O Mundo Pagão | O Mundo Cristão |
Sociedade hierarquizada, rigidamente dividida entre a nobreza (nobilis) e os cavaleiros (equites), nos escalões superiores e a plebe (humiliores) e os escravos (servus), nos inferiores. | A comunidade cristã onde todos são iguais perante Deus, não havendo nem senhores nem escravos, nem ricos nem pobres. |
O poder político é exercido pelo império dos Césares. | A expectativa é o Reino dos Céus. |
A religião é a adotada oficialmente pelo império, implicando na adoração ao imperador, estimulando a idolatria e o culto ao corpo. | Monoteísmo, a crença num deus único incorpóreo. Por não prostrarem-se ao imperador e não adorarem ídolos, eram considerados ateus. |
Costumes liberais, moral sexual relaxada, permissiva, tolerante com o aborto e o divórcio. | Moral puritana, casamento indissolúvel e condenação ao controle da natalidade. Sexo é aceito nos limites do casamento. |
Culto ao ócio e aos prazeres da mesa e da carne, estimuladores da preguiça. Desprezo pelo trabalho manual, comum às sociedades escravistas. | Valoração do trabalho, mesmo do ofício humilde. Afinal Jesus era marceneiro e Pedro pescador. |
Adoração a Mammon, ao dinheiro, ao luxo e à riqueza. | O enaltecimento da pobreza, desde que honrada e digna. É aos pobres, aos humildes, que cabe o Reino dos Céus. |
O universalismo romano era limitado aos seus interesses políticos e estratégicos, dividindo oOrbe Mundii em civilizados e bárbaros. | O universalismo evangélico para o qual "não havia gregos nem judeus", abarcando o ecumênico por inteiro. |
O homem encontrava-se preso às superstições do paganismo e ao estado imperial romano a quem devia obediência e submissão. | Renascido pelo batismo, o cristão, tendo liberado inteiramente a sua alma, é um homem livre que só se devota a Deus. |
As filosofias estóica e epicurista, comuns no alto império, conduziam os indivíduos ao isolamento e ao usufruir privado das coisas. | A conversão dava novas energias ao crente, tornando-o um ativista da caridade e da solidariedade, empurrando-o para junto do seu próximo. |
Ainda que em declínio, os valores guerreiros da valentia e da coragem conduziam às práticas cruéis e flagelantes, à busca da submissão do inimigo em favor da ampliação do império. | Enaltecimento da mansidão e da humildade. Herói e corajoso é o mártir, o que se deixa matar pela causa para assim, com seu exemplo de bravura, expandir ainda mais o Reino de Deus. |
Fonte: Daniel-Rops- A Igreja dos Apóstolos e dos Mártires, pag. 134-7
http://educaterra.terra.com.br/voltaire/artigos/revolucao_cruz4.htm
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