Na Palestina, contando os romanos com o auxilio do governo colaboracionista dos Herodes, os cristãos foram vistos , ainda que por motivos distintos, como divisionistas e provocadores de tumultos. Aos saduceus eles ameaçavam a respeitável autoridade teológica de uma hierarquia encastelada nas altas instância do Templo de Jerusalém, quanto aos fariseus, desejosos de verem os romanos pelas costas, o proselitismo evangélico parecia-lhes escapista, uma fuga para o Além, visto as promessas cristãs de paz e concórdia com o inimigo enfraquecerem a resistência ao invasor.
O batismo de Cristo |
Paulo expandiu a Igreja cristã |
Talvez fosse essa hostilidade generalizada ( Estevão e Tiago, dois dos chefes da Igreja de Jerusalém, havia sido lapidado um, torturado o outro), situação, aliás, prevista por Jesus Cristo, o que mais contribuiu para que os apóstolos se decidissem por estender sua rede em águas mais distantes, levando a revolução da cruz a outras paragens, traduzindo o evangelho para outros idiomas. Com o tempo, como se viu, lançaram-se à conversão do gênero humano por inteiro, obra em sua maior parte começada pelos passos de Paulo.
Desprezada na sua terra, escorraçada pelo Sinédrio, perseguida pelos romanos, foi a nova fé pescar junto aos gentios e aos pobres espalhados pelo mundo todo. Deu início assim a essa paradoxal e impressionante história que fez com que aquele que viu a luz numa manjedoura em Belém, pouco mais de mil anos depois, tivesse o seu sucessor, o herdeiro de Cristo, reverenciado como um deus-vivo, ocupando palácios, sendo bajulado pelos poderosos. A crença cujas primeiras fraldas foram estendidas num estábulo deu-se a vestir luxos, anelando-se em ouro e em tiaras de jóias raras, cobrindo-se do Sol com cortinas de veludo carmesim, sentando-se num trono de reis, fazendo, enfim, tudo aquilo que Jesus recomendou aos seus que mantivessem à distância.
Da manjedoura ao trono papal |
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