AS IRAS DA CARLOTA | CARLA FARIA
O futebol e a sua conexão aos nossos mais animalescos instintos tribais
À conta do estatuto de ser racional, os humanos vêem completamente dominados os seus instintos animais mais primários. Vivemos num universo de delicadezas forçadas e isso acaba por fritar a cabeça a muita gente. São muitos “obrigado”, “faça favor”, “como está?”, “faça favor de passar” que não nos apetece mesmo nada. Muitas vezes o que apetece mesmo é mandar um sardo nas trombas do sujeito em questão, só porque sim. Infelizmente já não se pode fazer como no tempo do mítico William Wallace, em que se pintava a cara de azul e se entrava em batalhas épicas de vida ou morte. Andar por aí a rachar os crânios dos opositores com um machado não é lá muito bem visto nos dias de hoje e muita gente torce o nariz a tais práticas.
Temos a nossa violência contida e em crescente efervescência. Precisamos, de vez em quando, de explodir, berrar, praguejar, disparar very lights, garrafas de água, isqueiros e bananas. O ser humano é sedento de ribaldaria. Como é que uma pessoa consegue extravasar um pouco desta energia acumulada sem ser alvo de um processo criminal? Simples. Basta tornar-se adepto fervoroso de uma equipa de futebol. É, sem dúvida, um desporto que nos conecta aos nossos mais animalescos instintos tribais e a forma mais aceitável de duelos urbanos que existe na actualidade. Repare-se que não se pretende com isto que joguemos futebol, que isso é uma canseira… basta ser adepto.
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