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Contingência X Escolha, Fé X Conhecimento, Bem x Mal
O outrem é uma ilusão e o eu transitório. Assim concluímos que somos nada. Mas de fato existimos, porque sentimos ou pensamos, logo o ser é o momento e tudo que lhe concebe, vê sente ou pensa. Se o outrem não é uma ilusão, ele é você mesmo, como tudo, que pode lhe ter originado, derivado ou se relacionado, direta ou indiretamente. O saber e o não saber, porque é como é e pensa o que lhe faz ser assim. Somos infinitos, se assim concebermos se nos aceitarmos como tudo, incluindo a continuidade e a mudança. Mas qual a chave para transitarmos através de nossas vontades e limitações e não sermos escravos delas? Em outras palavras, como podemos mudar nossa realidade, de acordo, sempre, com nossos objetos, os quais em última análise não escolhemos? O certo é que é preciso fé para realizar qualquer coisa, a fé como estado de espírito. Mas como recorrer a ela em certos momentos, se o próprio sofrer já é a prova de sua ausência. Cada um deve saber o que sente, quando afirma tê-la, representando, a fé, prazer em si mesma. Somos contingência sempre, a esperança de cada um é que exista algo além ou por traz de si mesmo, que determine a sua boa sorte, ainda que seja em detrimento da do outro, seja ainda pelo ignorar da dor deste, pois sempre alguém estará sofrendo em algum lugar e o conhecimento disso já é um fator de sofrimento. Por esse mesmo raciocínio podemos concluir que o bem como se propõe geralmente, seja também um sofrer eterno. Se não podemos anular toda dor do universo, sendo ela sempre infinita, nossa escolha é ignorá-la por inteiro ou sofrermos eternamente. Por isso acredito que toda evolução social, ou a diminuição do penar coletivo em razão de fatores hora controláveis, advenha do acordo de interesses egoístas e não da realização dos sentimentos nobres alegados, que na verdade são vazios, porque não temos escolha, pois se somos mais ou menos complacentes, toda complacência tem seu ponto limítrofe.
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