http://operamundi.uol.com.br/conteudo/opiniao/31849/50+verdades+sobre+a+ditadura+de+fulgencio+batista+em+cuba.shtml
47. O embaixador Smith resumiu as razões do apoio dos Estados Unidos a Batista: “O governo de Batista é ditatorial e pensamos que não tem o apoio da maioria do povo de Cuba. Mas o governo de Cuba tem sido um governo amistoso em relação aos Estados Unidos e tem seguido um política econômica em geral sã, que tem beneficiado os investidores estadunidenses. Tem sido um partidário leal das políticas dos Estados Unidos nos foros internacionais.”
48. O jornalista estadunidense Jules Dubois, um dos maiores especialistas da realidade cubana da época, descreveu com Herbert L. Matthews o regime de Batista: “Batista voltou ao poder no dia 10 de março de 1952 e começou então a etapa mais sangrenta da história cubana desde a guerra da independência, quase um século antes. As represálias das forças repressivas de Batista custaram a vida a numerosos presos políticos. Para cada bomba que explodia, tiravam dois presos da cela e os executavam de maneira sumária. Uma noite em Marianao , um bairro de Havana, os corpos de 98 presos foram espalhados pelas ruas, crivados de balas.”
49. O presidente Kennedy também denunciou a brutalidade do regime: “Há dois anos, em setembro de 1958, um grupo de rebeldes barbudos desceu das montanhas de Sierra Maestra, em Cuba, e começou sua marcha até Havana, uma marcha que finalmente derrubou a ditadura brutal, sangrenta e despótica de Fulgencio Batista [...]. Nosso fracasso mais desastroso foi a decisão de dar status e apoio a uma das mais sangrentas e repressivas ditaturas na longa história da repressão latino-americana. Fulgencio Batista assassinou 20 mil cubanos em 7 anos – uma proporção maior da população cubana que a proporção de norte-americanos que morreram nas duas guerras mundiais – e transformou a democrática Cuba em uma Estado policial total, destruindo cada liberdade individual.”
50. Apesar das declarações oficiais de neutralidade no conflito cubano, os Estados Unidos deram seu apoio político, econômico e militar a Batista e se opuseram a Fidel Castro. Apesar disso, de seus 20 mil soldados e de sua superioridade material, Batista não pôde vencer uma guerrilha composta de 300 homens armados durante a ofensiva final do verão de 1958. A contraofensiva estratégica lançada por Fidel Castro causou a fuga de Batista para a República Dominicana e o triunfo da Revolução em 1 de janeiro de 1959.
* Salim Lamrani é Doutor em Estudos Ibéricos e Latino-americanos da Universidade Paris Sorbonne-Paris IV, Salim Lamrani é professor-titular da Universidade de La Reunión e jornalista, especialista nas relações entre Cuba e Estados Unidos. Seu último livro se chama Cuba. Les médias face au défi de l’impartialité, Paris, Editions Estrella, 2013, com prólogo de Eduardo Galeano.
Contato: lamranisalim@yahoo.fr ; Salim.Lamrani@univ-reunion.fr
Página no Facebook: https://www.facebook.com/SalimLamraniOfficiel
16. Se os discursos de Batista eram ferozmente
anticomunistas, é conveniente lembrar que foi ele quem estabeleceu pela
primeira vez relações diplomáticas entre Cuba e a União Soviética, em 1942.
17. Durante toda a ditadura militar, Batista manteve relações
comerciais com Moscou, vendendo açúcar. Em 1947, o Diario de la Marina, jornal
conservador cubano, se alegrou com estas vendas destacando que “o preço do
açúcar tinha melhorado depois de a União Soviética adquirir 200 mil toneladas”.
Em nenhum momento Washington se preocupou com as relações comerciais entra a
União Soviética e Cuba sob a ditadura de Batista. A história seria outra quando
Fidel Castro chegasse ao poder.
18. Em maio de 1955, Batista, que desejava melhorar sua
imagem e responder a uma petição popular, concedeu anistia geral e libertou
Fidel Castro, assim como todos os outros presos de Moncada.
19. No dia 2 de
dezembro de 1956, depois de organizar uma expedição partindo do México, onde
conheceu Che Guevara, Fidel Castro desembarcou em Cuba com 81 homens para dar
início a uma guerra internacional contra a ditadura militar de Batista.
Surpreendida pelo Exército, a operação foi um fracasso e os revolucionários
tiveram de se separar. Fidel Castro se encontrou com outros 11 insurgentes, que
tinham um total de apenas 7 fuzis.
20. O embaixador estadunidense Arthur Gardner expressou seu
ponto de vista sobre Fidel Castro em um relatório enviado ao Departamento de
Estado. O líder do Movimento 26 de Julho era um “gângster” que “ia se apoderar
das indústrias americanas” e “nacionalizar tudo”. Quanto ao ditador Batista,
“duvido que tenhamos tido melhor amigo que ele”. Faltava, então, “apoiar o
atual governo e promover a expansão dos interesses econômicos estadunidenses.”
21. Batista exercia violência feroz contra a oposição. Mas
os Estados Unidos se mostraram discretos em relação aos crimes que o seu aliado
cubano cometia. Entretanto, a embaixada estadunidense em Havana multiplicava os
relatórios sobre o tema: “Estamos convencidos agora de que os assassinatos
recorrentes de pessoas a quem o governo qualifica como opositores e terroristas
são, na realidade, o trabalho da polícia e do Exército. No entanto, o adido
jurídico recebeu confissões indiretas da culpa dos círculos policiais, além de
provas da responsabilidade da polícia.”
47. O embaixador Smith resumiu as razões do apoio dos Estados Unidos a Batista: “O governo de Batista é ditatorial e pensamos que não tem o apoio da maioria do povo de Cuba. Mas o governo de Cuba tem sido um governo amistoso em relação aos Estados Unidos e tem seguido um política econômica em geral sã, que tem beneficiado os investidores estadunidenses. Tem sido um partidário leal das políticas dos Estados Unidos nos foros internacionais.”
48. O jornalista estadunidense Jules Dubois, um dos maiores especialistas da realidade cubana da época, descreveu com Herbert L. Matthews o regime de Batista: “Batista voltou ao poder no dia 10 de março de 1952 e começou então a etapa mais sangrenta da história cubana desde a guerra da independência, quase um século antes. As represálias das forças repressivas de Batista custaram a vida a numerosos presos políticos. Para cada bomba que explodia, tiravam dois presos da cela e os executavam de maneira sumária. Uma noite em Marianao , um bairro de Havana, os corpos de 98 presos foram espalhados pelas ruas, crivados de balas.”
49. O presidente Kennedy também denunciou a brutalidade do regime: “Há dois anos, em setembro de 1958, um grupo de rebeldes barbudos desceu das montanhas de Sierra Maestra, em Cuba, e começou sua marcha até Havana, uma marcha que finalmente derrubou a ditadura brutal, sangrenta e despótica de Fulgencio Batista [...]. Nosso fracasso mais desastroso foi a decisão de dar status e apoio a uma das mais sangrentas e repressivas ditaturas na longa história da repressão latino-americana. Fulgencio Batista assassinou 20 mil cubanos em 7 anos – uma proporção maior da população cubana que a proporção de norte-americanos que morreram nas duas guerras mundiais – e transformou a democrática Cuba em uma Estado policial total, destruindo cada liberdade individual.”
50. Apesar das declarações oficiais de neutralidade no conflito cubano, os Estados Unidos deram seu apoio político, econômico e militar a Batista e se opuseram a Fidel Castro. Apesar disso, de seus 20 mil soldados e de sua superioridade material, Batista não pôde vencer uma guerrilha composta de 300 homens armados durante a ofensiva final do verão de 1958. A contraofensiva estratégica lançada por Fidel Castro causou a fuga de Batista para a República Dominicana e o triunfo da Revolução em 1 de janeiro de 1959.
* Salim Lamrani é Doutor em Estudos Ibéricos e Latino-americanos da Universidade Paris Sorbonne-Paris IV, Salim Lamrani é professor-titular da Universidade de La Reunión e jornalista, especialista nas relações entre Cuba e Estados Unidos. Seu último livro se chama Cuba. Les médias face au défi de l’impartialité, Paris, Editions Estrella, 2013, com prólogo de Eduardo Galeano.
Contato: lamranisalim@yahoo.fr ; Salim.Lamrani@univ-reunion.fr
Página no Facebook: https://www.facebook.com/SalimLamraniOfficiel
http://www.politicaeconomia.com/2007/02/fidel-batista-fulgencio-batista-foi-um.html
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