Mudança de comando
Candidata de perfil moderado é eleita nova presidente do Cpers-Sindicato
Helenir Oliveira diz que pretende retomar o diálogo, ouvir a categoria e fazer com que os professores voltem a se sentir representados pela entidade
http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/noticia/2014/06/candidata-de-perfil-moderado-e-eleita-nova-presidente-do-cpers-sindicato-4525975.html
por Juliana Bublitz
A apuração dos votos para a eleição da nova direção do Cpers-Sindicato ainda não terminou, mas a professora Helenir Oliveira, 60 anos, já é considerada a nova presidente da entidade.
Com 92,78% das urnas apuradas até as 15h25min desta sexta-feira, ela contabiliza 38,33%, contra 35,19% da segunda colocada, Rejane de Oliveira, que concorria ao terceiro mandato e que reconheceu a derrota.
Ao todo, mais de 35,5 mil filiados participaram da eleição em todo o Rio Grande do Sul. A mudança de comando ocorre em um dos momentos mais delicados da história do Cpers, marcado pela perda de representatividade e pela desmobilização da categoria.
Conhecida pelo temperamento forte e pela postura intransigente frente ao governo do Estado, Rejane acabou perdendo para a candidata de perfil mais moderado do pleito. A vitória de Helenir endossa o discurso de que a categoria reconheceu o esforço do Piratini ao conceder um aumento escalonado de 76,6% aos professores estaduais - embora continue sem pagar o piso nacional do magistério.
Mas os motivos da reviravolta vão além. Entre eles, estão o desgaste de Rejane e o racha da extrema esquerda no comando do órgão. Neida de Oliveira, que integrava a atual gestão até 2013, acabou concorrendo contra Rejane e somando, até o momento, 22,07% dos votos. Katiana Pinto dos Santos, da chapa 4, contabiliza 4,4%. A apuração deve ser finalizada até o fim da tarde.
— A eleição foi um processo democrático, e nós reconhecemos a vitória da chapa 2 (encabeçada por Helenir), mesmo que, pela primeira vez na história da entidade, o governo do Estado tenha colocado toda a sua estrutura a favor de uma chapa — disse Rejane, por telefone.
Professora de português com atuação no Estado desde 1987, Helenir diz que não tem vínculos com o Executivo estadual e ressalta que o sindicato existe para buscar avanços para a categoria, não para fazer oposição a governos. Ela deve assumir o cargo no início do segundo semestre.
— Aqueles que me chamam de governista são justamente os que enfraqueceram o Cpers. Nós vamos fazer a luta sindical independentemente de partido e de quem está no governo. Vamos fazer com que a categoria volte a se sentir representada. Se priorizar o diálogo e não participar de badernas é ser moderado, então eu sou moderada. Mas sou, acima de tudo, sindicalista — diz Helenir.
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