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sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Medicina do século XVI e XVII no Brasil e começo do XIX

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colonização portuguesa nos séculos XVI e XVII deixou marcas nas práticas médicas populares do Brasil. A medicina era exercida por físicos, cirurgiões, boticários e barbeiros, que eram poucos, de condições hu­mildes e pouca instrução, permitindo assim, a proliferação do curandeirismo. Praticavam uma medicina impreg­nada de espírito de religiosidade, marcada pela fé cristã, tal como era em Portugal e em outros países da Europa medieval, quando a medicina era ensinada nos conventos e onde, também, os livros médicos eram escritos.

Santas Casas

Pouco depois da chegada dos colonizadores portugueses ao Brasil, implantaram o modelo das Santas Casas, inaugurado em Portugal, em 1498. No Brasil, o fundador da cidade de Santos, o fidalgo português Braz Cubas (1507-1592) iniciou, em 1542, no povoado de São Vicente, a construção da Santa Casa de Misericórdia de Santos. O Hospital de Todos os Santos, o primeiro do país, seria inaugurado no ano seguinte e terminou dando o nome à cidade. Religiosos jesuítas passaram a colaborar com a instituição em 1553.

O Conselho Ultramarino, organismo do Estado português que controlava as colônias, criou, ainda no século XVI, os cargos de físico-mor e cirurgião-mor, que deveriam ser responsáveis pela saúde no Brasil. Mas a vida difícil nos trópicos não entusiasmou os médicos lusitanos e os dois cargos permaneceram desocupados por muito tempo. As Santas Casas, então, respondiam por todo o atendimento de saúde. Até o final do século XVI haviam sido criadas Santas Casas também no Espírito Santo, Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo

Médicos e curandeiros

Até o século XIX floresciam curandeiros, charlatães e feiticeiros no Brasil colonial. O primeiro médico prático do Rio de Janeiro foi Aleixo Manuel, o velho, em meados do século XVII. Os caboclos empregavam a vaga medicina dos pajés, e os negros, seus amuletos e ervas. Nas ruas, barbeiros apregoavam drogas, faziam sangrias. Não havia Faculdade de Medicina e os cariocas que desejavam curar seus semelhantes eram obrigados a ir estudar em Coimbra, Portugal. A medicina do tempo do Primeiro Reinado, embora D. João VI tivesse trazido alguns bons médicos para o Rio de Janeiro, era do ‘tipo caseiro’: rodelinhas de limão nas frontes para enxaquecas, suadouros de sabugueiro e quina, para as febres: cataplasmas contra as asmas: antipirina para as dores de cabeça; banhos de malva para as dores nas cadeiras; um ‘cordial’ contra a insônia e, para os loucos, o Hospício, na Praia Vermelha.

O Rio de Janeiro foi, no tempo colonial, um verdadeiro ‘campo experimental’ para remédios, tal sua quantidade. Além de terem imitado os de Portugal, haviam especialidades indígenas ou africanas. Na Farmacopéia de Vigier, de 1766, são anotados: para a sífilis, carne de víbora em pó; para a tuberculose pulmonar ou ‘chaga de bofe’, açúcar rosado com leite de jumenta ou cabra; para a verminose, raspas de chifre de veado; para a calvície, pomada de gordura humana retirada dos enforcados; nas anginas, pescoço de galo torrado e pulverizado; para panarícios, pasta de minhocas; havia chás feitos com excrementos de gatos e cães, percevejos, urina, carne e pele de sapos e lagartixas. Uma emulsão conhecida como ´da castidade´ era dada a padres e freiras como antiafrodisíaco: levava água de alface, rosas e sementes de papoulas.

Profissionais

A carência de profissionais médicos no Brasil Colônia era enorme. Para se ter uma idéia, no Rio de Janeiro, em 1789, só existiam quatro médicos exercendo a profissão. Em outros estados brasileiros eram mesmo inexistentes.

A medicina era exercida por físicos, cirurgiões, boticários e barbeiros. Os físicos eram formados pelas universidades européias, principalmente ibéricas, sendo em menor número que os cirurgiões. Esses por sua vez, na metrópole ou na colônia, aprendiam seu ofício na prática, tendo como mestre um cirurgião já habilitado. Para garantirem o direito de exercer apenas a cirurgia, prestavam exames diante das autoridades sanitárias competentes, quando obtinham a “carta de examinação”. No Brasil, a autoridade sanitária era exercida pelos delegados ou comissários do físico-mor ou cirurgião-mor do Reino de Portugal. A partir de 1782, com a criação da Junta do Protomedicato pelo Reino de D. Maria I, houve uma centralização maior da fiscalização do exercício da medicina na colônia pela metrópole, quando os representantes locais das autoridades reinóis, os delegados, atuavam com base em regulamentos, avisos e alvarás expedidos pela Coroa.

Ao cirurgião-barbeiro era permitido oficialmente a cirurgia; ao barbeiro, a aplicação de ventosas, sarjaduras e sanguessugas, corte de cabelo ou barba e extração de dentes; ao sangrador e algebrista, o tratamento de fraturas, luxações e torceduras; à parteira ou aparadeira, o atendimento aos partos normais; e aos boticários, a preparação e comércio de medicamentos. Os diplomas eram muitas vezes vendidos aos pretendentes a esses cargos citados, que não cursavam o período de estágio necessário.

Aos boticários cabiam a manipulação das fórmulas prescritas pelos médicos, mas a verdade é que eles próprios tomavam a iniciativa de indicá-los. Não dispondo de um aprendizado acadêmico, o processo de habilitação na função consistia tão somente em acompanhar um serviço de uma botica já estabelecida durante um certo período de tempo, ao fim do qual prestavam exame perante a fisicatura e se aprovado, o candidato recebia a “carta de habilitação”, e estava apto a instalar sua própria botica.

Uma nova elite

O Brasil passaria por grandes mudanças a partir de 1808, quando o ataque de Napoleão a Portugal forçou a transferência do governo para o Rio de Janeiro. O Brasil tornava-se a sede provisória do Império português e recebia uma corte de dez mil pessoas, com exigências e costumes que a estrutura colonial não podia suportar.
D. João VI tratou de equipar o Rio de Janeiro com as instituições necessárias ao funcionamento do governo – como o Banco do Brasil e a Imprensa Régia – e também com as comodidades da vida burguesa lusitana.

A vinda da família real criou a necessidade da organização de uma estrutura sanitária mínima, capaz de dar suporte ao poder que se instalava na cidade do Rio de Janeiro. Até 1850 as atividades de saúde pública estavam limitadas à delegação das atribuições sanitárias às juntas municipais e ao controle de navios e saúde dos portos. Verifica-se que o interesse primordial estava limitado ao estabelecimento de um controle sanitário mínimo da capital do império, tendência que se alongou por quase um século.

Para atender a essa elite transplantada aos trópicos, tornavam-se necessárias também modificações profundas no atendimento de saúde. Ainda em 1808, eram criados os primeiros cursos de medicina no Rio de Janeiro e em Salvador.

Cursos de medicina

Sendo Salvador e Rio de Janeiro as cidades brasileiras de maior expressão do país na época, aí se instalaram as primeiras escolas de cirurgia.

O ensino oficial da medicina no Brasil começaria em 5 de novembro de 1808, quando, por decreto de D. João VI, foi criada a Escola Anatômico-Cirúrgica e Médica, precursora da atual Faculdade Nacional de Medicina. Essa faculdade, na rua de Santa Luzia, de 1832 a 1919 se chamou Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.

A Escola de Cirurgia da Bahia foi criada a pedido de José Corrêa Picanço, pernambucano, cirurgião da Real Câmara, lente jubilado da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra. O Príncipe-Regente D. João, aten­dendo a seu pedido, fundou a Escola de Cirurgia da Bahia na cidade de Salvador pela decisão régia de 18/02/1808.

A Academia Nacional de Medicina foi fundada no Brasil em 1829, por Souza Meireles, sob o nome de Sociedade de Medicina. Posteriormente foi chamada Academia Imperial de Medicina.

http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20080313090627AA76tXs

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