simplesmente maravilhosas. Se condicionarmos nossa felicidade
e realização em algo que nos falta, estaremos projetando no futuro. Dessa forma nunca a
alcançaremos, pois sempre estará faltando algo que estará sempre no futuro. Mas se aprendemos
a nos sentir completos agora, seremos felizes e estaremos plantando a semente para que tenhamos
mais amanhã. É simplesmente impossível que essas sementes não floresçam e produzam
frutos maravilhosos. Alguém que conquista essa forma de pensar, fatalmente estará sempre crescendo
e prosperando.
Em seu livro “As Sete Leis Espirituais do Sucesso”, Deepak Chopra coloca: “Sua intenção é no
futuro, mas sua atenção está no presente. Se sua atenção está no presente, a intenção futura se
manifestará, pois o futuro é criado no presente.
Você tem de aceitar o presente como ele é. Aceite o presente e pretenda o futuro. O “futuro é algo
que sempre pode ser criado através da intenção distanciada, mas nunca deve com- bater o presente”.
Por “intenção distanciada”, o autor acima citado quer dizer que não se deve criar expectativas
nem se impacientar pelo resultado. É importante saber que a fonte geradora é Deus, o Universo.
Dessa fonte provém nossa prosperidade, não do emprego, do casamento, da loteria ou de uma
herança. Por isso não devemos nos limitar pensando que nosso salário não é o bastante para nossas
realizações, que temos que trabalhar duro, ter dois empregos, fazer bico e hora extra para conseguir
o que queremos. Essas mudanças não são simples de fazer, e condicionamos nossa realização
a ela, da mesma forma nunca seremos felizes. Ter que mudar de emprego, trabalhar mais
para ter as coisas, não justifica, pois assim não teremos tempo e disposição para curtir nossas
conquistas. Que graça terão as conquistas se não podermos desfrutá-las.
Basta pensarmos e agirmos de uma forma correta, e o que queremos virá de forma inesperada, por
meios até então inimagináveis, por pessoas que nem conhecemos ainda. É preciso crer e não ficar
determinando a forma ou o tempo de tudo ocorrer, não criar expectativas. Ao nos limitarmos estaremos
limitando Deus, e assim bloqueando o processo.
A pior coisa que podemos fazer quando surge um problema é nos preocupar. Agindo assim
ficamos impotentes e acabamos atraindo tudo aquilo que não desejamos. Somos como
imãs: me diga o que pensas e direi quem és. É de vital importância viver no AGORA.
Passamos nosso tempo vivendo no passado com nossas lembranças e experiências, ou
no futuro com nossas preocupações. O dinheiro, tal qual tudo o mais, nos chega quando
necessitamos, nem antes nem depois. Só precisamos abrir nosso coração e confiar.
Alguém alguma vez me contou a seguinte historia: Uma mulher encontrou na porta de casa
três velhos, e pensando que estivessem com fome convidou-os a entrar e ceiar. Um deles
respondeu: “Não podemos entrar os três na sua casa. Somente um pode ser convidado.
Eu me chamo Amor, os outros se chamam Riqueza e Sucesso. Entre e discuta com sua
família qual de nós três será convidado a entrar.” A mulher entrou e contou a história a seu
marido e sua filha. O marido disse: “Vamos convidar a riqueza, e teremos abundancia em
nossa casa”. A mulher, porém retrucou: “e porque não chamar o Sucesso?” A filha que ouvia
tudo deu sua opinião: “Acho que deveríamos convidar o Amor”.
Decidiram então seguir o palpite da menina. A mulher saiu e convidou o Amor a entrar e
partilhar da mesa. O Amor levantou e acompanhou a dona da casa. A riqueza e o Sucesso
também se levantaram e seguiram o Amor. A mulher estranhou: “Mas eu convidei somente
o Amor. Vocês não disseram que somente um seria convidado?” o Sucesso respondeu:
“Se vocês tivessem convidado um de nós, os outros ficariam de fora, mas como convidaram
o Amor, nós vamos juntos. Aonde vai o Amor, o Sucesso e a Riqueza vão juntos.”
O dinheiro não é mau, ao contrário, o mal é lhe dar prioridade. Quando fazemos as coisas
por dinheiro, tudo parece difícil, o dinheiro que vem parece nos escapar rapidamente das
mãos. Devemos encontrar aquilo que amamos fazer, algo que faríamos com mesmo que
não recebêssemos por isso. Todos nós nascemos com certos talentos e dons naturais únicos.
Existe algo que podemos fazer melhor que nenhuma outra pessoa. É algo que temos
dentro de nós e que necessariamente não exige um título universitário. A abundancia e a
prosperidade têm a ver com nossa consciência. Quando sabemos quem somos adquirimos
a consciência de que já temos tudo o que necessitamos. Já somos ricos no momento presente
e ao abrir o coração permitimos que tudo de bom se manifeste em nossa vida.
Comentário:
Essa história contada pela autora é similar à parábola dos lírios dos campos e das aves dos céus
contada por Jesus. É o “Buscai em primeiro lugar o reino de Deus e sua justiça, que tudo o mais
virá com acréscimo”. Essa é a verdade perdida pela mordida na maçã no paraíso citada lá no início
desse pequeno e precioso livro. Tudo muito simples, mas simplicidade nem sempre quer dizer facilidade.
Todos nós somos herdeiros de Adão e Eva, somos influenciados pela mordida na maçã, e
nesse sentido pode-se dizer que há sim o pecado original. Somos impregnados com as crenças
errôneas de séculos e mais séculos, de que precisamos lutar e competir com o semelhante, ser
esperto e trabalhar duro a ponto de não ter tempo para família e diversão a fim de conseguir sobreviver.
Essas crenças antigas precisam ser banidas de nosso íntimo, gradativamente. Não é fácil
porque são muito antigas e passaram a fazer parte do inconsciente coletivo da raça humana. Mas
quanto mais pessoas pensarem diferente, quanto maior o número de “convertidos” para essa filosofia
de vida baseada na prática do amor e da não resistência, mais o inconsciente coletivo mudará e
gradativamente passará a ser positivo. Tal fato representará uma conquista maravilhosa na evolução
da humanidade e se refletirá em todas as relações humanas: nas escolas, nas ruas, no comércio,
nas indústrias, nas religiões e nas relações internacionais. Será uma utopia? Estará esse dia
ainda distante? Digo somente que essa mudança começa em cada um de nós, e que devemos
influenciar o meio em que vivemos a começar com nossa própria casa, na educação dos filhos. O
dinheiro não é o mal. O mal é dar-lhe prioridade. Vamos convidar o amor para cear em nossa casa,
vamos buscar o reino e sua justiça que o restante virá automaticamente.
OS MEDOS
Conheçam a verdade e ela lhes liberará. No caminho de busca espiritual que decidi percorrer,
tive que enfrentar muitos de meus medos. Senti medo ao deixar meu matrimônio de
mais de vinte anos, ao deixar meus filhos, ao recomeçar minha carreira, ao assinar um
contrato de aluguel onde eu assumia toda a responsabilidade sem ter nenhum respaldo
econômico. Entretanto, a fé e a confiança em mim mesma me permitiram agir apesar de
meu medo. Uma voz interior me disse que eu podia fazê-lo. Porém a sorte e a segurança
não vieram sozinhas, mas foram surgindo à medida que fui trabalhando em mim mesma. Li
vários livros participei de seminários e busquei ânimo e coragem para mudar muitas coisas
em minha vida. Quando descobrimos quem somos e o poder que temos, entendemos que
não há nada a temer, pois somos sempre protegidos. Todo mundo sente medo, pode-se
dizer que o medo é uma enfermidade. Somos viciados no medo e no sofrimento. Preferimos
sofrer porque nos é familiar. Sabemos como nos sentimos e apesar do sofrimento nos
sentimos cômodos. O temor é o conhecido de todos os dias. Quando nos decidimos a enfrentar
nossos medos, chegamos ao outro lado do túnel e vemos a luz.
Reconhecemos o que é verdade e, não só nos sentimos vencedores e muito bem conosco
mesmos, como olhamos para atrás e vemos que afinal nada é foi tão terrível como tínhamos
imaginado.
Uma vez uma pessoa me contou como se tornou um vendedor de imóveis. Ele era muito
jovem, e no primeiro dia de trabalho seu chefe lhe perguntou: “Quer vender casas?”. Ele é
obvio respondeu em seguida que sim. O chefe o levou a um bairro e lhe disse: “vou te deixar
aqui e voltarei em quatro horas. Bata de porta em porta e pergunte às pessoas se querem
vender suas casas.” Deixou com ele um bloco com cem fichários, e a cada não que
recebesse deveria marcar um fichário. “Vá procurar seus primeiros cem NÃO”. O jovem
não podia acreditar, mas não havia como fugir da situação. O resultado foi que muitas pessoas
disseram Não, mas para sua surpresa muitas pessoas disseram sim. Nesse momento
o jovem se deu conta que a cada pessoa que lhe dizia NÃO, se aproximava mais à possibilidade
do SIM.
Todos nós sentimos um grande medo do NÃO, um enorme medo da rejeição. Se não nos
arriscarmos a receber um NÃO, nunca receberemos os SIM. O que acontece se a gente
recebe um NÃO? Se pensarmos bem, não é tão grave assim. A capacidade de superar
este medo é o que diferencia as pessoas que obtém muito na vida das que não obtém
quase nada; as que tem êxito e se superam, das que ficam estancadas. Evidentemente o
medo tem a ver com nossas próprias inseguranças. Não sabemos quem somos, nem conhecemos
o poder que temos de atrair aquilo que é perfeito e correto para nós.
Quando confiamos e acreditamos em nós mesmos, sabemos reconhecer que cada momento
é perfeito. Se alguém nos diz que NÃO, talvez seja porque o que procurávamos não
era perfeito e correto para nós naquele momento. Quem possui fé sabe que nestas ocasiões
muitas vezes está caminho algo melhor e maior, e espera com certeza e confiança.
Pelo contrário, quem está perdido, confuso e não conhece sua verdadeira identidade, sente
um profundo medo a ponto de ficar paralisado.
Comentário: O que acontece se recebemos um não pela cara? O que perdemos? É arrancada alguma
parte de nós mesmos? Não, somente se permitirmos que tal aconteça que seja arrancada
nossa coragem e decisão de seguir em frente. Cada não nos aproxima de um sim. Cada não traz
em si um ensinamento valioso. Cada não nos lapida para um SIM maior e melhor.
Como vemos, temos pouco a perder e muito a ganhar. Foi Willian Shakespeare quem disse: “São
as duvidas traidoras que nos faz perder o bem que nosso seria, se o medo de tentar não existisse”.
Todos sentem medo, desde o varredor de ruas até o presidente da nação, o que mostra
que o medo não tem hierarquia. A diferença é que alguns se atrevem a seguir em frente
apesar do medo. É preciso ser valente para superar o medo, e se não o fizermos, ninguém
fará por nós. Nem Jesus, nem Buda voltarão para nos resgatar. Tudo que precisamos para
nossa transformação já está em nós mesmos. A mudança é interior, na há outra forma de
fazê-la. Não existem atalhos ou fórmula mágica. Cada um escolhe o seu caminho e quanto
mais corajosos somos, mais longe chegamos. E à medida que caminhamos novas possibilidades
vão surgindo. A boa noticia é que o medo existe somente em nossa mente, são
criados por nós mesmos e somente nós podemos eliminá-los. As crenças podem ser mudadas
e as lembranças podem ser apagadas, pois não necessitamos delas para sobreviver.
Disso depende nossa liberdade, pois se mudarmos nossa mente nesse sentido estaremos
saindo da prisão que nós mesmos criamos. Abriremos assim a porta de nossa alma e recuperamos
a liberdade
O medo assim como a coragem é opcional. Tudo depende simplesmente da escolha de
cada momento. Muitas vezes é necessário parar no meio de caminho e realizar mudanças
drásticas. De certa forma devemos morrer primeiro para então começar a viver. Falo da
morte dessa parte nossa que não é real, disso que acreditamos que somos da imagem que
vendemos aos outros, e o que é pior, que vendemos a nós mesmos. Temer é o mesmo
que confiar no mal, é saber que aquilo que imaginamos vai acontecer. O temor também
pode mover montanhas. Certa vez li que o êxito na vida não se mede pelas conquistas,
mas pelos obstáculos que tivemos que enfrentar. Muitas vezes a felicidade está bem ali, na
próxima esquina, essa mesma esquina que nunca nos atrevemos a dobrar.
O AMOR
O amor é a espada do guerreiro: em qualquer lugar que corta, dá vida, não morte.
Quando alguém pediu a uma das Meninas classificadas como Índigo que falasse sobre o
amor, ela simplesmente riu como se estivessem fazendo uma pergunta estranha e respondeu:
“Não posso falar do amor; se pudesse, então não seria real, porque o amor não pode
ser descrito em palavras”. “E então”, insistiu a pessoa, “o que é o amor verdadeiro?”. Ela
voltou a sorrir e disse: “Você voltou a fazer. Percebe como é difícil?”. Não importa o quanto
tentemos não racionalizar, é quase impossível. E disso que a menina dizia, sempre insistimos
numa definição racional para tudo. Queremos definir e entender tudo com nossa mente
racional, e queremos que esse entendimento seja verbalizado. Mas nossa mente racional
não pode entender o amor porque ele não tem nada a ver com o pensamento. O amor
não é para ser entendido, é para ser sentido. Devemos esquecer de querer transformar
tudo num conceito mental e simplesmente sentir.
Uma vez disse a meus filhos Jonathan e Lyonel que os amava, acontecesse o que acontecesse.
Meu amor não dependia do que eles fizessem ou deixassem de fazer. Não dependia
de seu comportamento e tampouco se obtivessem ou não um curso universitário. Os
dois arregalaram os olhos surpresos e me olharam como se eu tivesse dito a coisa mais
estranha que eles haviam ouvido.
Estamos mal acostumados e transmitimos nossos costumes a nossos filhos, porque foi
isso que aprendemos a fazer com nossos pais. Desde a infância aprendemos que devemos
fazer coisas, comportar dessa ou daquela forma para sermos amados e aceitos. Paradoxalmente
as pessoas nos tratam da forma como tratamos a nós mesmos. Dessa forma
o desejo de amor e aceitação se vê frustrado pela nossa própria incapacidade de nos
amarmos.
Se não tivermos amor próprio não seremos capazes de amar a mais ninguém, e não aceitar
essa verdade é enganar-se e enganar aos outros. O essencial é aprender a se amar e
a se aceitar, da forma que se é. Não se deve fazer as coisas para agradar aos outros, se
algo não for bom para nós também não será para os outros. As mães principalmente tendem
a pensar que precisam se sacrificar e abrir mão do que é importante para si em função
dos filhos. Entretanto o melhor presente que as mães podem dar aos filhos é se amarem,
servindo assim de modelo para que os filhos aprendam a si amarem sem necessidade
de procurar amor nos lugares equivocados. Quando estamos bem e no lugar certo,
permitimos que os outros também o estejam. Quanto mais nos esforçamos para obter
amor nos comportando para agradar aos outros, mais nos afastamos da possibilidade de
experimentar aquilo que tanto desejamos.
Devemos aprender a ser felizes e desfrutar cada instante de nossa vida sem dar importância
ao que os outros pensam de nós. O mais importante é o que pensamos de nós mesmos.
O auto-amor é a mais poderosa ferramenta de transformação. O amor começa em
nós mesmos e é inútil buscá-lo noutro lugar, pois não existe. Infelizmente passamos a
maioria do tempo procurando o amor no lugar errado, sempre o mendigando dos outros
sem saber por quê.
Comentário:
Somente podemos dar aquilo que possuímos.
Somente poderemos amar de fato se amarmos a nós mesmos. Uma fato líquido e certo é que o
mundo nos trata como nos tratamos a nós mesmos. Quem não respeita a si mesmo e não ama a si
mesmo, jamais terá o respeito e o amor dos outros. Alguém assim pode se esmerar em agradar,
em servir, e quanto mais se esforçar nesse sentido, menos conseguirá. É incrível, parece que a
pessoa sem amor próprio exala um perfume, ou emite um sinal que até mesmo as crianças sentem.
Pessoas assim não conseguem conquistar respeito e amor nem mesmo das crianças com
suas bajulações. Ao contrário, alguém bem resolvido, que se gosta, tem uma personalidade que
atrai as outras pessoas que se sentem bem em sua presença. O amor, se não for encontrado
dentro de nós mesmos, não o será em lugar nenhum mais.
Outro grande engano que comumente cometemos é o de pensar que somente seremos
felizes de tivermos alguém, se formos um casal. Acreditamos que o outro vai nos dar a felicidade
que tanto desejamos. Porém mesmo quando conseguimos ser amados pelo outro
não seremos felizes se não estivermos completos em nós mesmos. Queremos achar no
outro aquilo que nos falta, o que é uma perda de tempo. Primeiro é preciso amar-se, sentirse
bem consigo mesmo e completo, pois dessa forma descobrimos que não precisamos de
ninguém. Então poderemos procurar alguém porque desejamos, e escolheremos esse alguém
com liberdade, por opção, e não por necessidade.
É a insegurança que nos impede de amar verdadeiramente. As mães não permitem que
seus filhos sejam eles mesmos e os mantêm escravos de suas opiniões e pontos de vista.
Outros criam relações amorosas torturadas pelo ciúme. Isso não é amor, mas não conseguimos
evitar, pois são as velhas gravações na nossa mente. Não podemos ver as pessoas
tal qual elas são, pois as vemos através de nossos pensamentos e lembranças.
Comentário:
Juntar-se a alguém para ser feliz é um grande equivoco. É depositar no outro, num relacionamento
a esperança de sua vida. Seja feliz primeiro, e então se case com alguém. As possibilidades serão
bem maiores.
Na arte de cura hawaiana Ho’oponopono há duas ferramentas poderosas: “eu te amo” e
“obrigado”. Quando usamos essas sentenças em voz alta, dizendo a alguém, o resultado é
inacreditável. Quando alguém nos faz algo que consideramos injusto, quando nos diz algo
que incomoda, em vez de responder à altura, discutir e querer ter razão, podemos simplesmente
repetir em nossa mente quantas vezes forem necessárias: “Te amo, te amo, te
amos”. Ou então: “obrigado, obrigado, obrigado”. Tente e verá que os resultados são surpreendentes.
Às vezes a pessoa se desculpa inesperadamente. Outras vezes seguem seu
caminho, nos esquecem e não incomodam mais. Em alguns casos tudo se resolve rapidamente,
noutros há uma dificuldade maior. Tudo depende de nossa percepção e o mesmo
se passa com os outros.
A vida é como um filme que já vimos muitas vezes, e que segue se repetindo porque continuamos
reagindo às cenas na memória. Essas lembranças se apresentam como um obstáculo
cada vez que surge. Mas se verificarmos sob outra ótica, é a situação que retorna
para nos dar a oportunidade de reagir de forma diferente. Algumas pessoas aparecem em
nossas vidas para nos testar e mostrar onde precisamos nos corrigir e melhorar. As relações
são simplesmente espelhos nos quais nos vemos refletidos.
Comentário:
As divergências que temos com outras pessoas não devem ser encaradas como obstáculos, mas
como parâmetro e estimulo para nossa própria melhoria. Pobres de nós se recebêssemos somente
elogios e tapinhas nas costas. São as críticas e as adversidades que nos fazem crescer, muito
mais que os elogios, que muitas vezes nos tornam vaidosos e indolentes. Chico Xavier chamava
seus detratores e perseguidores, não de inimigos, mas de “amigos estimulantes”. É um grande erro
discutir, querer rebater tudo que ouvimos e querer ter razão sempre. É perda de tempo e energia.
Se ao invés praticarmos o que nos aconselha a técnica Ho’oponopono, o mesmo que praticou
Gandhi com o princípio da não violência e não resistência, e guardarmos nossas energias para
algo mais nobre do que uma discussão seremos muito mais felizes. Dessa forma estaremos assumindo
a responsabilidade sobre nossa existência. No livro “As Sete Leis Espirituais do Sucesso” do
autor Deepak Chopra está escrito: “(...)é preciso assentar sua percepção na indefensabilidade, ou
seja, desarmar o espírito, abrir mão da necessidade de convencer e persuadir os outros de seus
pontos de vista. Se você observar as pessoas, verá que elas passam 99% do tempo defendendo
seus pontos de vista. Se você simplesmente desistir da necessidade de defender sempre seus
pontos de vista, ganha, na desistência, acesso a imensas quantidades de energia anteriormente
desperdiçadas. Desista de uma vez por todas de defender intransigentemente seus pontos de vista.
Quando você desiste, evita o surgimento de discussões. Se agir dessa forma – parar de brigar e
de resistir – experimentará plenamente o momento presente, que é uma dádiva”.
Temos sempre a possibilidade de escolher a não reação. Podemos dar a outra face, a face
do amor. Cientes dessa possibilidade nos tornamos mais conscientes e responsáveis. Por
exemplo, se tivermos problemas com os filhos, o melhor é lhes falar enquanto dormem.
Mas é necessário que digamos somente que os amamos e que somos gratos por estarem
em nossas vidas. Não é apropriado que tentemos lhes incutir nossos pontos de vistas, a
menos que eles peçam. Tampouco devemos tentar convencê-los de que temos razão e
eles não. Já é tão difícil saber o que é bom para nós, como podemos saber o que é bom
para os outros?
Comentário
Vários autores citam em suas obras a importância da sugestão noturna para as crianças.
Há inclusive vários CDs gravados com programações e induções mentais, não somente para as
crianças como também para adultos. Normalmente essas sugestões são utilizadas para programar
o cérebro da criança para que ela se torne mais calma, confiante, ou até para que deixe de praticar
certos hábitos como fazer xixi na cama, roer as unhas, chupar os dedos, etc. Mas vemos agora
pela técnica apresentada nesse livro, que nem mesmo a nossos filhos seria apropriado incutir pontos
de vistas na mente. Nem passar determinações de “faça isso” ou “faça aquilo”. Na verdade não
temos o direito de fazer isso com ninguém, mesmo que seja com uma criança sob nossa responsabilidade.
Baste dizer a nossos pequeninos que os amamos e que somos gratos por existirem.
Analisando bem, todos os problemas das crianças são devido a sentimentos de insegurança, pois
chegaram a um mundo novo, ainda desconhecido e tido como hostil. É natural que demonstrem
medo de não serem protegidas e amadas, principalmente quando o ambiente do lar está conturbado
e em desequilíbrio. Se elas se sentirem amadas, a tendência é que todas essas manias fruto da
insegurança sejam deixadas de lado gradativamente.
Por isso não é necessário atacar cada problema apresentado pela criança com a sugestão mental
noturna. Seria atacar o efeito e não a causa. A causa é a insegurança da criança que está carente
de afeto e quer ter certeza do amor da família.
O agradecimento é também uma ferramenta poderosa.
Quando nos sentirmos deprimidos ou angustiados devemos pensar em todas as coisas
boas que temos em nossa vida e agradecer. Com essa pratica mudaremos nossa energia,
pois nos elevamos além dos problemas. Às vezes não nos damos conta de tudo que temos
porque nos concentramos naquilo que pensamos faltar. Na realidade já temos tudo, inclusive
o amor. Somente devemos dar a permissão para recebê-lo e poder assim experimentá-
lo. Não podemos esperar que o outro nos faça feliz, pois somente podemos encontrar o
verdadeiro amor dentro de nós mesmos. O segredo da felicidade não está em procurar o
amor fora de nós, nem em procurar mais, e sim desenvolver nossa capacidade de amar e
desfrutar.
Comentário:
Mais uma vez é enfatizada pela autora a importância da gratidão. Estar feliz e grato com o que
possui não condicionar a felicidade a algo que ainda não possui. Lembre-se, a felicidade é um sentimento
interno e a prosperidade é um conjunto de crenças.
O CAMINHO MAIS CURTO E MAIS FÁCIL
Deus só pede que cuidemos muito bem de nós mesmos e que digamos “o sinto”. Quando
despertei e comecei minha busca, provei diferentes formas e caminhos para chegar à verdade.
Quanto mais provava, mais sentia que algo dentro de mim dizia que tinha que haver
uma forma mais rápida e fácil. Quando por fim descobri o Ho’oponopono não tinha idéia do
que havia encontrado. Mas um dia assistindo a uma aula, senti na alma a certeza inconfundível
de que havia encontrado o que procurava. Já não precisava de mais nada, graças
a Deus minha busca estava concluída. Descobri principalmente que não dependo de nenhum
guru e que posso realizar todo o processo sozinha, pois me comunico diretamente
com a divindade, sem intermediários. É necessário somente que eu esteja liberando (sentimentos
negativos) e perdoando (para não abrigar novos sentimentos negativos), e todo o
resto fica nas mãos de Deus. Enquanto estiver liberando e perdoando não terei com que
me preocupar. Deus se encarrega de me colocar no lugar certo na hora certa. Enquanto eu
estiver liberando, algo maior estará cuidando de mim, e eu não preciso temer.
Comentário:
É importante saber nos bastar a nós mesmos. As pessoas iluminadas, os chamados gurus, profetas,
guias, messias, são figuras importantíssimas. Eles vêm com a missão de nos alertar e despertar
para as verdades da vida. Eles são os mensageiro, os guias enviados por Deus para nos mostrar
o caminho para o auto encontro e automaticamente para o encontro com a divindade. Eles
mostram o caminho, mas a jornada é de cada um. Eles não salvam ninguém, cada um é seu próprio
salvador. Podemos resolver tudo diretamente com
Deus, nosso Pai Amoroso. Não precisamos intermediários. Por mais que gostemos dos ensinamentos
de alguém, das colocações de algum filósofo, das tradições de alguma seita ou religião,
não devemos depender de nada disso. O reino de Deus está em nosso interior e ponto.
Neste capítulo final, desejo resumir os pontos principais do Ho’oponopono, a sábia doutrina
ancestral que proporcionou as ferramentas que mudaram minha vida. Estes conceitos são
muito simples. Tudo o que a divindade nos pede é que assumamos plena responsabilidade,
peçamos perdão e cuidemos muito bem de nós mesmos. Isso é tudo!
Assumir 100% da responsabilidade é o caminho mais curto. Quando nos damos conta de
que é somente nossa programação mental que nos impede de enxergar as coisas com
clareza, paramos de culpar fatores externos e decidimos assumir a responsabilidade. Então
as portas do paraíso se abrem para nós e alcançamos um estado de infinitas possibilidades.
Do contrário, quando estamos zangados com alguém ou com algo perdemos nossa
liberdade, nossos próprios sentimentos de ódio nos condenam e nos aprisionam. Somos
escravos desses sentimentos e com isso somente machucamos a nós mesmos. Libertamos-
nos através do perdão. Perdoar é o caminho mais curto e mais fácil.
Quando falo em perdoar, refiro-me a um trabalho interno, um processo entre nós e Deus
quando dizemos: “Divino Criador, perdoe-me por isso que está em mim e que está criando
essa situação indesejável”. Não precisamos falar com ninguém que o perdoamos.
Comentário:
Todos os nossos problemas estão em nós mesmos. É na forma equivocada de interpretar os sinais
e estímulos exteriores que reside a fonte de nossos problemas. Nosso julgamento é norteado por
nossa programação mental, pelas crenças passadas na infância ou em tempos ainda mais remotos,
por nossos medos, inseguranças e complexos. É preciso assumir a responsabilidade por nossos
sentimentos, trabalhar nosso interior, parar a gravação em nosso subconsciente usando as
técnicas ensinadas nesse livro. Assim estaremos abrindo as portas do paraíso (perdido com a mordida
na maçã, lembra-se?) e alcançaremos um estado de infinitas possibilidades.
Reagindo ao comportamento alheio perdemos nossa liberdade que somente será reconquistada
com a prática do perdão. O perdão proposto aqui é um processo interno, uma postura intima de
perdoar e pedir perdão sempre que algo ameace nosso equilíbrio emocional. Não é preciso falar
com a outra parte, ninguém precisa ficar sabendo. Deve ser aplicado a todo instante, por isso não
faz sentido falar com o outro. Imagine você gritando para alguém no trânsito: “Eu perdôo você por
essa fechada”. Com a prática o ideal é nem permitir que a mágoa se instaure em nosso ser. Podemos
matar o problema na raiz e de vez, perdoando imediatamente e não abrigar a situação na
mente. Cito novamente Chico Xavier que disse que devemos desenvolver a “personalidade inofendível”.
Em meu caso, por exemplo, não é que não me zangue mais ou que não reaja a situações
adversas ou que não tenha mais problemas. O que mudou em mim e que faz toda a diferença
é que agora a irritação dura somente poucos minutos. Procuro me situar, voltar a
meu centro e tomo consciência dizendo a mim mesma: “isso que estou sentindo é criado
pelos meus pensamentos e não os do outro. Tudo é resultado de minha programação, minha
percepção e eu posso mudar esse quadro.” Esse simples processo me proporciona
tranqüilidade tamanha que não consigo descrever com palavras. Por quê? Porque evito ter
pensamentos do tipo: “como é que ele pode me dizer isso? Como pôde agir daquela forma
comigo?” Não fico esperando que a outra pessoa modifique suas atitudes e faça algo para
me agradar ou remediar a situação.
Que alívio! Não dependo de nada nem de ninguém fora de mim mesma. Tampouco me
imponho a necessidade de ser perfeita nem de agradar a todo o mundo. Não preciso convencer
a ninguém sobre meus pontos de vista. Aprendi a respeitar e reconhecer que todos
têm livre arbítrio e cada qual tem as suas escolhas. Essa realidade já não me causa ansiedade.
O bem e o mal são parâmetros que criamos em nossa mente. Enquanto nos amarmos
e cuidarmos de nós mesmos, amaremos e cuidaremos dos outros.
Assim quais são as chaves desse processo libertador?
Em primeiro lugar é necessário assumir total responsabilidade sobre nossas vidas. Devemos
aprender a dizer: “sinto muito, me perdoe pelo que está em mim e que criou essa situação”.
Dessa forma assumimos a responsabilidade ao mesmo tempo em que perdoamos
a nós mesmos. E como temos lembranças em comum, basta que tomemos a responsabilidade
de pedir perdão para que essas lembranças se apaguem de um e de outro. Porém é
essencial recordar que fazemos o processo por nós mesmos, para o nosso bem. Devemos
nos salvar a nós mesmos e a ninguém mais. Mas o extraordinário é que ao fazermos o
processo beneficiamos também ao outro.
Comentário:
Apesar de não entrarmos em diálogo com a outra parte para pedir perdão e perdoar, o fato de trabalharmos
a questão mesmo mentalmente, faz com que automaticamente o outro também seja
beneficiado. Tal se dá porque estamos todos mergulhados num campo energético, campo esse
que é o condutor dos pensamentos e também registra todas as disposições das mentes humanas,
sejam positivas ou negativas. Quando alguém tem uma rusga com o outro desejando-lhe mal e
vice-versa, essa situação gera um centro de energia negativa que fica registrada no éter (espaço
preenchido com a energia e matéria cósmica invisíveis a nossos olhos) e que passa a acompanhar
os envolvidos.
Esse centro de energia é alimentado pelo desejo e pensamento dos envolvidos, que sintonizam
constantemente com o problema. Se uma das partes muda de postura e toma a iniciativa de perdoar
passando a emitir para o outro pensamentos de amor e afeto, em vez de ódio e rancor, esse
centro de energia criado pela briga perde a sua força. Os pensamentos de amor emanados da pessoa
que mudou de atitude são transmitidos pelo campo magnético em que todos estão mergulhados,
e chega fatalmente à outra parte, causando-lhe bem estar e paz. Com o tempo o outro acabará
mudando também de atitude, pois não encontrará mais eco e respostas condizentes para seus
sentimentos inferiores, ao contrário receberá de volta emanações amorosas.
Embora devamos nos preocupar com nosso ser, com nossa própria salvação, é impossível se elevar
sem levar consigo outras pessoas. Quando um homem se eleva, toda a humanidade se torna
um pouco melhor.
Também é necessário aceitar que nosso intelecto, a mente racional não conhece a essência
da realidade, mas que háuma parte em nós que sabe o que é melhor e como fazê-lo.
Basta que permitamos que essa parte em nós que tudo sabe nos guie para a solução correta
e perfeita. O processo Ho’oponopono deve se tornar automático em nós, ser praticado
todo o tempo como se fosse nossa respiração. Sabemos o que acontece se pararmos de
respirar. O mesmo acontece se pararmos com essa limpeza interior.
É evidente que somos humanos e vamos esquecer de fazer o processo muitas vezes, mas
o essencial é praticar o máximo possível. Até mesmo quando tudo parecer que está bem
precisamos praticar, mesmo quando aparentemente não temos nenhum problema. Isso
porque nossa mente toca a gravação, a antiga programação o tempo todo, embora não
estejamos conscientes disso.
Comentário:
O filósofo brasileiro Huberto Rhoden, disse que devemos orar o tempo todo. Alguém poderá dizer:
“se eu for orar o tempo todo, não vou poder fazer mais nada”. E o filósofo pergunta: “você se preocupa
em respirar o tempo todo? Quando está caminhando, alimentando-se, trabalhando, lendo,
preocupa-se com a respiração? Com a oração é a mesma coisa, deve ser automática como a respiração.
A oração é a respiração da alma”.
Pensar positivo é orar. Praticar as técnicas “me perdoar, eu te amo” proposta pelo Ho’oponopono,
também é orar. E o ideal é que pratiquemos sempre para que se forme o hábito e se torne tão natural
quanto a respiração.
Para nossa sorte, ao praticarmos a limpeza apagamos essas gravações dando assim permissão
para que apareçam idéia e oportunidades novas em nossa vida. Muitas vezes essas
oportunidades virão de lugares e pessoas mais inesperadas. É necessário praticar,
praticar e praticar. Durante toda vida praticamos reagir e sofrer, e incorporamos a reação e
o sofrimento tão profundamente que fazemos isso de forma automática. Somos peritos e
até diria, viciados nesta forma de agir. A limpeza no início pode parecer difícil, mas logo se
incorpora à vida diária como a própria respiração, e ganha força em nós porque começamos
a nos sentirmos diferentes e a ver os resultados. Começamos então a experimentar
uma profunda paz interior.
É essencial não ter expectativas. O segredo é estar aberto e flexível porque nunca sabemos
de onde vai vir o que iremos receber. Devemos ter a confiança de que virá o que for
melhor para nós, sempre. Talvez não seja o que esperamos, mas será o apropriado. Não
porque não nos escutaram, e sim porque precisávamos passar pela prova ou porque ainda
não merecíamos.
Devemos nos permitir ser surpreendidos pelo universo, pois desse modo receberemos coisas
além de nossa imaginação. A lei do universo determina que quando pedimos algo, recebemos.
O universo sempre responde, mas é necessário pedir e dar permissão. Uma
forma de pedir é utilizando as ferramentas Ho’oponopono, mas devemos nos desapegar
dos resultados. Conseguimos isso sabendo e confiando que receberemos aquilo que for
correto e perfeito para nós.
Outra ferramenta concreta para apagar os pensamentos e programas indesejáveis na
mente é repetir em voz baixa uma sentença, uma frase de impacto que tenha significado.
Uma delas é repetir mentalmente “chave da luz” o tempo todo. Com essa frase, metaforicamente
“apagamos” o interruptor de nossos programas. Ás vezes podemos nos perguntar
como poderemos prestar atenção no que nos dizem se estivermos repetindo mentalmente
“chave da Luz”. Em primeiro lugar precisamos recordar que as pessoas quase nunca falam
o que realmente querem. Se alguém nos conta seus problemas, é somente para nos dar a
oportunidade de apagar e limpar as memórias que temos em comum. A próxima vez, antes
de reagir, antes de dar um conselho ou uma opinião, pense somente: “chave da luz”. É
provável que acabemos dizendo justamente o que o outro precise ouvir em vez do que nós
pensávamos que precisasse escutar. Muitas vezes nem é necessário responder ou dizer
algo para que a pessoa sinta-se melhor ou acabe encontrando sozinha, de forma milagrosa
a solução para seu problema.
Comentário:
Precisamos aprender a usar a sabedoria do silencio. Quando alguém vier até nós desabafando ou
reclamando de algo, deveríamos ter o cuidado de não sair logo emitindo um parecer e um conselho.
Primeiramente precisamos ouvir com o coração, com carinho e amor. E depois fazer silêncio,
demonstrar compreensão e solidariedade, nem que seja com o olhar ou outros gestos. Se o que
estiver sendo dito for a nosso respeito, talvez uma queixa contra a nossa pessoa, nossa capacidade
de perdoar e compreender deve ser ainda mais forte. Nossa reação natural seria retrucar, protestar
e tentar provar que estamos certos. Esse é o momento de oferecer a outra face, ser humildes
e se preciso pedir desculpas. Se estivermos decididos a mudar nossa vida, a não abrigar qualquer
sentimento negativo em nosso ser, se quisermos de fato praticar as técnicas aqui propostas e assumir
100% de responsabilidade sobre nossas vidas, é isso que teremos que fazer nesses momentos.
Chave da luz é a contra-senha. Quando estou preocupada com meus filhos, ansiosa pelo
dinheiro ou ressentida com alguma pessoa, não deixo que meu intelecto se interponha e
comece a tagarelice na mente. Somente repito mentalmente “Chave da luz, chave da luz,
chave da luz”. Não tenho a menos dúvida de que funciona, mas é importante dizer que para
cada um funciona de forma diferente. Alguns terão resultados imediatos, outros demorarão
um pouco mais. Mas que funciona, funciona. É preciso acreditar e praticar.
Outra ferramenta importante é repetir “Azul gelo”. Uma vez disse a meu filho Lyonel, de 16
anos, que quando se machucasse poderia simplesmente pensar: “azul gelo, azul gelo”. Um
dia estávamos tomando café da manhã e Lyonel mostrou-me um machucado novo. Perguntei-
lhe então: “Lyonel usou o azul gelo?” Sua resposta foi: “Sim mami, e sabe o que
mais? Quando me sinto frustrado ou angustiado também o uso e me tranqüiliza muito”.
Nesse momento lembrei que o azul gelo pode ser usado para qualquer tipo de sofrimento,
tanto físico quanto emocional.
Outro dia disse a meu filho: “Lyonel, sei que falo de coisas que parecem estranhas mas
que realmente funcionam”. Ele respondeu: “Sim mami, claro que funcionam. Lembra do
que me disse que deveria fazer na escola? Pois bem, depois que comecei a fazer o que
me disse, minhas notas melhoraram”. Recentemente Lyonel havia comentado que estava
admirado com o quanto seu relacionamento com os professores havia melhorado.
Nos parágrafos acima a autora propõe a repetição mental de pequenas frases que teriam o poder
de nos desligar do problema e manter o equilíbrio interior. Essa técnica realmente funciona e é eficaz.
Os dizeres da frase em si não importam muito, mas o efeito é que é importante. A autora propõe
as sentenças “Chave da luz” e “azul Gelo”. Parecem meio estranhas essas frases, ou então
assim ficaram devido à tradução eletrônica, mas não importa. Cada um pode escolher sua própria
frase, uma que deva ser usada nos momentos de provação, e que será como uma senha para que
nosso cérebro mantenha-se tranqüilo e se lembre daqueles princípios que estamos pondo em prática
na nossa vida: paz interior, não reagir, perdoar e amar. Já conhecia essa técnica através das
obras de Joseph Murphy e Emmet Fox. Inclusive adotei algumas frases que utilizo há algum tempo
e uma delas é: “Deus me ama e zela por mim”. Sempre que surge um problema, algum impasse,
gosto de repetir essa frase mentalmente e os efeitos são surpreendentes. Outra frase que costumo
usar é: “Deus te ama e eu também”. Isso sempre que surge uma situação indesejável envolvendo
outra pessoa. Eu procuro voltar para dentro de mim mesmo e repetir: “Deus te ama e zela por você”,
ou “O Deus em mim saúda o Deus em você” ou ainda, “Eu te vejo com os olhos de Deus”, e
também: “Deus te abençoe agora e sempre”. Mentalizar uma dessas frases, não reagir, não julgar
e não opinar, realmente produz verdadeiros milagres em nós.É a isso que a autora se refere ao
citar as frases “Chave de Luz” e “Azul Gelo”. É como se fosse um mantra que nos ancora, conserva
nos trilhos, equilibrados e serenos.
Vale à pena mencionar aqui que os problemas físicos, as enfermidades, também são lembranças
que podemos apagar e limpar. Estamos acostumados a tratar a dor ou a moléstia
física, mas aí não é onde está o problema. O problema está na memória gravada em alguma
das milhares de gravações que temos em nossa mente. Como sabemos em qual
dessas gravações está a programação da doença? Como encontra-la? Pois bem, não precisamos
saber qual lembrança, nem qual gravação é, porque Deus (Amor) sabe. Só é necessário
dar permissão (repetindo,por exemplo, chave de luz, azul gelo, obrigado ou te
amo) e Deus tirará a fita gravada que contém essas lembranças e outros que estão na
mesma fita embora nós nem saibamos. Devemos dar permissão, do contrário Deus não
pode fazer nada.
Uma terceira ferramenta é repetir: “papel para moscas”. Meu filho Jonathan brigava muito
com sua noiva. Sugeri-lhe que a próxima vez que tivessem uma discussão, ele optasse por
ficar calado e repetisse mentalmente as palavras: “papel para moscas”. Alguns dias mais
tarde, chamou-me e disse que precisa falar comigo. Contou-me que teve um problema
com a noiva, mas que desta vez se preocupou muito porque sentiu vontades de agredir
fisicamente. Perguntei então: “Usou o papel para moscas?”. Sua resposta foi: “Sim, mami,
e foi o que me deteve”. Certamente muitos pensarão que isto é muito fácil e muito simples
para funcionar. Sim, eu estou de acordo, é realmente muito fácil. O processo em si é muito
fácil. O difícil é fazê-lo todo o tempo.
Comentário:
Uma outra expressão proposta pela autora: “papel para moscas”. Novamente reafirmo que a frase
em si não tem muita importância, apenas o resultado e que deve ser levado em conta. Embora
nesse caso específico acho o simbolismo até fácil de compreender. Papel para moscas é aquele
papel que atraí as moscas que pousam nele e ficam grudadas, debatendo-se até a morte. Deixarse
influenciar por brigas e provocações banais é o mesmo que uma mosca ser atraída para o papel
e ficar grudada nele. Bastaria à mosca desviar-se e não pousar no papel. Nos, diferentemente da
mosca temos a inteligência e podemos optar não acolher a situação (pousar no papel) para não
sermos dominados por ela (ficar grudado e debater-se).
Em cada instante de nossa vida temos a oportunidade de assumir total responsabilidade e
apagar nossos problemas, mas em geral reagimos, preocupamo-nos, opinamos perdendo
tempo e energia. Basta lembrar que os problemas não são os problemas, e sim a maneira
em que nos reagimos é o problema. As opiniões e os julgamentos que temos sobre o problema
é o problema. O pior de tudo é que, cada vez que decidimos reagir em vez de liberar,
sacrificamos nossa verdadeira identidade, de querer ter razão.
Só temos dois caminhos para escolher: viver segundo nosso verdadeiro ser ou segundo
nossas fitas pré-programadas; deixar-nos levar pela inspiração divina ou por nossos programas
velhos que já foram provados e não funcionam. Quanto mais apagamos e liberamos,
mais começamos a ter a experiência de nosso verdadeiro ser. A razão de nossa existência
neste mundo é descobrir quem somos, e através da limpeza conseguida usando as
ferramentas do Ho’oponopono, experimentarmos cada vez mais nossa verdadeira identidade.
Quero lhes esclarecer que quando utilizamos qualquer destas ferramentas, significa que
estamos tomando cem por cento responsáveis e estamos dizendo implicitamente: “Sinto
muito, me perdoe pelo que está em mim e que está criando isso.
Isso nada mais é que orar, o que nos permite nos elevar além dos problemas e do que não
é real. Dessa forma permitimos que os problemas sejam transmutados. É uma maneira de
acender a luz em uma habitação escura e poder ver as coisas mais claramente. Então, por
que nos limpar? Por que pedimos perdão? Porque queremos ser livres, porque estamos
cansados de viver as mentiras que decidimos acreditar, porque já sofremos suficiente. É
hora de nos encontrar a nós mesmos, de nos descobrir, de ser felizes, de desfrutar da vida,
de nos querer e nos aceitar tais qual somos.
Nossa condição humana é a de ser felizes.
Notaram que quando estamos felizes todo se apresenta em forma fácil?
A viagem é longa. Temos muito que limpar muito que apagar. É um trabalho que deve se
feito nas 24 horas do dia, mas as recompensas são imensas. No processo podemos experimentar
amor, desfrutar da vida e descobrir que já somos seres perfeitos.
Podemos atrair tudo o que necessitamos sem esforço. Podemos aprender a ser nós mesmos
e a amar incondicionalmente.
Podemos escolher o sofrimento ou a felicidade, a enfermidade ou a saúde, o medo ou o
amor.
Decidamos o que decidamos, estará bem.
Será nossa eleição.
Cuidem-se muito.
Recebam todo meu amor.
E recebam todo o meu amor também.
Lauro Ribeiro

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