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terça-feira, 30 de setembro de 2014

Salários melhores para professores? O ensino precisa de mais

Notícia

Salários melhores para professores? O ensino precisa de mais

O senso comum liga, frequentemente, os baixos salários dos professores brasileiros ao mau desempenho dos alunos. Mas a verdade é que, embora importante, o dinheiro que vai para o bolso dos docentes não é o único fator a pesar nessa equação. É o que apontam especialistas da educação. As condições de trabalho dos profissionais e a infraestrutura das escolas também precisam ser melhoradas. O salário teria mais peso, sim, na hora de influenciar os jovens a escolherem a profissão.
Os últimos dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) (2013), que mede o desempenho dos alunos dos anos iniciais e finais do Ensino Fundamental e ensino médio, ilustram que não há mesmo um padrão na relação dos salários pagos nos Estados brasileiros com o desempenho das escolas.

O Distrito Federal, por exemplo, que paga o melhor salário inicial do Brasil (R$ 4.508,67, segundo levantamento feito pela Agência Cartola no início de 2014), está bem classificado nos três índices do Ideb, ficando em segundo lugar no ensino médio, com 4 pontos; em quinto nos anos iniciais do fundamental, com 5,9 pontos e em sétimo nos anos finais, com 4,4 pontos.

Já os estados que ocupam o segundo e terceiro lugares no maior valor dos salários, Mato Grosso (R$ 3.138,33) e o Espírito Santo (R$ 3.035,20) respectivamente, não estão tão bem colocados no Ideb. O Mato Grosso está em 23º lugar no ensino médio e o Espírito Santo, em 11º nos anos finais do Ensino Fundamental, por exemplo.

O Rio Grande do Sul, um dos estados que não chegam nem a pagar o piso nacional, com R$ 977,05 por 40 horas, não está mal colocado no Ideb: é o sexto melhor no ensino médio, com 3,9 pontos, o sétimo nos anos iniciais, com 5,6 pontos e 12º nos anos finais, com 4,2 pontos.

Para a coordenadora pedagógica da Fundação Victor Civita, Regina Scarpa, o principal impacto na qualidade educacional é a formação do docente, o quanto o professor está preparado e se sabe realmente ensinar e alfabetizar seus alunos. "O que tem sido um elemento de maior relevância nesse quesito são as condições para ensinar que o professor tem encontrado na escola. Até que ponto eles têm acesso à formação continuada, por exemplo."
A vice-presidente do Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (CPERS), Solange da Silva Carvalho, acrescenta que é histórico os professores estarem sempre lutando por seus direitos ou reivindicando melhores salários, e isso faz com que os estudantes pensem que é só difícil ser professor. "Além disso, os desrespeitos em sala de aula também ajudam a criar um clima de que não é fácil ser professor, que tem que gostar do que faz, ter uma dedicação grande e ainda assim ganhar pouco, criando uma imagem ruim."
Carga horária excessiva
Os professores brasileiros dos anos finais do Ensino Fundamental gastam, em média, 25 horas por semana lecionando, seis horas a mais do que outros países do mundo. O dado é da Pesquisa Internacional sobre Ensino e Aprendizagem 2013 (Talis, na sigla em inglês), desenvolvida pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), divulgada em junho deste ano. Os professores brasileiros estão entre os que passam o maior número de horas por semana ensinando.
Uma das causas desse contexto pode ser o salário baixo do Brasil, pois ele pode fazer com que profissionais tenham de trabalhar mais para conseguir um pagamento digno, o que pode prejudicar a dedicação para uma só escola. "Se o salário for muito baixo, os professores acabam pegando mais de um trabalho, a carga horária fica mais pesada", diz Solange, do CPERS.

Regina, da Fundação Victor Civita, explica que a Lei do Piso prevê que um terço do pagamento do docente envolve tempo para ele se reunir com seus colegas e gestores para planejar o ensino e estudar. "Será que isso está acontecendo? A curto prazo pode fazer uma grande diferença se for feito. Um professor que faz uma dupla ou tripla jornada com certeza não vai conseguir cumprir esse um terço de trabalho coletivo em todas as escolas onde atua e vai conseguir muito pouca identidade com os locais onde trabalha", aponta.

O papel do salário
A remuneração não deixa de ser importante na melhora da qualidade, mas não é o único fator. O piso do professor continua sendo baixo comparado com outras carreiras e profissões. Atualmente, o piso nacional está no valor de R$ 1.697,37, para 40 horas, e alguns estados como o Rio Grande do Sul, Alagoas e Maranhão não atingem nem esse mínimo.
A vice-presidente do CPERS acredita que o salário tenha uma grande contribuição na qualidade, porque professores bem remunerados tem maior acesso a facilidades e condições dignas de vida. Ela ressalta que não quer dizer que os docentes se esforcem menos por ganhar menos e define os fatores em um tripé: além do salário, condição estrutural das escolas e alunos bem física e mentalmente.

"A remuneração é muito importante para a saúde mental e financeira dos docentes, mas as condições de trabalho também interferem no rendimento dos alunos. Até mesmo o bem-estar dos alunos pode interferir em seu desempenho, se for em uma região mais carente que eles cheguem à escola com fome, por exemplo". Outros fatores, além do salário, são citados por Solange para explicar o baixo salário do Estado gaúcho e o desempenho no Ideb. "Não estamos nem na pior posição do ensino e nem na melhor. Existem regiões em que os professores trabalham em até três turnos, em escolas particulares e municípios, sobrecarregando e atrapalhando seu rendimento", diz.

Com informações do Portal Terra, em 29/09/2014

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