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quarta-feira, 7 de outubro de 2009

livro de codices ..... 2

O Códex ou Códice

No final do Império Romano e durante toda a Idade Média, a transmissão do saber humano se fez por meio de códices, livros manuscritos, geralmente em pergaminho, que constituem autênticas obras de arte.


Os códices vieram substituir os rolos (papiros enrolados em um cilindro de madeira) comumente utilizados na antiguidade. Tábulas retangulares de madeira, revestidas de cera e unidas por cordões ou anéis, foram utilizadas pelos gregos e romanos para receberem registros contábeis ou textos didáticos; são os antepassados imediatos dos códices. A substituição do papiro pelo pergaminho, a partir do século IV, difundiu o códice como suporte para a escrita.


O códex ou liber quadratus apresentava diversas vantagens sobre o rolo. Este era muito incômodo, pois para encontrar uma determinada passagem no meio de uma obra, era preciso desenrolá-lo até achar o trecho e depois enrolá-lo de novo. Já o livro pode ser facilmente aberto em qualquer página e, como se escreve dos dois lados de cada folha, permite economizar material e incluir mais informação. Num rolo de tamanho normal pode haver espaço apenas para o evangelho de São Mateus, ao passo que a Bíblia inteira cabe num livro. Além disso, os códices mostravam-se mais fáceis de armazenar e proteger.


Antiguidade. O códice surgiu no século I da era cristã, contendo textos escolares, relatos de viagens ou registros contábeis. Seu uso se multiplicou nos séculos II e III em conseqüência do incremento da demanda de livros e da adoção do pergaminho, que no século IV substituiu o papiro. Nessa época, o códice substituiu definitivamente o rolo e adquiriu a forma característica de livro. Formados por vários cadernos, ou quaderni, os códices constavam de uma quantidade variável de fólios (folhas escritas dos dois lados). A numeração das páginas se fazia por fólios; o anverso era denominado fólio reto; o reverso, fólio verso ou simplesmente reverso.


No Império Romano desenvolveu-se uma incipiente indústria livreira. Os editores repartiam o papiro entre os librarii e copistas, aos quais o texto era ditado. Depois de corrigidos por revisores, os textos eram encadernados. Tornou-se intenso o comércio de rolos e códices, nas chamadas tabernae librariae.


Cedo os primeiros mosteiros cristãos acolheram em sua estrutura frades encarregados de preparar as tintas e os pergaminhos, enquanto outros, chamados scriptores, copiavam os textos na sala conhecida com scriptorium.


Idade Média. A partir do século VII, passou-se a assinalar o fim do caderno por meio de sinais convencionais, inscritos na parte inferior da última página e repetidos na página seguinte. O termo codex aureus designa um volume com letras douradas gravadas em folhas pigmentadas com um corante púrpura, o murex. Os espécimes existentes datam dos séculos VIII e IX. No século XI, passou-se a marcar a continuidade dos cadernos escrevendo, no fim da última página, a primeira palavra do caderno seguinte. No século XIII, quase todos os códices eram assinalados dessa forma, e no século XVI a prática se generalizou.


A partir do século XII, quando surgiram as universidades e o pensamento ocidental experimentou uma completa renovação, a demanda de códices se multiplicou extraordinariamente e desenvolveu-se uma nova indústria, que pouco devia à da época romana. As cidades universitárias acolhiam todos os que participavam da fabricação dos livros, desde copistas e encadernadores até comerciantes. Embora as técnicas empregadas no século XII não diferissem das antigas, os novos artesãos do livro, agora reunidos em grêmios, rivalizavam entre si na excelência de seus trabalhos e formavam escolas ligadas a alguma universidade ou país. As universidades, por sua vez, não permitiam a circulação de cópias de má qualidade e, em seus esforços para proteger a pureza e a exatidão dos textos, obrigavam os stationarii, ou comerciantes de livros, a terem exemplaria ou cópias mestras autorizadas, das quais não podiam se desfazer.


Nessa época, e antes da invenção da imprensa, os leitores podiam prover-se de livros comprando-os diretamente nos stationarii ou encomendando-os a um scriptor ou copista. Estes costumavam alugar os cadernos aos livreiros, com preços determinados pela universidade. O sistema de cadernos permitia que vários copistas trabalhassem na mesma obra simultaneamente. As universidades também se reservavam o direito de inspecionar as exemplaria em poder dos livreiros.


Além desses livros de texto, que tinham certa difusão, no fim da Idade Média as igrejas e os grandes magnatas costumavam encomendar a confecção de luxuosos códices de grande valor artístico. Esses livros já não eram realizados por copistas, mas sim por calígrafos e ilustradores muito especializados.


Foi também freqüente a redação de códices sobre pergaminhos anteriormente escritos e depois raspados e apagados, os palimpsestos, que proliferaram sobretudo nos séculos VII e VIII, devido à falta de pergaminhos virgens. Entre os palimpsestos mais famosos destaca-se o da Biblioteca Vaticana que contém o De re publica, de Cícero.


A invenção da imprensa e o desenvolvimento do papel como suporte para a escrita multiplicaram as possibilidades da edição de livros e acarretaram a decadência dos códices. Durante o Renascimento, os estudiosos do classicismo puseram em moda os códices escritos com a chamada littera antiqua, muito apreciados pelos colecionadores.

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