Andróides e alienígenas vão se juntar à pesquisa pangaláctica
Redação do Site Inovação Tecnológica - 30/09/2008
[Imagem: Edges Project]
Pesquisa "pangaláctica" é uma ironia bem-humorada que os cientistas utilizam para se referir ao projeto SETI, que busca vida extraterrestre analisando sinais captados por grandes radiotelescópios.
Nenhum alienígena foi detectado até agora, mas o projeto SETI já deu um resultado mais significativo do que a maioria dos outros grandes projetos científicos - que são mais convencionais e suscitam menos ironias, mas que nem sempre geram efeitos de tamanho alcance.
Cessão voluntária de computadores
Entre esses grandes projetos estão o folding@home, que está tentando desvendar o mistério dos dobramentos das proteínas, o Einstein@home, que analisa as ondas gravitacionais, e o LHC@Home, que vai processar os dados do maior acelerador de partículas do mundo e que poderá ajudar a compreender como surgiu nosso universo.
Todos esses projetos utilizam a plataforma Boinc (Berkeley Open Interface for Network Computing), que nasceu a partir do SETI@Home. Em janeiro desde ano, os computadores cedidos voluntariamente para participação nesses projetos somavam uma capacidade de processamento de 1 petaflop.
Agora, os pesquisadores querem dar dois passos importantes para avançar na exploração do potencial desse gigantesco supercomputador "pangaláctico."
Andróide e Java
Como já existem muitos mais telefones celulares do que computadores no mundo, os cientistas querem adaptar a plataforma Boinc para rodar nesses aparelhos portáteis, utilizando principalmente o sistema operacional Android, desenvolvido pelo Google.
O potencial de ganhos em capacidade de processamento é gigantesco, principalmente porque os telefones celulares de hoje já possuem uma capacidade superior à dos computadores pessoais quando o sistema Boinc foi lançado, em 2003. Para isso, os pesquisadores estão traduzindo todo o código-fonte do Boinc, da linguagem C em que foi programado originalmente, para a linguagem Java.
Computação distribuída e em nuvem
O segundo esforço que está sendo iniciado agora consiste na convergência da computação voluntária, como inaugurada pelo SETI@Home, com a computação distribuída (grid computing), criando uma verdadeira nuvem de computação (cloud computing).
Para isso, os desenvolvedores estão construindo uma ponte entre o Boinc e os sistemas de computação distribuída, permitindo que os dados fluam nos dois sentidos. O projeto foi batizado de Enabling Grids for E-sciencE (EGEE).
Quando finalizado, o novo programa deverá permitir a unificação dos computadores rodando aplicativos baseados no Boinc e os grandes supercomputadores e clustersinstalados nos institutos e universidades onde cada pesquisa é conduzida.
Outro enfoque que está sendo estudado baseia-se na virtualização. Utilizando máquinas virtuais criadas por programas como o VMware, os pesquisadores esperam ampliar o aproveitamento do poder computacional de computadores pessoais e notebooks dos milhões de voluntários que se oferecem para colaborar nas pesquisas científicas.
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