Ao tempo em que isso se dava na Palestina, na Síria o apóstolo Paulo e seu companheiro Barnabé chegavam de volta à Antióquia (a real capital do cristianismo daqueles primeiros tempos). Empolgados, mal tirando o pó da estrada, relataram ao pequeno grupo da sua igreja a bem sucedida viagem que fizeram pelo interior da Pisidia e da Panfilia, onde, durante quatro anos (45-49), acompanharam-nos sinais e prodígios que muito os ajudaram nas conversões dos pagãos. O entusiasmo deles, no entanto, arrefeceu quando tomaram conhecimento de que havia chegado uns irmãos vindos da Judéia insistindo que a salvação, a glória da vida eterna, só poderia ser alcançada pelos circuncidados "segundo da Lei de Moisés", isto é, os judeus.
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| Pedro e Paulo unidos na conversão dos pagãos | |
A polêmica logo se instalou entre eles. Afinal, perguntavam, a palavra de Jesus só dizia respeito aos de fé mosaica? Para resolver o dilema, Paulo e alguns outros partiram de Antióquia para Jerusalém para entrevistar-se com os apóstolos e os presbíteros que lá tinham seu centro, para dirimirem as dúvidas. Pedro foi categórico: ele mesmo presenciara o Espírito Santo contemplar indistintamente o Povo do Livro e os gentios, "purificando-lhes pela fé os corações". Desde que obedecessem certas prescrições, concluiu o apóstolo, para a alegria dos pagãos, todos serão salvos do mesmo modo, visto que na constelação do céu cristão sempre caberia mais um.
Os historiadores da Igreja chamaram este singelo mas decisivo encontro como o Concílio de Jerusalém, o primeiro deles, ocorrido no ano de 49. Ele seria o marco definitivo da ruptura do judaísmo com o cristianismo. Separação que o tempo ampliou mais ainda, visto que a incessante pregação cristã da eminente chegada do Reino dos Céus anunciada pelo Messias só enervara os judeus, fartos de falsos profetas (consta que na época de Jesus, uns quatro ou cinco outros messias também se anunciaram).
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