Céu, Inferno e a arte literária
A visão do Inferno muda de cultura para cultura, assim como a visão do Céu. Por exemplo, Dostoiévski perguntava, na voz do personagem do pai dos irmãos Karamázov, se havia no Inferno algo como uma fundição de ferro para produzir as pontas dos tridentes ou aqueles ganchos nos quais os demônios penduravam as pessoas.
A Igreja tenta oficializar e padronizar a hierarquia de castigos e a coleção de recompensas, mas nada pode deter as variações, a flexibilidade cultural de cada povo e época. Para alguns, o Céu é onde se encontrará Jesus ou sua avó falecida há tempos; para outros, Abraão sentado em um trono; para o papa Francisco, nada disso existe, pois ele declara que são apenas elementos simbólicos; para outros ainda, uma legião de anjos ocupadíssimos, cheios de tarefas, cuidando para que o mundo não entre em colapso – já que o ser humano, com suas maldades, não é mesmo?
Vejam esta descrição do Inferno na visão do menino mais novo, personagem do genial “Vidas secas”, de Graciliano Ramos.
A Igreja tenta oficializar e padronizar a hierarquia de castigos e a coleção de recompensas, mas nada pode deter as variações, a flexibilidade cultural de cada povo e época. Para alguns, o Céu é onde se encontrará Jesus ou sua avó falecida há tempos; para outros, Abraão sentado em um trono; para o papa Francisco, nada disso existe, pois ele declara que são apenas elementos simbólicos; para outros ainda, uma legião de anjos ocupadíssimos, cheios de tarefas, cuidando para que o mundo não entre em colapso – já que o ser humano, com suas maldades, não é mesmo?
Vejam esta descrição do Inferno na visão do menino mais novo, personagem do genial “Vidas secas”, de Graciliano Ramos.
“Entristeceu. Talvez sinha Vitória dissesse a verdade. O Inferno devia estar cheio de jararacas e suçuaranas, e as pessoas que moravam lá recebiam cocorotes, puxões de orelhas e pancadas com bainha de faca.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário