O passado de todos nós
Não existem vários passados, como feixes de bifurcações ou a ampliação das faixas de uma rodovia, como para satisfazer aos diversos mitos de criação, diferentes entre si. (Não existe sequer um passado em que tenha ocorrido algum ato de criação.)
Não existem passados distintos, um para cada crença cultivada por diversos povos, em diferentes partes do mundo.
Só existe um passado para todos nós. Nenhuma filosofia ou religião pode mudar isso – até porque tudo já transcorreu.
O passado de todos nós é uma descoberta recente.
Uma extraordinária conquista para o entendimento humano, que se encontrava, desde os primeiros pensadores, envolto nas névoas da impossibilidade de conhecê-lo – daí porque o chamavam poeticamente “a noite da história”, “a noite dos tempos”...
Acabou a noite dos tempos. Carregamos uma tocha acesa, como nunca antes.
Intensa como a luz real das estrelas.Nossos ancestrais remotos tinham instintos muito semelhantes aos nossos, se não os mesmos.
Essas heranças não se perdem, é claro, porque são reproduzidas e estendidas entre nossos descendentes, apontando a um futuro que se perde de vista.
Mas, entre todos os grupos de primatas, somos os representantes mais evoluídos e mais complexos.
Criamos a música, a poesia e admiráveis estratégias de combate, que produziram desde lâminas de fina confecção até sofisticados satélites orbitais, estratégias que se diversificam nos esportes e que nos acompanham em todas as gerações.
Somos, sem dúvida, os primatas mais violentos, e isso impede que as guerras terminem.
Sabemos que nosso instinto de conquista, posse e território, transcende absurdamente o de qualquer outra espécie viva.
Agora, com todas as informações do mundo, não podemos mais nos esconder disso.
Ao mesmo tempo, dispomos de um precioso recurso para administrar essa nossa herança de instintos: a inestimável consciência.
Saber disso, admitir isso, pode fazer toda a diferença no futuro.
E não é bom que se diga: “o ser humano”, “a espécie humana”, “o homem”...
É preciso que se diga, é preciso que eu sempre diga: “nós”.Não será difícil para os ricos e para os muito privilegiados (ou até mesmo para as pessoas muito bonitas) aceitar a ideia de algo como vida após a morte?
Afinal, não haveria mais nenhum privilégio e, supostamente, as pessoas mais simplórias e que teriam sofrido a extrema pobreza também seriam eternas como eles.
Você pode imaginar que frustração deve ser?
E não adianta tentar consolar com o Jardim de Alá ou o Reino dos Céus ou a dimensão do Nirvana, enfim, um “lugar” imaginário qualquer, porque, mesmo assim, eles perderiam seus privilégios do mesmo jeito.Não há misticismo na natureza, só na pródiga imaginação humana.
Não há uma legião de espíritos flutuando entre as estrelas.
Não havia fadinhas juntando átomos para formar as primeiras moléculas orgânicas há quase 4 bilhões de anos.
Não há entidades fantasmagóricas decidindo o seu e o meu destino.
A natureza é real. É o cenário de nossa vida. É o ambiente dinâmico de onde conseguimos nosso alimento e o que mais for preciso para estender nossa permanência, individualmente breve, mas, como espécie, já configurando uma saga estonteante de feitos extraordinários, ao longo de muitos milênios, entre grandes tragédias e atos comoventes de ternura e heroísmo.Não acredito que haja um momento, um episódio, algo específico que torne alguém ateu. Pode até ser que sim. Mas eu nunca fiquei sabendo de alguém que tenha se desconvertido de repente. Alguns dizem algo como: “Quando fiquei sabendo que o teto da igreja desabou, virei ateu na hora.”
Eu duvido que tenha sido isso.
Quando alguém me pergunta quando ou por que me tornei ateu, eu não tenho essa resposta.
A bem da verdade, já menti um pouco sobre isso. Já disse que, quando comecei a estudar Letras e percebi que tudo eram personagens de textos nossos... – coisas assim.
Não deixa de ser verdade, mas não era bem isso, não era uma causa específica, identificável.
É uma soma de ideias, informações (principalmente vindas da ciência), pensamentos que se unem à nossa percepção de mundo. Um episódio ou momento específico que teria deflagrado a descrença pode ser apenas o marco decisivo, memorável, a “gota d’água” de um longo processo.
No meu caso, saber que os deuses são personagens nossos apenas se somou ao que já vinha sendo cultivado silenciosamente por minha razão.
Blog que começou com denuncia sobre o calendário MAYA, que seguiu em frente com particularidades ATUAIS de nossos DRAMAS do cotidiano e sobre o PORTAL DO QUADRADO que hoje tratamos da 4D para 5D...Ficando a critério de cada QUAL o que significa na realidade esses símbolos (ARCHÉS) que com o tempo são acrescentados ou diminuídos conforme a vontade de QUEM MANDA ou de quem é MANDADO......
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